Carta do Gestor

Na contramão

George Wachsmann

1 fev 2022, 8:00 (Atualizado em 1 fev 2022, 8:00)

Em janeiro, a Bolsa brasileira se destacou frente a outros ativos ao apresentar forte alta. Ao mesmo tempo, os índices americanos e o MSCI World tiveram quedas no primeiro mês do ano, muito influenciados pelo discurso de Fed de endurecimento da política fiscal nos Estados Unidos.

Com esse cenário, nossos fundos de Bolsa brasileira conseguiram aproveitar essa oportunidade, assim como o Vitreo Petróleo. Por outro lado, os fundos globais caíram tanto pela desvalorização do dólar frente ao real como pela queda dos próprios ativos no exterior. Lembrando que nossos fundos possuem exposição cambial, por ser um fator adicional na diversificação.

Essa é nossa Carta do Gestor. Nela, você encontra um resumo dos mercados durante o mês e uma breve análise sobre o resultado de cada um dos nossos fundos. No final da carta, você encontra uma tabela com os resultados de todos os fundos.

Lembre-se que, por uma regra da CVM, só podemos falar sobre o resultado dos fundos que tenham mais de seis meses de histórico.

Como foram os mercados em janeiro

A Bolsa brasileira teve um excelente desempenho no primeiro mês do ano, subindo 6,98%. O Ibovespa chegou ao segundo mês consecutivo no positivo ao ser impulsionado pelo setor financeiro, que teve três papéis (B3, Itaú e Bradesco) dentre os cinco que mais se valorizaram em janeiro, e por ativos ligados às commodities.

Dentre os motivos que contribuíram para as altas estão o cenário relativamente tranquilo politicamente, uma vez que o parlamento estava de recesso, e o aumento do fluxo de dinheiro estrangeiro. Este causado pela alta taxa de juros, que permite o carry trade (quando se pega dinheiro emprestado em um país com taxa de juros baixa e o aplica em outro país com juros mais altos), e o que muitos consideram um bom desconto nos ativos brasileiros.

Na contramão do Brasil, o S&P 500 e o Nasdaq 100, em dólar, fecharam com queda de 5,26% e 8,52%, respectivamente. Já o MSCI World na moeda original ficou em -5,34% no ano.

Além disso, o real se valorizou frente ao dólar comercial (-4,88%) e ao euro (-4,96%), também influenciados pelo fluxo estrangeiro. O ouro apresentou resultado negativo de 8,33%. As criptomoedas seguiram a mesma direção com o Bitcoin e o Ether, em dólar, caindo 16,89% e 27%.

As comunicações do Banco Central americano foram o principal assunto do mês. O Fed deixou claro que tomará as medidas necessárias para controlar a inflação, inclusive elevar a taxa de juros mais do que o esperado. A expectativa é que as altas comecem em março, podendo ter até quatro movimentos no ano. O órgão responsável pela política monetária dos Estados Unidos também prevê a redução do seu balanço.

Junto a isso, as atenções seguem para as tensões entre Rússia e Ucrânia. Uma possível invasão russa pode desencadear sanções econômicas e impactar a cadeia de suprimentos. Também há o acompanhamento da situação de Covid.

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Como foram os nossos fundos

Você já deve saber, mas não custa lembrar. Só podemos comentar sobre a performance dos fundos que têm mais de seis meses de histórico.

FoF

FoF SuperPrevidência e o FoF SuperPrevidência 2 encerraram o mês em alta de 0,65% e 0,75%, respectivamente. A diferença de 0,1% entre os fundos pode ser decomposta por uma série de pequenas divergências percentuais entre as carteiras, como uma maior exposição em ativos vinculados ao dólar e criptomoedas e menor exposição em Bolsa do primeiro frente ao segundo.

Os ativos de crédito privado tiveram desempenhos positivos, com destaque para o Capitânia Credprevidência Máster FIRF CrPr que entregou 1,54% positivo no mês. As ofertas no mercado primário diminuíram no mês em relação a dezembro e há um aumento de demanda por ativos no mercado secundário, com uma leve abertura no spread de crédito, o que impacta a precificação dos ativos.

Dentre os fundos multimercados, resultados positivos para todos os fundos multimercado trading, com destaque para o Kinea Prev Atlas (+2,68%). A equipe reduziu gradativamente as posições no setor de tecnologia e as migraram para setores como de energia, mercados emergentes e bancos, e observam que as normalizações dos valuations ainda não parecem ter acabado. Das posições em emergentes, os ativos brasileiros constituem uma posição tática, dado um ano de baixo crescimento e com eleições à frente. Por outro lado, há resultados negativos para os fundos classificados como sistemáticos, que não conseguiram performar bem no mês.

Os fundos de ações contribuíram positivamente para o desempenho do portfólio, com destaque para o Long Only Moat Capital Prev II Icatu FICFIA, que possui mais da metade do portfólio voltado para setores como commodities, consumo cíclico e financeiro. Já quanto aos fundos Long Biased, o Oceana Long Biased Prev FICFIM obteve boa performance, com a gestora se posicionando em nomes voltados para commodities, como Petrobras, Petroreconcavo, Vale e Suzano; além de ter posição em grupo Somma.

As alocações com exposição à moeda americana não performaram bem, com destaque negativo para os ETF’s SPXI11 e HASH11, tanto por conta da desvalorização do dólar, quanto pelo sentimento negativo que paira sobre a economia americana, principalmente sobre os dados de inflação e (por consequência) a intensidade e ritmo com a qual o FED irá iniciar o aumento de taxa de juros. Esse cenário impacta principalmente as ações de tecnologia, a medida em que investidores deixam de alocar em ativos classificados como de crescimento, em direção a outros considerados mais seguros. Além destes impactos negativos, as proteções realizadas por meio de dólar e ouro também não performaram bem, e apesar do pequeno percentual alocado, também prejudicaram o desempenho do portfólio.

FoF Prev Conservador fechou o mês em território positivo, com retorno de 0,55%. O desempenho inferior ao CDI foi principalmente derivado da posição em inflação curta, que ficou no zero a zero no mês. Os fundos de crédito privado apresentaram retornos satisfatórios, com destaque para o Icatu Vanguarda Absoluto FIFE FIRF Previdenciário CrPr e Brasil Plural Portfólio FICFIRF CrPr.

FoF Prev Arrojado apresentou retorno positivo de 1,92% no mês, em que os títulos de inflação com prazos superiores a 5 anos, que representam cerca de 30% do portfólio, atuaram como os maiores detratores de performance no mês e tiveram uma queda de -1,98% no período. Os demais fundos contribuíram positivamente para o resultado, o que justifica a alta de 3,71% do FoF Superprevidência Ações. Destaques positivos dos fundos Equitas Selection Institucional FICFIA (+8,65%) e Moat Icatu II Prev FICFIA (+7,34%), em que ambos capturaram as altas do setor de commodities. O time da Moat abriu o mês com grandes posições em Banco do Brasil e americanas, e estes ativos performaram bem no período, enquanto o time da Equitas teve contribuições em posições como BTG Pactual e Mater Dei.

FoF Melhores Fundos começou o ano com retorno positivo de 0,51% no mês. Os ativos de crédito privado tiveram desempenho positivo, e o Augme 180 FICFIM CrPr se destacou na classe, com um retorno de 1,04% em janeiro. Neste fundo, o book de carrego, que compõe atualmente cerca de 70% do fundo, foi a maior contribuição, o que justifica o maior risco de liquidez. O restante do portfólio é dividido em ativos mais líquidos (book de trading) e caixa, que também entregaram resultados positivos.

Observando o mercado de crédito privado, as ofertas no mercado primário diminuíram quando comparadas a dezembro, e há um aumento de demanda por ativos no mercado secundário, com uma leve abertura no spread de crédito, o que impacta a precificação dos ativos.

Entre os multimercados, os fundos VTR SR IE FICFIM CrPr (SPX Raptor) e o Kapitalo VTR Zeta FICFIM novamente foram as maiores contribuições positivas. Os maiores ganhos do time da Kapitalo vieram, em ordem decrescente, dos books de bolsa, juros e commodities, enquanto o book de moedas continuou em queda.

A alocação na cesta de criptomoedas, realizada por meio do ETF HASH11, foi um detrator de desempenho da carteira no mês. O sentimento em torno de ativos de risco e as expectativas de aumento de taxa por parte do Fed têm levado os investidores a procurar classes mais “seguras”, o que ocasionou um impacto significativo em todo ecossistema de moedas digitais, desde Bitcoin até as chamadas “memecoins”.

Após figurar em diversos rankings de pior desempenho frente ao dólar, o real começa o ano com fôlego, impactando as alocações que estão atreladas à moeda americana do portfólio, como ouro e compradas em dólar.

Renda variável foi a maior contribuição dentre as classes de ativos presentes no FoF, com o fundo Moat Capital FICFIA performando bem dentre os fundos Long Only e apresentando boa parte da carteira voltada para setores como commodities, consumo cíclico e financeiro. Já quanto aos fundos Long Biased, o VTR Oceana Long Biased FICFIA obteve o melhor desempenho, com a gestora se posicionando em nomes voltados para o setor de commodities, como Petrobras, Petroreconcavo, Vale e Suzano; além de ter posição em grupo Somma.

Ainda no mês de janeiro, fomos surpreendidos com a notícia da abertura de uma das mais longevas gestoras do país, a Dynamo. Após passar 9 anos fechado, o fundo reabriu em março de 2020, e novamente agora em 2022. Essas reaberturas pontuais sinalizam de que a equipe de gestão observa que há boas oportunidades de alocação e esses recursos serão destinados para aproveitá-las. A abertura, que ocorreu nos primeiros dias de fevereiro, durou menos de 50 segundos, e a demanda pelo fundo superou em 10 vezes a capacidade disponível para investidores. Dito isso, é com muita alegria que os clientes do FoF Melhores Fundos passarão a ter o Dynamo Cougar FICFIA como parte de um portfólio completo, disponível para o público em geral.

FoF Melhores Fundos Ações, que consiste em um derivado do Melhores Fundos “raiz” dedicado à renda variável, fechou o mês com um retorno de 2,54%. O mês novamente foi marcado pela alta dos bancos e empresas de commodities, que após um início de mês pouco animador o índice Ibovespa fechou o mês em alta de 6,98%. Quem se destacou no mês foi o Forpus Ações FICFIA, com alta de 10,38%, comprados em setores como logística, infraestrutura e commodities. Também se beneficiou da alta das commodities o fundo Equitas Selection FICFIA, com alta de 7,40%. Além de capturar altas em Vale e Petrobrás, também conseguiu surfar em altas de outros setores, em papeis como BTG Pactual, Mater Dei e Grupo Somma.

Do lado negativo, o principal detrator foram as alocações no exterior realizadas pelo IP Participações IPG FICFIA BDR Nível I (-3,07%), em empresas de tecnologias pertencentes às FAANG’s. A equipe da Safari também obteve retorno em patamar negativo, de -0,17%, e ainda que estejam com uma exposição long em cerca de 80%, o menor peso em commodities e bancos do fundo em relação ao índice Ibovespa fez com que o fundo não capturasse as altas observadas no mês. No mês montaram posição no setor de saúde, em notredame e hapivda.

Ainda na família de FoF’s, a versão de fundos multimercados, o FoF Melhores Fundos Multimercados apresentou um retorno de 1,36% em janeiro. Um dos destaques do mês foi o Vista Hedge FICFIM, fundo que segue a estratégia do irmão mais arrojado, mas com um terço do nível de risco. As posições em petróleo continuam contribuindo para o bom desempenho do fundo. Outro destaque positivo foi o Kinea Atlas II FIM (+2,78%), que em sua carta mensal denominada de “Thanos estala seus dedos” descreve o cenário e as principais posições da carteira. A equipe reduziu gradativamente as posições no setor de tecnologia e as migrou para setores como de energia, mercados emergentes e bancos, além disso observam que as normalizações de valuations ainda não parecem ter acabado. Das posições em emergentes, os ativos brasileiros constituem uma posição tática, dado um ano de baixo crescimento e com eleições a frente.

Do lado negativo, o Pandhora Essencial FICFIM teve perdas nas estratégias de fatores Long & Short Brasil, tendência de juros locais e paridade de risco global. Em juros locais, a gestora voltou a ter posição tomada, após ter registrado perdas pelo rápido movimento observado em janeiro.

A carteira mais arrojada dentre os FoF’s multimercados da série, o FoF Retorno Absoluto fechou o mês com alta de 2,81%. Começando pelos Long Biased, o fundo da Miles (+ 8,59%) conseguiu performar muito bem, capturando as altas de posições compradas como Intelbras, Itaú e Companhia Brasileira de Alumínio, e de posições vendidas, como Nubank e Pagueseguro.

Novamente o fundo Vista Multiestratégia D60 FICFIM continua performando bem, com uma exposição concentrada em petróleo, além de posições em urânio, compradas em real e vendidas em outros emergentes. As posições em Brasil foram reduzidas às posições direcionais compradas em Bolsa.

A única posição que teve queda foi o fundo RPS Total Return D60 FICFIM, que não performou bem devido à estratégia direcional comprada em índices acionários americanos. A recente realização permitiu à equipe adicionar empresas como Microsoft, Apple e Google no portfólio, enquanto no local a carteira tem perfil defensivo, com alocações em saúde, construtoras de baixa renda e petróleo.

Mês positivo também para FoF Novas Ideias, que começa o ano entregando uma alta de 1,51%. Os destaques do mês de janeiro vêm dos fundos Long Biased, classe que apresentou resultados amargos em 2021. O fundo da Encore (+5,29%), como comentado no mês passado, comprou proteções no mercado americano e se beneficiou das quedas, principalmente após o discurso mais austero do Fed e optaram por zerar essa posição. As principais atribuições de performance vieram de bancos, saúde e commodities. Já o time da AlphaKey (+7,96%) voltou a ter exposição em Vale e possui posições no setor elétrico pela atratividade dos preços. O time da Mar Asset também obteve resultado positivo de +7,86% vindo de Bolsa local e juros internacionais (tomado no curto no Chile e tomado no juro longo no Brasil).

Do lado negativo, o fundo multimercado da Grimper apresentou quedas em grande parte dos books, sendo o de renda variável o principal detrator de desempenho. Alguns fatores levaram a equipe a sair das posições em Bolsa e focar nas posições em commodities e tomadas em juros locais. As estratégias quantitativas do Kadima Long Short Plus FIA também sofreram no mês, principalmente na denominada de fatores.

FoF Melhores Fundos Global fechou janeiro em queda de -9,92%, puxado principalmente pela queda do dólar frente ao real. Outro ponto que afetou o desempenho do portfólio foram as alocações no setor de tecnologia americano, como no fundo Morgan Stanley US Advantage Fund, que iniciou o mês com mais de 45% alocados em nomes como Uber, Snowflake, Twitter e Square. As posições em ouro e criptomoedas também afetaram o desempenho do fundo. O destaque positivo veio para o ETF Ishares Diversified Commodity Swap, com um retorno um pouco superior a 1%, ainda afetado pelo câmbio. Este ativo teve aumento de percentual na última mudança da carteira teórica, realizada nos últimos dias do mês de janeiro. O ativo passa a representar 7,5% da carteira e por consequência a alocação em ouro foi reduzida, e passa a compor 2,5% do portfólio. Além destas mudanças, houve um aumento do percentual em caixa, pela redução do ETF de títulos de inflação americano (TIPS). Também na última publicação, o FIP Leste Texas & Southeast US Value-Add Multifamilyu Co-Investment Opportunity faz sua estreia e passa a compor o portfólio, voltado para o setor imobiliário.

A versão FoF Melhores Fundos Blend, que combina 80% do FoF Melhores Fundos e 20% do FoF Melhores Fundos Global, recuou -1,17% no mês, puxado pela desvalorização da parte alocada internacionalmente.

Global Equities, focado em equities, amargou uma queda de -16,48%, combinado pelas quedas das principais bolsas americanas e uma desvalorização do dólar frente ao real. Assim como na versão Global, o setor de tecnologia afetou alguns nomes presentes no portfólio.

Ainda em Bolsa, o FoF ESG encerrou em patamares positivos, com retorno de 2,87% no mês. Apesar de ter tido resultados positivos no final do ano passado, a alocação no fundo Schroders Sustentabilidade FICFIA foi a maior detratora (-11,1% de queda), parte explicada pela desvalorização do dólar frente à moeda brasileira, parte correção de preços nas Bolsas globais. Os fundos de ações locais contribuíram para o resultado positivo, mas com um elevado nível de volatilidade, superior ao da Bolsa local. Dentre eles, o Fama FICFIA foi o que apresentou o melhor desempenho e corresponde à maior posição da carteira.

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Multiestratégias

Carteira Universa teve um início de ano levemente negativo rendendo –0,61% no mês de janeiro. As ações brasileiras foram as responsáveis pela maior parte da recuperação do fundo no mês enquanto as Bolsas americanas sofreram no mesmo período. Acreditamos que a Bolsa brasileira ainda segue muito barata com muito valor a destravar ao longo de 2022. No mês, fizemos algumas mudanças no fundo, em que reduzimos a nossa posição em Amazon, Alphabet, Microsoft, VNQ, AMD, Apple, Esteé Lauder e usamos o recurso para zeramos os shorts de MRV e Even, também aumentamos nossa posição em renda fixa em 4% e aumentamos nossa posição em Guararapes.

Carteira Universa Prev rendeu -2,51% em janeiro. Fizemos as mesmas alterações do Carteira Universa no fundo previdenciário, dado que todas as movimentações foram feitas em Bolsa brasileira.

Money Rider Hedge Fund também teve um mês negativo, rendendo -10,40%. Em janeiro, fizemos alteração em nosso portfólio, reduzimos nossa posição em Digital Bridge em 1 ponto percentual, zeramos nossa posição em VNQ, que ocupava 2% do portfólio e reduzimos nossa posição em PGX em 4%. Realocamos os recursos para renda fixa que passou a representar 19,5%.

Universa Rider Blend entregou um retorno de -2,57% em janeiro, num cenário em que 80% do retorno é explicado pelo Carteira Universa e 20% da rentabilidade é explicada pela alocação do Money Rider Hedge Fund.

Renda Extra, por sua vez, teve uma rentabilidade de 0,74% em janeiro. Neste mês, o fundo foi positivamente impactado pela alta do mercado de ações e fundos imobiliários. Por fim, o fundo rendeu –3,08% nos últimos 6 meses. Não houve alterações na carteira ao longo do mês.

PRP fechou o mês de janeiro com resultado positivo de 1,49%. Começo de ano agitado para Bolsa brasileira. Fizemos duas movimentações importantes este mês, zeramos nossa posição de NTCO3 que representava 1,25% da carteira para comprarmos as ações de SMFT3 na mesma proporção e na sequência fizemos uma redução no book Tela Azul de 10% para 5% e realocamos os recursos para renda fixa.

Essencial Moderado, fundo que reúne uma combinação de perfil de risco moderado entre os fundos da Vitreo, fechou o mês em queda de -1,21%. As criptomoedas continuaram a fechar mais um mês em queda, seguido pelo fundo Vitreo Canabidiol IE FIA. Os ativos atrelados à Bolsa local conseguiram obter retornos positivos, como no fundo Vitreo Best Ideas Ações FIA e Vitreo FoF ESG Carbono Neutro FICFIA.

Essencial Arrojado encerrou o mês com queda de -1,12%. As alocações em temas como criptomoedas e cannabis também não favoreceram o portfólio no último mês do ano, bem como as commodities metálicas. Por outro lado, os resultados positivos do fundo FoF Commodities, do Vitreo Ibovespa Index e o do Vitreo PRP FIM permitiram ao fundo apresentar uma queda menor do que de o seu irmão de menor volatilidade.

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Ações

O fundo Oportunidades de Uma Vida acompanhou a retomada forte da Bolsa brasileira em janeiro, rendendo 6,66%, enquanto o índice Ibovespa rendeu 6,98% no mesmo período. Neste mês, fizemos mudanças importantes, trocamos nossas posições de Infracommerce (IFCM3) e Méliuz (CASH3), que representavam 2% do portfólio cada, por Guararapes (GUAR3), também entramos short em Nubank e em uma posição comprada em Banco do Brasil em 4% de participação.

Microcap Alert teve mais um mês positivo em janeiro, rendendo 3,69%, no mesmo período o índice de small caps brasileiro rendeu 3,42%. Não houve alteração na carteira ao longo do mês.

MAB Plus também teve uma performance em linha com o mercado e, no mês, rende 5,29%. O fundo sofreu apenas uma alteração em sua estratégia MAB, que foi o aumento da posição em Gerdau, reduzindo a posição de BTG Pactual.

Best Ideas Ações fechou o mês de janeiro positivo com alta de 8,76% contra o ibovespa fechando em 6,98% no mesmo período. Um dos melhores meses para o fundo nos mostrou que mesmo com mês positivo para o índice, estamos alocados nas melhores empresas.

Dividendos seguiu a tendência de valorização em large caps e blue chips, conseguindo mais um mês positivo. Em janeiro o fundo rendeu 6,89%. Como o fundo investe em ações de empresas consolidadas e boas pagadoras de dividendos, não fizemos nenhuma alteração na composição de ativos e nem de seus respectivos pesos na carteira.

Special Situations fechou janeiro negativo com retorno de -0,20%. Uma única movimentação em janeiro: diminuímos nossa exposição em ENJU3 e aumentamos em JHSF3, porém não foi o suficiente para nos manter positivos no mês. 12% de exposição em RANI3 foi uma das responsáveis por impactar negativamente o fundo no mês, que caiu quase -7%.

Long Biased começou o ano positivo, rendendo 5,21%. Em janeiro montamos apenas 1 operação vendida em IVVB11 em 3% e em seguida a aumentamos para 5%.

Deep Value começou o ano positivo, muito em linha com o índice Ibovespa. Fechou janeiro com alta de 6,49% com objetivo de investimento em empresas de valor, buscando forte retorno da economia tradicional.

O fundo MAM teve um mês difícil, rendendo –10,86%. Janeiro foi um mês de muitos impactos para empresas de tech, o que resultou no forte recuo do fundo, A1MD34 (AMD) caiu -24,80%, I1SR34 (Intuitive Surgical) caiu –25,33%. A única mudança deste mês foi zerar nossa posição em U2ST34 (Unity).

O fundo inspirado nas ideias de Warren Buffett, o WB90, teve um mês difícil com a queda no mercado norte-americano, entregando um retorno de -5,36%. O fundo inspirado nas ideias de investimento do oráculo de Omaha não passou por nenhuma modificação em sua alocação em dezembro.

Franklin W-ESG fechou o mês de janeiro com retorno negativo de –11,53%. Fundo criado com o viés de investimento em empresas com pelo menos três mulheres no Board e que incorporaram à sua essência os critérios W-ESG (diversidade de gênero, questões ambientais, sociais e de governança.

Emerging Markets Equities fecha o mês de janeiro negativo em –1,58%. Diante de toda turbulência de acontecimentos na Ásia além dos avanços sobre a variante Ômicrom que tem afetado muito as bolsas asiáticas.

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Temáticos

Tech Select teve um dos piores meses desde sua abertura com a queda fortíssima das techs americanas, impactadas principalmente pela alta na inflação e comunicações do Fed sobre futuros aumentos na taxa de juros. No mês o fundo rendeu –16,15%.

A versão tupiniquim de nossos fundos de tecnologia, o Tech Brasil, também teve uma performance negativa de –4,58% em janeiro, a queda nas techs brasileiras seguiu a tendência global de piora na atratividade de empresas de crescimento frente a nova realidade de juros mais altos.

O terceiro fundo de tecnologia lançado, o Tech Asia, foi vítima também do derretimento do setor globalmente, caindo –7,87% em janeiro. Além disso podemos destacar também a continuidade no cenário de incertezas políticas chinês.

Tech Games segue sofrendo no mês de janeiro, com um retorno de -12,39% no mês e -5,59% no acumulado desde o início. Com o aumento da taxa de juros e as incertezas políticas do cenário chines o fundo segue sofrendo. Alguns dos ativos do setor que mais sofreram no mês de janeiro foram, Nvidia com -15,20%, Sea LTD com -22,36% e Roblox Corporation com -28,35%.

Vitreo Blockchain completou seis meses e passou a fazer parte do relatório. O fundo tem o objetivo de investir em empresas que utilizam a tecnologia blockchain para desenvolvimento e consumo. Janeiro começou na contramão para as empresas desse segmento, o fundo rendeu –18,41%. Como destaques negativos que contribuíram para o começo de ano ruim podemos citar Coinbase que recuou 33,51%, AMD recuando 24,80% e Square que caiu 30.84%.

MoneyBets também sofreu com a correção das empresas de tecnologia no início do ano. No mês, o fundo rendeu –18,66%. Em janeiro fizemos apenas uma alteração, que foi a compra das ações da Novocure a partir de uma redução de nossa alocação no ETF Invesco QQQ. Neste fundo, vale destacar a performance positiva das ações da Qualtrics e Intuitive Surgical, que subiram 11,5% e 10,6%. Por outro lado, tivemos grandes detratoras de performance como as ações da BioNtech e Doximity que caíram -24,1% e -23,8%.

FoF Tech, carteira que combina todas as teses tech, encerrou o mês janeiro em queda de –12,38%. A correção dos preços, principalmente das techs americanas começou a ser observado, principalmente após o FED sinalizar uma possível elevação da taxa de juros ainda em março. Ainda que o efeito seja pronunciado no mercado americano, os efeitos reverberam em todos os mercados, e os fundos presentes na carteira, de um modo geral, apresentaram as maiores quedas desde seu início.

A título de curiosidade, na carta mensal macro de dezembro publicada pela SPX, o autor alerta sobre esses efeitos em uma possível correção de ativos, incluindo algumas do setor de tecnologia, que estão precificados supondo uma trajetória que não parece realista, segundo o time. Já no início de fevereiro, durante o processo de elaboração desta carta, o resultado de Facebook veio aquém do esperado, o que ocasionou na maior queda diária de valor de mercado de uma companhia no mercado americano. O vetor resultante dos efeitos do FED em conjunto com resultados inferiores aos esperados acaba por impactar o setor como um todo.

Ainda que a tese de longo prazo sobre o potencial das empresas de tecnologia permaneça, as ações americanas podem sofrer no curto prazo, a medida em que o banco central americano retire os estímulos e aumente as taxas de juros para conter a inflação.

Canabidiol, teve outro mês negativo, e segue sofrendo um movimento de correção que parece não ter fim. Em janeiro, o fundo mais uma vez teve rentabilidade negativa rendendo -21,66%. Seguimos otimistas com os avanços em relação a legalização da cannabis em âmbito federal nos EUA, e agora também na Alemanha. Aguardamos a maturação de nossa tese de que as empresas canadenses irão enfrentar certa dificuldade para entrar no mercado americano e por isso, não promovemos nenhum ajuste em nossa carteira.

Já o Cannabis Ativo rendeu -22,00% em seu oitavo mês com a carteira 100% exposto ao setor. Vale lembrar que antes do dia 21/05 o fundo mantinha 80% de alocação em LFTs. Atualmente o fundo está com uma alocação de 80% em dois ETFs do setor e 20% investidos no fundo Canabidiol.

Na esteira de dezembro, iniciamos o ano igualmente desafiador para o mercado cripto. O temor em torno das consequências das mudanças na política monetária norte americana, assolou não só os valuations de empresas de tecnologia, como inevitavelmente gerou uma forte correção no mercado cripto, por sua característica de investimento de alto risco.

Diante desse cenário, optamos por adotar uma posição ainda mais defensiva, reduzindo posição em diversos ativos, como BTC, ETH, AXS, UNI, AAVE, LINK e HNT. Apesar disso, apostamos na continuidade da narrativa dos protocolos de contratos inteligentes, dessa forma, aumentamos a posição de FTM e ATOM.

Dessa forma, o fundo Criptomoedas teve um desempenho de -26,97% no mês de janeiro.

O baque de janeiro serviu para reforçar o equilíbrio entre a volatilidade dos criptoativos e a solidez dos metais preciosos. Dessa forma, o conjunto da carteira do Cripto Metals Blend apresentou uma queda de –10,09% no mês de janeiro.

O segmento de finanças descentralizadas foi igualmente impactado pela queda do mercado, com destaque negativo para SUSHI, que passou por uma crise interna devido à um escândalo envolvendo um desenvolvedor que seria agregado ao projeto.

Dessa forma, o Cripto DeFi apresentou uma queda de -28,17% no mês de janeiro.

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Indexados

Vitreo Selic, o melhor fundo do mercado para sua reserva de emergência. Em dezembro manteve a rentabilidade acima do benchmark mais uma vez, fechando o mês com 103% do CDI.

Em janeiro com a usual diminuição na atividade política e as fortes intervenções do Banco Central no câmbio, o Vitreo Dólar teve um retorno de –5,04%.

Vitreo Moedas Life, como o Vitreo Dólar, foi impactado pela valorização do real. Neste cenário o fundo rendeu no mês -4,09%.

Vitreo Inflação Longa fechou positivo em janeiro 3,31% com a prévia da inflação acumulando alta de 10,20% em 12 meses. Até dezembro, a variação mais baixa da inflação era de 10,04%. O fundo aparece com um acumulado negativo de –0,49% em 2022.

Vitreo Ouro fechou negativo em -6,62% no mês de janeiro, também afetado pela valorização do real. O metal pode funcionar como uma boa reserva de valor em meio a um cenário inflacionário e de incerteza no qual as economias ao redor do mundo se encontram.

Vitreo Prata teve uma performance negativa no mês de janeiro, fechando o mês em uma baixa de -7,87%. A prata, assim como o ouro, também pode funcionar como uma boa proteção contra um cenário inflacionário e, por isso, mesmo após a recente tendência de baixa, seguimos com a mesma visão em relação ao ativo.

Vitreo Cobre teve uma performance de -4,48% no mês de janeiro, muito afetada pela valorização do real frente ao dólar, uma vez que o COPX – ETF em que o fundo investe – rendeu 4,08% no mês (em dólares). Vale ressaltar que veículos elétricos e fazendas de energias eólicas e solar (cada vez mais em pauta), necessitam uma grande quantidade deste metal, e por isso tendem a impulsionar a demanda pela commoditie em 2022.

Vitreo Urânio segue com fortes correções dada a melhora na situação energética europeia e tensão no Cazaquistão. Em linha com as incertezas envolvendo todo o setor e com o preço dos futuros da commodity o fundo rendeu –14,05% no mês.

O fundo Vitreo Petróleo, que combina ações brasileiras e BDRs de empresas petrolíferas, ETFs no exterior e contratos futuros de petróleo, com uma alocação dinâmica entregou uma rentabilidade de 11,35% em janeiro.

Vitreo Carbono segue em tendência de alta, rendendo 3,67% no mês de janeiro. O fundo foi responsável pela melhor performance comparada ao benchmark (índice de referência) dentre os fundos Vitreo, apresentando uma performance 8,64% maior que o Euro, que rendeu -4,96% no mesmo período. Seguimos confiantes que a tese deve ganhar ainda mais força no ano de 2022 com a necessidade dos países de neutralizar as suas emissões de carbono.

Vitreo Água teve uma performance de -13,67% em janeiro. Ainda assim, seguimos otimistas com esta tese secular, envolvendo ETFs de empresas focadas no tratamento e purificação da água. Entendemos que este tema ainda deve ganhar muita força com o avanço de pautas ESG ao redor do mundo.

Vitreo Agro, nosso fundo focado no agronegócio local e internacional, conseguiu segurar sua rentabilidade e rendeu 0,35% durante janeiro. Ao longo do mês fizemos apenas uma alteração que foi a compra do ETF VanEck Agribusiness (MOO) com parte da posição em caixa que tínhamos.

No universo de commodities, o FoF Commodities fechou o mês com alta de 1,84%. O petróleo continua sendo o destaque de retorno, resultado de uma demanda crescente pela commodity e pressionada devido a manutenção de produção pela Opep e os temores sobre uma crise entre Rússia e Ucrânia. Já o urânio, que começou o mês positivo, reverteu essa tendência e apresentou uma queda severa, parte pela eclosão de protestos no Cazaquistão devido ao preço de gás, o que levantou receio no mercado sobre as proporções que isso pode ocasionar no país, que é um dos principais fornecedores mundiais do metal.

A família dos fundos de Bonds chegaram ao fim do mês de janeiro. O Bonds USDfechou o mês com resultado negativo de –5,48% puxado principalmente pelo recuo do dolar nesse mesmo periodo. Já as versões para investidor geral o Bonds BRL Light contou com um retorno de 0,71% no mês e o Bonds Light contou com –4,68%.

Vitreo Ibovespa Index fechou o mês de janeiro em alta, com uma rentabilidade positiva de 6,94% ao contrário de Wall Street que sofreu com o primeiro mês de 2022. O fundo terminou o mês com seu melhor desempenho mensal desde dezembro de 2020. Essas altas podem ser explicadas devido ao grande número de investidores estrangeiros olhando para a bolsa brasileira como descontada e gerando interesse em ações brasileiras. O fundo fechou o mês com uma rentabilidade positiva de 6,94% e no acumulado –4,56%.

Exponencial (que investe nas ações da XP Inc.) teve uma performance de 10,14% no mês. Já a versão para investidores em geral, o Exponencial Light, rendeu 2,66% em janeiro.

AWP, veículo constituído em parceria com Itajubá e Gama Investimentos e que investe em cotas do fundo AllWeather Portfolio, o fundo do Ray Dalio da Bridgewater Associates, encerrou em queda de -8,58%, afetado principalmente pela deterioração do dólar frente ao real no mês de janeiro.

RBR RE Global fundo em parceria com a gestora RBR, é o primeiro fundo de REITs do Brasil oferecendo ao investidor a oportunidade de aplicar no setor imobiliário americano. O Fundo fechou o mês de janeiro com retorno positivo em –6,10% e fechou 2021 com retorno de 38,43%.

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As informações apresentadas são de caráter meramente informativo, não constituindo e nem devendo ser interpretadas como análise, oferta ou recomendação de qualquer investimento, ou sugestão por parte da Vitreo. Os ativos apresentados podem não ser adequados para todos os investidores. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base nas suas característica e objetivos pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento. Recomendamos que você conheça as características e riscos dos ativos e mercados antes de investir. Lembrando que retornos passados não garantem retornos futuros e não há nenhuma garantia de retorno. As rentabilidades apresentadas não são líquidas de impostos. A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo. Para consultar informações e riscos do seu investimento, acesse www.empiricusinvestimentos.com.br.

Um abraço,

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