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Poupança: saiba como funciona, quanto rende e se a aplicação ainda vale a pena

A aplicação em poupança é um dos investimentos mais tradicionais do Brasil. Saiba como funciona, quanto rende e se vale a pena manter dinheiro na poupança.

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Data de publicação
14 de setembro de 2022
Imagem representando a poupança, mostrando um cofre de porquinho com moedas

A poupança é uma das mais antigas formas de se guardar dinheiro no Brasil. No entanto, pela sua baixa rentabilidade, muitos investidores não chegam a dizer que ela seja um investimento de fato.

Contudo, mesmo com a baixa rentabilidade da poupança, estima-se que aproximadamente 67 milhões de brasileiros possuem ao menos R$ 100 guardados na caderneta. Isso evidencia que ela ainda é o primeiro contato dos brasileiros com o mundo dos investimentos.

Vale dizer que a poupança possui uma dinâmica própria em relação à rentabilidade oferecida pelos investidores, sendo que no comparativo com outros ativos de renda fixa, ela pode ficar muito aquém.

Além disso, dependendo da inflação da economia, em algumas épocas a rentabilidade da poupança pode não acompanhar a alta generalizada de preços, e isso pode representar perda no poder de compra futura para o investidor.

O que é a Poupança?

A palavra poupança refere-se ao ato de poupar. Ou seja, é quando uma pessoa deixa de consumir um determinado bem ou serviço no valor presente, para fazer esse consumo no futuro.

Esse valor que fica aplicado em uma instituição financeira, é usado por ela para fazer empréstimos a empresas, ou para o governo que usa o valor para cobrir eventuais déficits nas contas públicas.

Portanto, há uma relação direta entre poupança, investimentos e gasto público na economia. E para que um investidor exerça de fato o ato de poupar, ele precisa criar uma caderneta de poupança.

O que é a caderneta de poupança?

A caderneta de poupança é a conta registrada em um dos bancos brasileiros que paga uma taxa de juros mensalmente para o poupador. Essa rentabilidade segue um padrão, e por isso não há diferença de um banco para o outro.

Quem determina qual será a rentabilidade da caderneta de poupança é o Banco Central do Brasil, e atualmente ela segue duas regras.

A primeira vale para quando a taxa Selic está abaixo de 8,5% ao ano, e nesse caso o rendimento da poupança será de 70% do valor da taxa Selic.

A segunda regra é quando a taxa Selic ultrapassa o percentual de 8,5% ao ano. Nesse caso, a rentabilidade da poupança passa a ser de 0,5% ao mês e mais TR (Taxa Referencial).

Quando surgiu a poupança no Brasil?

O surgimento da poupança no Brasil aconteceu no século XIX, mais precisamente no ano de 1861, quando Dom Pedro II instituiu e regulamentou a Caixa Econômica Federal no Brasil. A poupança foi criada por meio do decreto nº 2.723 de 12 de janeiro daquele ano.

Na ocasião, a poupança era destinada exclusivamente para pessoas de baixa renda e era inteiramente garantida pelo império. A Caixa Econômica Federal era a responsável por guardar e remunerar essas aplicações.

Em 1964 com a lei nº 4.380 a poupança passou a ser remunerada em 0,5% ao mês e mais taxa referencial. Na década de 80 foi instituída a data de aniversário do depósito da poupança que perdura até hoje.

A última mudança significativa foi em 2012, quando uma nova regra estabeleceu que quando a taxa Selic for igual ou inferior a 8,5% ao ano, a poupança passa a render 70% da Selic, voltando à regra antiga somente quando a Selic ultrapassar esse valor anual. A mudança ficou conhecida como nova poupança.

Como funciona a poupança?

A poupança constitui o ato de poupar que pode ser feito por meio de uma caderneta de poupança que remunera o investidor com uma determinada taxa de juros.

Para isso, é preciso que o interessado abra uma conta poupança em uma instituição financeira, preenchendo uma ficha-proposta de abertura de conta. Esse é o contrato entre a instituição financeira e o cliente.

No momento da abertura serão solicitados alguns documentos como CPF, RG ou CNH, comprovante de residência e de renda. Em alguns casos a instituição pode solicitar outros documentos, uma vez que ela pode estabelecer critérios próprios para a abertura.

Logo após assinados o contrato o banco deverá fornecer ao cliente uma cópia dele, para que o mesmo tenha ciência dos seus deveres e direitos como poupador. Com a conta poupança aberta basta então realizar os depósitos mensais para receber os famosos juros da poupança.

Taxas e custos da poupança

O que faz da poupança um dos investimentos mais populares no Brasil é o fato dela não possuir nenhum custo. Inclusive, é possível fazer uma caderneta de poupança para filhos em qualquer idade que eles estejam.

Nesse sentido, não há cobrança de taxa de manutenção, tarifa de abertura, taxa de administração e nem taxa de performance sobre a poupança.

Ademais, também não é cobrado imposto de renda sobre a poupança. Entretanto, é válido dizer que mesmo não possuindo nenhum desses custos, a rentabilidade da poupança ainda fica aquém de outros investimentos do mercado.

Tributação da poupança

As pessoas físicas que decidirem investir em poupança não precisam se preocupar com a tributação da poupança, pois não pagam absolutamente nada de imposto de renda sobre a rentabilidade do investimento, sendo esse um dos motivos que leva muita gente a optar por ela.

As pessoas jurídicas, por outro lado, pagam 22,5% de IR, tornando esse tipo de aplicação ainda menos atrativa quando comparada com outras possibilidades disponíveis no mercado.

Rentabilidade da poupança

A rentabilidade da poupança segue duas regras distintas. Quando a taxa Selic for maior do que 8,5% ao ano, o seu rendimento será de 0,5% ao mês acrescido da Taxa Referencial (TR).

Entretanto, quando a taxa Selic for menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança passará a render 70% da taxa Selic e mais TR. Essa é uma regra nova que passou a valer para os depósitos feitos a partir do dia 04 de maio de 2012, ficando conhecida como “nova poupança”.

A partir da criação dessa nova regra, a Taxa Selic passou a ser um importante balizador das taxas de juros praticadas no Brasil.

Liquidez da poupança

Um dos maiores motivos que ainda faz muita gente optar pelo investimento na poupança é a sua alta liquidez. Pois, a qualquer momento você pode resgatar a aplicação.

Esse é um dos pontos que diferencia a poupança dos demais investimentos que em sua maioria possuem um prazo para resgate. Entretanto, de uns tempos para cá surgiram no mercado CDB´s de resgate automático com rentabilidade melhor do que a poupança.

Normalmente esses CDB´s possuem a sua rentabilidade atrelada à Selic, sendo que quando ela está acima dos 8,5% ao ano, o prêmio pago pelo CDB pode ser bem superior que o prêmio pago pela poupança.

Aniversário da poupança

Há uma grande diferença entre o resgate da poupança do resgate de um CDB de liquidez diária. Nesse segundo caso, você recebe juros diariamente pelo valor aplicado, independentemente de quantos dias o dinheiro ficou lá.

Já a poupança tem a sua data de aniversário. Ela representa a virada do mês da aplicação. Por exemplo, se você colocou um determinado valor na poupança no dia 01 de um mês, a remuneração só acontecerá no dia 01 do mês seguinte.

Se o resgate acontecer um dia antes do aniversário da poupança, toda a rentabilidade desse período será perdida. No caso das pessoas jurídicas, o período de rendimento é trimestral, também contado a partir do aniversário da conta.

É preciso considerar que para contas abertas nos dias 29, 30 e 31 do mês o aniversário da poupança será no dia 1º do mês seguinte.

Resgates da poupança

O resgate da poupança é feito do depósito mais antigo até o mais novo, onde o que entra primeiro é o que sai primeiro. Além disso, na data de aniversário de um depósito, a remuneração vai recair sempre sobre o menor saldo do período.

Para exemplificar, considere que você tenha aplicado R$ 1 mil no dia 05 na poupança, e antes do próximo dia 05 você tenha resgatado R$ 500. Quando a poupança completar o aniversário no próximo dia 05, a rentabilidade será somente sobre R$ 500.

Qual é o rendimento da poupança hoje?

A poupança é regida por duas regras que definem a sua rentabilidade. Portanto, em cada época do ano, a remuneração pela aplicação do dinheiro na poupança pode mudar em virtude da mudança de regras.

No ano de 2024, a Selic está em 11,25% ao ano, e o rendimento da poupança passou a ser desde então de 0,5% ao mês e mais TR. Portanto, essa é a rentabilidade atual de quem investe na caderneta de poupança hoje.

Vale destacar que diante de uma taxa Selic alta, a rentabilidade da poupança pode ficar muito abaixo de outros investimentos de renda fixa que estão disponíveis no mercado.

Como a inflação afeta o rendimento da poupança?

A inflação foi um fantasma que assolou o Brasil na década de 80 e início da década de 90. Ela consiste em uma alta generalizada de preços durante um determinado período de tempo.

Em uma economia inflacionária grande parte das pessoas perdem poder de compra, pois o dinheiro que receberam de salário passa a ter menos valor alguns dias depois. Em resumo, com a mesma quantidade de dinheiro você compra menos produtos.

E, dependendo do cenário econômico, o rendimento da poupança pode ser inferior à inflação. Vamos imaginar o período de 01 de janeiro a 01 de maio de 2022. Nesse período, o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) foi de 4,29%.

Já a rentabilidade da poupança nesse mesmo período foi de aproximadamente 2,57%. Ou seja, quem colocou R$ 1 mil na poupança em janeiro, mesmo considerando a rentabilidade recebida, tem menos poder de compras no dia 01 de maio por conta da inflação.

Por isso, sempre antes de investir em um determinado ativo é preciso acompanhar a evolução da inflação, para avaliar até que ponto ela pode corroer a rentabilidade do investimento.

Por exemplo, se houver uma inflação acima da rentabilidade da poupança por dez anos consecutivos, o seu dinheiro aplicado, mesmo considerando toda rentabilidade do período, vai ter um poder de compra muito inferior. Isso exige muita atenção.

Quais são as vantagens de investir na poupança?

Investir na poupança tem as suas vantagens e desvantagens que precisam ser colocadas na balança. Afinal, é um investimento que é muito fácil de fazer, tem uma alta liquidez e é bem cômodo para quem utiliza. Geralmente, a poupança é mais procurada por quem tem um perfil de investidor conservador.

Capitalização mensal

Uma das vantagens da poupança é que ela possui uma capitalização mensal, sendo que todo mês no aniversário dela, o investidor já passa a ter a remuneração dos juros sobre o valor investido.

No entanto, esse é um ponto que pode ser visto como negativo também por muita gente, uma vez que por meio deste mecanismo é preciso esperar um mês inteiro para receber os juros do depósito que foi feito.

Outras aplicações pós-fixadas de renda fixa como CDB, LCI, LCA e Fundos DI são corrigidos diariamente, e por isso podem ser vistos como opções melhores.

Garantia e segurança

A poupança possui a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que garante até R$ 250 mil investidos por instituição, limitados a até 4 instituições do mesmo titular.

Quais as desvantagens de investir na poupança?

Assim como a poupança tem as suas vantagens, ela também apresenta algumas desvantagens para os investidores. Afinal, a rentabilidade dela pode ser inferior a de outros títulos de renda fixa, assim como ela também pode ser inferior à inflação.

Principal não corrigido

Um outro ponto que precisa ser levado em consideração é para quem deseja acumular patrimônio e viver de renda passiva.

Nesse caso, se você usar os juros da poupança para viver, o valor do principal não será corrigido pela inflação, e no longo prazo o seu patrimônio será corroído por ela.

Isso já não acontece com investimentos em ações e fundos imobiliários nos quais é possível gastar os dividendos e ainda assim ver o valor das cotas ou ações serem valorizados no decorrer do tempo.

Baixa rentabilidade

Uma outra desvantagem de se investir na poupança é que a rentabilidade dela é muito inferior quando comparada a outros ativos de renda fixa, principalmente quando a taxa Selic está elevada.

Mesmo considerando que investimentos em CDB, LCI ou LCA incidem imposto de renda, ainda assim a rentabilidade é superior à poupança quando a taxa Selic está elevada. Esse é o caso no ano de 2022, com a Selic chegando a 12,75% ao ano.

Vale a pena investir na poupança?

Mesmo diante das facilidades que a poupança possui, há diversas outras alternativas no mercado que são mais atraentes e que também possuem a mesma segurança para o investidor.

No entanto, é válido salientar que a poupança pode ser uma opção para quem está começando a querer construir a sua reserva de emergência e possui um valor muito pequeno no mês para aplicar.

Como ela não tem custo algum e ainda conta com a garantia do FGC, possibilitando o investidor a usar o capital em qualquer momento, essa pode ser uma boa opção pela sua facilidade de acesso.

Entretanto, para quem já possui uma reserva de emergência construída e está em busca de garantir mais tranquilidade para o futuro, a poupança é um investimento que pode deixar a desejar.

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Quais são os investimentos mais atrativos que a poupança?

Com o avanço da tecnologia, o acesso a outros investimentos está se tornando cada vez maior, o que possibilita aos investidores escolherem outros ativos além da poupança.

Alguns possuem, inclusive, riscos muito baixos, com uma rentabilidade bem superior à poupança. Vamos falar sobre cada um deles.

CDB

O CDB (Certificado de Depósito Bancário), é uma alternativa à poupança. Ele é um título emitido por um banco com o objetivo de captar recursos para financiar suas atividades. Digamos que ao adquirir um título CDB você está emprestando dinheiro ao banco.

A liquidez do CDB é diária, e o seu grande diferencial em relação à poupança é que os juros são creditados diariamente. Isso permite sacar o dinheiro antes do aniversário da aplicação sem ter nenhum prejuízo.

Além disso, o CDB também conta com a cobertura FGC. E a sua única desvantagem é que a aplicação tem incidência de Imposto de Renda que varia entre 15% a 22,5% dependendo do prazo de resgate da aplicação.

No entanto, quando a taxa Selic está elevada, essa é uma boa alternativa de investimento, pois alguns bancos ou corretoras podem oferecer opções que superam os 100% do CDI que costuma ser muito próximo da Selic.

Títulos Públicos

Os títulos públicos são outra alternativa de investimento que pode oferecer uma rentabilidade superior à poupança. Nesse caso, ao invés de emprestar dinheiro ao banco, você está emprestando dinheiro ao governo.

Os títulos públicos são considerados, inclusive, a aplicação mais segura do Brasil. A sua rentabilidade pode ser prefixada ou pós-fixada sendo essa última amparada na taxa Selic ou até mesmo no IPCA.

Esses títulos podem ser adquiridos na plataforma do Tesouro Direto, por meio de uma corretora de valores ou de um banco. Assim como o CDB, eles também possuem a incidência de Imposto de Renda que varia entre 15% a 22,5%, dependendo do prazo de resgate.

Além disso, é preciso também pagar uma taxa de custódia à B3 para ter o título. No entanto, apesar do custo, a rentabilidade costuma ser superior à poupança.

LCIs e LCAs

Outra possibilidade de investimento de renda fixa são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) que também possuem garantia do FGC.

Nesse caso, ao investir em uma dessas alternativas, você está investindo diretamente em algum dos setores acima citados, uma vez que o capital obtido com os investimentos é direcionado para empréstimos feitos para empresas do setor.

Um dos pontos positivos desse tipo de investimento é que ele é isento de Imposto de Renda, e costuma ter uma rentabilidade maior do que a poupança. Por isso, essa pode ser uma boa alternativa.

Fundos de Renda Fixa

Os fundos de investimento de renda fixa são negociados na Bolsa de Valores, sendo que qualquer pessoa pode adquirir uma cota deles. O gestor do fundo escolhe ativos de renda fixa para compor o fundo.

Os ativos podem ser títulos públicos, letras de crédito e até mesmo CDB´s. Geralmente, os fundos de renda fixa possuem uma rentabilidade superior à poupança, embora eles não contem com a garantia FGC.

É importante frisar que há cobrança de taxa de administração, assim como incidência de imposto de renda sobre os rendimentos do fundo.

De modo geral, vimos neste artigo que a poupança apesar de ser um dos investimentos mais populares no Brasil, não é uma das melhores opções de investimento pela sua baixa rentabilidade na comparação com outros ativos seguros.

Entretanto, para quem está em busca de construir a sua reserva de emergência, ela pode ser uma alternativa, embora aplicações como o CDB de resgate automático possam ser uma opção melhor para esse caso.

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Como investir na poupança?

Para investir na poupança é preciso abrir uma caderneta de poupança em uma instituição bancária, sendo que os documentos a serem apresentados podem variar de banco para banco, mas geralmente consiste em CPF, RG, comprovante de residência e de renda.

Banco pode negar abrir uma conta poupança?

Embora seja criada pelo governo, quem decide sobre a abertura de uma conta poupança é o banco, e ele pode criar alguns impeditivos para abrir a conta de um cliente, como por exemplo, impedir que pessoas com dívidas internas na instituição abram uma conta poupança lá.

Quanto está rendendo a poupança?

A rentabilidade da poupança é de 0,5% ao mês e mais TR, o que totaliza 6,17% ao ano. Essa rentabilidade pode mudar de acordo com a taxa Selic, uma vez que existem duas regras que determinam a rentabilidade da poupança no Brasil.

A poupança rende mais que o CDB?

A poupança costuma render menos do que o CDB, embora não haja incidência de Imposto de Renda sobre a rentabilidade dela, coisa que não acontece com a rentabilidade do CDB. Entretanto, quanto mais alta for a taxa Selic maior será a diferença entre o rendimento do CDB e da poupança.

Há incidência de Imposto de Renda sobre a poupança?

Não. A poupança é um investimento isento de Imposto de Renda, diferente dos títulos do Tesouro Direto e do CDB que possuem incidência do IR sobre a rentabilidade que pode variar de 15% a 22,5% dependendo do prazo de resgate.