Aquisição Hostil: o que é, como funciona e por que esse tipo de operação ocorre no mercado?

Não é incomum nos depararmos com a fusão de duas companhias. Muitas vezes esse processo ocorre de forma amigável, atendendo aos interesses mútuos. Entretanto, há também cenários de aquisição hostil, em que a diretoria da empresa-alvo não concorda com o negócio.

Mas, o desinteresse de uma das partes não impede que a fusão ocorra, já que há meios legais para que o processo seja finalizado, como é o caso da aquisição hostil. 

O que é Aquisição Hostil?

Uma aquisição hostil ou hostile takeover é um termo usado para descrever o processo pelo qual uma companhia toma o controle de outra sem que seja do interesse de uma das diretorias. Em suma, essa não aceitação por uma das partes é a principal característica deste tipo de aquisição.

Para que isso ocorra, a empresa-alvo precisa ter suas ações listadas na bolsa e despertar o interesse de uma grande companhia ou de um investidor com muitos recursos. 

Como funciona a Aquisição Hostil?

O processo dessa aquisição agressiva pode ocorrer de duas formas:

• Oferta Pública de Aquisição (OPA): a empresa interessada propõe um valor pelas ações da companhia-alvo, geralmente oferecendo uma boa compensação financeira para os acionistas interessados. Dessa forma, se a maioria dos detentores das ações aceitarem o acordo, o controle da empresa passará para um novo grupo, mesmo não havendo concordância dos gestores atuais;
• Disputa entre acionistas: quando os acionistas de uma empresa não estão alinhados, aqueles com menos poder no conselho administrativo podem influenciar outros acionistas minoritários para que juntos eles tenham forças suficientes para mudar os rumos da empresa, considerando inclusive vendê-la.

Quais os motivos por trás de uma aquisição hostil?

A tentativa de tomar o controle de uma empresa “à força” pode ser desencadeada por vários fatores, como:

• A empresa que faz a oferta está interessada em expandir os negócios ocupando outro setor do mercado, no qual a empresa-alvo já atua;
• Acionistas controladores desejam fazer mudanças profundas na companhia;
• Uma empresa deseja dominar a fatia de mercado, a tecnologia e a logística que estão no poder de uma concorrente;
• A empresa que faz a oferta acredita que a companhia-alvo necessita de uma gestão melhor.

Aquisição Hostil no Brasil

No Brasil ocorreram muitos casos de aquisições hostis e também tentativas. Um dos mais famosos aconteceu em 2006, quando a Sadia tentou comprar a concorrente Perdigão. Entretanto, a empresa-alvo resistiu e o negócio não foi concluído.

Mas em 2009 o mundo passava por uma grande crise financeira e as duas companhias enfrentavam problemas, por isso acabaram fundidas e dessa união nasceu a Brasil Foods.

Já em 2018 a Energiza adquiriu a distribuidora de energia Eletropaulo. A oferta inclui um valor pelas ações acrescido de um prêmio para os acionistas.

Como as empresas podem se proteger de uma aquisição hostil?

Ao longo do tempo as empresas criaram mecanismos para se defenderem desse tipo de aquisição. Dentre os mais famosos estão as poison pills, ou pílulas de veneno em português.

De forma resumida, as poison pills estabelecem regras no estatuto das empresas que dificultam sua aquisição por um único acionista. Isso é feito, por exemplo, com a criação de um teto máximo de ações que um único investidor pode ter.

Assim, se alguém tentar uma aquisição hostil de uma companhia, acabará esbarrando em um limite de compra que será definido por cada empresa e pode sofrer variações.