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Investimentos

Coinbase (C2OI34): Retomada do mercado de criptomoedas impulsiona resultados do 3T25; confira análise

As linhas de resultado da Coinbase foram analisadas dentro do contexto do mercado volátil de criptomoedas. Leia mais.

Por Enzo Pacheco, CFA

03 nov 2025, 13:14

Atualizado em 03 nov 2025, 13:14

coinbase criptomoedas bitcoin

Imagem: iStock

Na quinta-feira (30), após o fechamento dos mercados, a Coinbase (NASDAQ: COIN | B3: C2OI34) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025. Apresentando receita e lucro acima das expectativas dos analistas, o que fez com que as ações subissem quase 3% no pregão estendido e mais de 4% na sexta-feira (31).

Um breve disclaimer do porque iremos “fugir do padrão” de nossas análises e fazer comparações sequenciais (3T25 vs. 2T25) dos indicadores ao invés de comparações anuais, como vocês leitores estão acostumados aos nossos relatórios de resultados.

O mercado de criptoativos não segue padrões sazonais convencionais, ele é muito mais cíclico e fortemente influenciado por preços de ativos, liquidez e volumes de negociação que podem variar drasticamente em poucos meses.

Comparar com o mesmo trimestre do ano anterior pode gerar grandes distorções, pois o contexto de mercado pode ter mudado completamente. O objetivo é mostrar tendência de execução no curto prazo, e não um crescimento anual que poderia mascarar a volatilidade do ciclo anterior.

Análise do 3T25 de Coinbase de olho nas linhas de receita

Retomando os financials da companhia, a receita líquida da Coinbase totalizou US$ 1,793 bilhão, crescimento de 26,3% na comparação trimestral, impulsionada principalmente pela retomada da atividade de negociação e pelo avanço das linhas de assinaturas e serviços

Abrindo por linha de receita, a linha de Transações (Transaction Revenue)totalizou US$ 1,046 bilhão, incremento de 37% em relação ao trimestre anterior.O crescimento foi mais puxado tanto no segmento de varejo (US$ 843,5 milhões, +29,8% na comparação trimestral), quanto no institucional (US$ 135 milhões, +122%).

Já a linha de Assinaturas & Serviços (Subscription and Services), somou uma receita de US$ 746,7 milhões (+13,8 vs. 2T25), sustentada por fortes fluxos positivos em todas as verticais.

A linha de stablecoins foi novamente o principal destaque, com receita de US$ 354,7 milhões, avanço de 7% trimestre contra trimestre, refletindo o aumento da circulação e uso do USDC (stablecoin).

O saldo médio de USDC mantido em produtos Coinbase cresceu 9% em relação ao trimestre anterior, somando US$15 bilhões, enquanto o saldo médio mantido fora da plataforma aumentou 12%, para US$ 53 bilhões. No agregado, a capitalização de mercado do USDC subiu em aproximadamente US$ 12 bilhões entre o fim do segundo e o terceiro trimestre, com os clientes da Coinbase respondendo pela maior parte desse crescimento.

Lucro líquido de COIN supera em mais de 35% as expectativas

O lucro operacional totalizou US$ 481 milhões, com margem operacional de 25,7%, revertendo o prejuízo de US$ 24,650 milhões do trimestre anterior. Mesmo com a incorporação da Deribit (plataforma de negociação de derivativos de criptomoedas)e os investimentos contínuos em tecnologia, compliance e segurança, as despesas operacionais permaneceram praticamente estáveis, totalizando US$ 1,39 bilhão.

A linha final do resultado trouxe um lucro líquido de US$ 432,552 milhões, ou US$ 1,50 por ação, superando em 36,4% as expectativas de mercado de US$ 1,10.

Para o próximo trimestre, a companhia projeta receita de Assinaturas & Serviços entre US$ 710 milhões e US$ 790 milhões, impulsionado pelo crescimento na capitalização de mercado do USDC e pelos assinantes do Coinbase One, compensado por cortes nas taxas de juros.

Mesmo diante de um cenário de menor atividade e efeitos não recorrentes sobre as despesas, a Coinbase segue avançando na consolidação de um ecossistema robusto de produtos financeiros onchain.

O que achamos de investir em Coinbase?

Em resumo, o bom desempenho da exchange de criptoativos ocorreu em meio a uma retomada das negociações com criptomoedas, impulsionada pelos esforços contínuos dos reguladores federais dos EUA para reduzir as regulamentações sobre empresas de ativos digitais sob o governo do presidente Donald Trump.

Além disso, a estabilização das relações comerciais entre os EUA e a China durante os meses de verão também contribuiu para a melhora do sentimento dos investidores.

Outro fator de destaque foi a aquisição e consolidação da Deribit, adicionando cerca de US$52 milhões em receita e ampliando a presença da companhia no segmento de derivativos, que se tornou um importante motor de monetização.

Por fim, a companhia também trouxe métricas operacionais importante, onde o volume total negociado cresceu 24% no trimestre, atingindo US$ 295 bilhões, enquanto os ativos na plataforma subiram para US$ 516 bilhões e os ativos sob custódia atingiram um recorde de US$ 300 bilhões, frente aos US$ 441 bilhões e US$ 257 bilhões observados no trimestre anterior, respectivamente. 

A tese estrutural permanece intacta, sustentada por maior previsibilidade regulatória, expansão da adoção institucional e aumento da participação do USDC como vetor de monetização mais estável.

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.