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Investimentos

Dividendos, rentabilidade e mais: Por que seguimos construtivos com as ações do Itaú (ITUB4)?

Após conversa com a equipe de RI do Itaú, fizemos uma manutenção de nossa expectativas para as ações. Confira.

Por Larissa Quaresma, CFA

24 jul 2025, 11:11

Atualizado em 24 jul 2025, 11:11

Conversamos com o time de relação com investidores do Itaú (ITUB4), o que manteve as nossas boas perspectivas para a operação ao longo do ano. O guidance, que aponta para um lucro de R$ 45 bilhões em 2025 em nossas estimativas, segue factível e implica um crescimento de 9% no ano. Novamente, a ausência de surpresas é uma boa notícia, especialmente dados os primeiros sinais de aumento de inadimplência no sistema financeiro nacional.

A maior Selic desde 2006 desacelera a concessão de crédito naturalmente; contudo, provavelmente de forma mais suave para o Itaú do que para os pares. Mesmo com o repasse de taxas maiores, acreditamos que o banco segue com boa expansão no crédito imobiliário, sustentando o crescimento da carteira. Por outro lado, antevemos alguma desaceleração no crédito de veículos.

Ainda, vale notar que a valorização do real pode trazer efeitos cambiais negativos na carteira da América Latina ex-Brasil, que representou 17% do portfólio total no 1T25. Excluindo esse efeito, seguimos confiantes no atingimento do guidance, que aponta para crescimento de 7,5% na carteira de crédito no ano.

Estratégia do Itaú mantém diferenciação dos pares em inadimplência

Em termos de inadimplência, a estratégia conservadora do banco deve seguir o diferenciando dos pares nos resultados. Os índices de atraso têm subido nos últimos meses para o sistema financeiro como um todo, especialmente no crédito a pessoas físicas e pequenas e médias empresas.

O Itaú, contudo, segue focando seu crescimento em clientes de baixo risco, o que deve o proteger neste momento do ciclo de crédito. Com isso, esperamos que as provisões para inadimplência fiquem estáveis no 2T25, ainda que os índices de atraso possam mostrar leve alta. Portanto, em linha com o atingimento do guidance, que prevê crescimento de 6% nessa despesa (abaixo do crescimento da carteira de crédito).

Na parte de serviços, esperamos alguma pressão nas receitas de Investment Banking (assessoria de M&A e emissões no mercado de capitais), assim como na parte de serviços de Conta Corrente – neste último caso, em linha com a tendência dos últimos anos. Por outro lado, as comissões de cartões devem seguir fortes, refletindo a economia em expansão.

Também na ponta positiva, as taxas de performance em administração de recursos devem seguir em expansão. Assim, tudo aponta para o cumprimento do guidance, que aponta para +6% nas receitas de serviços no ano.

Finalmente, as despesas operacionais e administrativas também devem seguir sem surpresas. A fase de transformação digital ficou para trás, com perspectiva de desligamento do mainframe do banco em breve. Agora, a companhia entra em um viés de transformação da experiência do cliente, o que pode, inclusive, envolver a redução do quadro das “agências laranjas”, voltadas para a base da pirâmide de clientes. Para este ano, as despesas devem crescer em linha com o guidance, de +7% em 2025.

Ações ITUB4 na carteira: Veja números

Em suma, acreditamos que o lucro do Itaú deve seguir crescendo, com manutenção do ROE em torno de 23% – um dos maiores da indústria financeira. Reconhecemos o valuation premiado, com múltiplo preço/valor patrimonial de 1,9x, o que, entretanto, é um prêmio justo pela execução previsível e rentabilidade superior aos pares.

Daqui para frente, esperamos que a ação acompanhe o crescimento do lucro, sem tanto espaço para expansão de múltiplos – embora já tenhamos falado isso anteriormente e o múltiplo continue a crescer.

Negociando a 7,8x seu lucro estimado para 2026, mantemos as ações ITUB4 na carteira, como um forte pagador de dividendos (dividend yield de 10% nos próximos 12 meses), que confere carrego ao portfólio.

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.