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O balanço trimestral do Banco do Brasil (BBAS3) não animava muito o mercado para este segundo trimestre. Apesar do consenso tender para números fracos, o resultado acabou sendo ainda mais desanimador.
No 2T25, o BB reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, uma queda de 60% em relação ao ano anterior, e um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de apenas 8%.
Ainda no balanço, o novo guidance do Banco do Brasil foi atualizado para R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões de lucro previsto em 2025, uma redução considerável nas estimativas de maio (R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões).
Principal “vilão” do balanço do Banco do Brasil é o agronegócio
Conforme explica a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, o resultado do banco trouxe uma máxima histórica na inadimplência do agro.
“O crédito agrícola é muito cíclico. Nas projeções da Safra 2024/25, feita no meio do ano passado, a soja e o milho estavam em patamares muito mais altos. Ninguém esperava que Trump fizesse um movimento tão brusco e tão cedo no governo, que empurrou o preço das commodities a quedas de 15% a 20%. Isso gerou um crédito meio ‘impagável’ apesar da produtividade recorde que tivemos neste ano-safra,” comenta Quaresma.
Para o próximo trimestre, os dirigentes do banco deram a entender que os números deverão continuar pressionados no setor agrícola – que representa cerca de 30% da carteira de crédito do BB. As informações são do balanço divulgado na quinta-feira (14) e da teleconferência, nesta sexta-feira (15).
Comprar ou vender BBAS3? Veja o que analista e CIO da Empiricus indicam
Sobre o resultado do 2T25, a avaliação da casa é negativa.
“Os principais dados vieram piores que o consenso do mercado. Qualitativamente veio em linha com o que a gente esperava, mas a magnitude foi ainda abaixo”, diz Quaresma, e completa: “Não é trivial, é uma trajetória de recuperação de rentabilidade difícil.”
Nesta toada, Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, afirma que não vê atratividade nas ações.
“Com o que temos hoje na mesa, BBAS3 não é atrativo. Porém, não dá para ‘shortear’, daqui a pouco entra o fator eleitoral e o downside pode ser reduzido”, comenta.
“Permanecemos com uma recomendação neutra para BB, ainda não vemos uma boa assimetria nos preços atuais, o retorno sobre patrimônio líquido está consideravelmente abaixo. Mas é uma ação que ficamos com o ‘dedo no gatilho’ para comprar mais ou vender, porque não está claro o que vai acontecer ainda”.
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