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A Eneva (ENEV3) divulgou sua prévia operacional referente ao segundo trimestre de 2025, trazendo dois pontos de destaque: um expressivo aumento na geração de energia e a antecipação de contratos de geração, o que deve impactar positivamente a receita ainda neste ano.
No 2T25, a geração bruta de energia alcançou 1.533 GWh, representando um crescimento robusto de 218% em relação ao mesmo período de 2024. Esse salto na produção da Eneva foi impulsionado por níveis de precipitação abaixo da média nos subsistemas Norte e Nordeste — uma condição que favorece o despacho térmico —, embora parcialmente compensado por uma redução de carga no sistema, reflexo de temperaturas mais amenas durante o trimestre.
Novos contratos devem melhorar performance da Eneva nos próximos meses
Além dos números expressivos, a companhia trouxe uma sinalização positiva ao antecipar contratos de geração, o que deve contribuir diretamente para a melhora da sua performance financeira ao longo do ano, fortalecendo a visibilidade sobre a receita no curto prazo.

Apesar do aumento expressivo na geração de energia ser, sem dúvida, uma notícia positiva, é importante relativizar: o despacho médio no trimestre foi de apenas 14%, ainda distante tanto da capacidade plena da Eneva quanto dos patamares registrados em períodos de crise hídrica mais aguda.
A maior utilização dos ativos — especialmente no Complexo Parnaíba — impulsionou a produção de gás natural, que avançou de 0,10 para 0,37 bilhão de metros cúbicos (bcm) no período. Ainda assim, as reservas permanecem em níveis bastante confortáveis, somando 45,4 bcm, o que garante uma margem operacional segura e previsibilidade no suprimento de energia térmica.

No segmento de geração solar, a elevada disponibilidade operacional de 98% confirmou a normalização da Usina Futura I, após os contratempos enfrentados no final de 2024. No entanto, as restrições impostas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) à geração renovável — os chamados curtailments — continuam comprometendo o desempenho do ativo. Como resultado, a geração bruta, já descontadas essas limitações, recuou de 370 GWh no segundo trimestre de 2024 para 339 GWh no 2T25.
Ainda assim, é importante contextualizar: essas restrições já eram amplamente esperadas, a contribuição da energia solar no portfólio consolidado da Eneva é marginal, e a forte alta na geração termelétrica compensou, com sobras, a queda observada no segmento solar. Em outras palavras, o impacto prático é limitado.
Boa notícia: ENEV3 antecipa contratos
Para além disso, a Eneva trouxe uma novidade relevante ao mercado ao anunciar a antecipação de contratos referentes a usinas antes descontratadas, que haviam vencido o leilão de capacidade de 2021 e cujo início de suprimento estava previsto apenas para julho de 2026. Agora, parte dessa capacidade será ativada com quase um ano de antecedência: 166 MW da UTE Viana passam a operar já em agosto de 2025, enquanto 291 MW das UTEs Geramar I e II e outros 39 MW da Parnaíba IV começam em outubro do mesmo ano.
Esses contratos representam uma receita fixa anual de aproximadamente R$ 362 milhões. Em contrapartida, haverá a necessidade de repasse de R$ 122 milhões, além da emissão de 4,4 milhões de ações em favor dos antigos proprietários de Geramar e Viana, conforme cláusulas contratuais de compensação em caso de antecipação. Mesmo assim, o saldo líquido da operação é positivo para a companhia.
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É relevante destacar ainda que, apesar da antecipação do início do fornecimento, os prazos finais de vigência dos contratos permanecem os mesmos — com término em julho de 2041.
Ou seja, a Eneva garantiu quase um ano adicional de operação e geração de receita, sem comprometer a duração contratual original. Negociando a um múltiplo EV/EBITDA de 7,3x e com boas perspectivas de crescimento à frente, a Eneva segue como posição estratégica no portfólio.
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