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As ações da Eneva (ENEV3) têm sido um dos destaques positivos da Bolsa no segundo semestre, reflexo de várias notícias positivas que surgiram desde julho.
Para começar, a companhia conseguiu antecipar o início de usinas descontratadas que haviam vencido o leilão de capacidade de 2021 e que tinham perspectiva de início de suprimento apenas em julho de 2026.
Eneva reportou bons resultados no 2T25
Em seguida, ela reportou bons resultados relativos ao 2T25, com melhora dos despachos nas termelétricas. Mas o que chamou a atenção foi a linha de comercialização de gás, relativamente nova, mas que já mostra grande potencial.
O 2T25 mostrou o primeiro trimestre 100% operacional do segmento de comercialização de gás Off-Grid, que consiste na venda do gás natural liquefeito nas plantas do Complexo Parnaíba – o ebitda dessa nova linha foi de R$ 78,5 milhões no trimestre, com uma margem de 60%.
Mais do que o resultado positivo, vale destacar a flexibilidade que o segmento Off-Grid traz à companhia, que fica menos dependente de despachos para monetizar o enorme volume de gás de suas reservas.
A comercialização On-Grid (que consiste na compra e venda de gás de terceiros no Hub Sergipe, ligado à TAG) contribuiu com mais R$ 130 milhões no trimestre.
No consolidado, a comercialização de gás já respondeu por 12,5% do ebitda do trimestre, com espaço para continuar crescendo.
Leilão de Capacidade 2026 sofreu ajustes que beneficiam a companhia
Por fim, vale mencionar o Leilão de Capacidade 2026, que sofreu ajustes importantes que beneficiam a Eneva. Na modelagem inicial, usinas térmicas a gás desconectadas de gasodutos disputariam os mesmos contratos com usinas conectadas a gasodutos, mesmo sendo produtos bastante distintos.
Pegando como exemplo as Usinas do Complexo Parnaíba da Eneva, elas não precisam estar ligadas a gasodutos de transporte pois recebem o gás diretamente de suas reservas, o que as tornam mais eficientes em termos de custos.
Para superar essa desvantagem das conectadas (que pagam mais tarifas e dependem de gás de terceiros), a modelagem inicial propunha que as usinas que dependem de gasodutos pudessem repassar os custos de transporte de gás para os consumidores finais, de modo que o lance mais baixo não necessariamente se traduziria em energia elétrica mais barata para o consumidor final – o que obviamente vai contra o intuito de um leilão e teria grandes chances de judicialização no futuro.
Para resolver esse impasse, o Ministério de Minas e Energia propôs separar as usinas conectadas e desconectadas à malha em produtos diferentes, o que também implica em competição mais justa entre os diferentes modelos e maiores chances de contratação das usinas da Eneva no certame.
O leilão será muito importante para a Eneva tentar recontratar Parnaíba I e III, cujos contratos se encerram no fim de 2027. Juntas elas possuem mais de 800 MW de capacidade instalada e têm direito a uma receita fixa anual de R$ 900 milhões.
ENEV3: Recomendação de compra
Por 9,5x ebitda esperado para 2026, possíveis gatilhos positivos com o leilão de capacidade e grande crescimento de geração de caixa com a entrada de Azulão em 2027, Eneva segue recomendada pela Empiricus.