Imagem: iStock/Cabolin | Montagem: Anna Zeferino
Desde a última segunda-feira (21), ações ligadas ao minério de ferro, como CSN (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3), acumulam valorização na B3. Até o fechamento deste texto, os ganhos destas ações estavam em 6,55%, 6,9% e 5,2% na semana, respectivamente.
Entre as três, VALE3 foi um dos destaques do Ibovespa, registrando as maiores altas na segunda e terça-feira (22). Isso poucas horas antes da divulgação de sua prévia operacional do 2º trimestre de 2025 (2T25).
O investidor pessoa física que se depara com essas informações, mas sem muito contexto, deve se questionar: por que essas ações dispararam tanto assim? E o mais importante, será que vale a pena comprá-las agora?
Veremos, a seguir, o que está por trás da alta dessas ações nesta semana.
Mas já trazemos um alerta: para o investidor em busca de bons dividendos “pingando” na conta, apenas uma das três ações mencionadas é recomendação de compra da maior casa de análise financeira independente do país.
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Os motivos por trás da alta das ações ligadas ao minério de ferro
Os ventos que trouxeram a disparada dos ativos ligados ao minério de ferro vieram do país mais relevante para o setor: a China.
No último sábado (19), o governo chinês a construção da maior usina hidrelétrica do mundo, na região do Tibete, que pode chegar a ser até quatro vezes maior que a atual líder (Três Gargantas, também na China).
O projeto criou expectativas no mercado pelo aumento da demanda por minério de ferro e aço durante a construção, o que fez os contratos futuros de minério de ferro dispararem a partir da segunda-feira (21). O preço spot – físico – por si só não foi impulsionado da mesma forma.
Além disso, o governo chinês tem indicado incentivos a setores de infraestrutura e construção, o que aquece apostas especulativas no curto prazo e aumenta o otimismo de forma geral.
Todo esse otimismo chegou à certas ações da bolsa brasileira após o mercado “ligar os pontos”: CSN (CMIN3) e Vale (VALE3), exportadoras de minério de ferro, podem se beneficiar com o aumento dos preços da commodity.
Já siderúrgicas como Gerdau (GGBR4) se beneficiam mais das projeções otimistas para o aço, impulsionadas pela retomada da demanda.
E o que estas três ações têm em comum, além da conexão com o minério de ferro?
Bom, são ações que costumam chamar a atenção de investidores que buscam investir em indústrias sólidas e, principalmente, que distribuem bons dividendos.
Porém, apesar deste cenário reverberar otimismo em mais de um papel na bolsa brasileira, analistas da Empiricus indicam que apenas uma destas ações vale a pena para quem busca dividendos.
Por que somente uma destas três empresas se destaca no pagamento de dividendos
Em relatório do último dia 1º de julho, o analista Ruy Hungria, da Empiricus, destacou os fatores que fazem esta empresa se destacar quando se trata de bons dividendos:
“A companhia segue muito diligente em termos de custos e alocação de capital. […] Essa mudança tem permitido à companhia manter boa eficiência, margens resilientes e baixo endividamento, mesmo nesse momento difícil […], o que tem permitido boa geração de caixa e dividendos. […] Além disso, podemos ver medidas positivas […] nos Estados Unidos neste novo mandato de Trump”.
O último ponto citado é, também, um “pulo do gato” desta empresa em relação às demais. Afinal, ela é a única que possui operações industriais dentro dos Estados Unidos, o que a faz elegível às políticas de incentivos locais oferecidas pelo governo norte-americano.
Ou seja, ela acabou na ponta beneficiada pelo “tarifaço” de Donald Trump – o que não pode ser dito de qualquer empresa brasileira.
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