Os gestores de fundos multimercados brasileiros seguem com a exposição à Bolsa brasileira e com perspectivas melhores para a inflação no curto prazo, após o indicador demonstrar desaceleração consistente.
Os dados são da pesquisa mensal de novembro feita pela série Os Melhores Fundos de Investimento, da Empiricus Research, com 30 gestoras de fundo multimercado que somam cerca de R$ 160 bilhões de patrimônio líquido nas estratégias de classe.
No exterior o foco está na alocação em Bolsa americana e países emergentes. Enquanto o ouro, considerado um hedge econômico internacional, apareceu no gráfico com menos relevância em relação aos meses anteriores.
Alexandre Alvarenga, analista responsável pela pesquisa, atribui o panorama aos preços esticados da commodity, após valorização intensa neste ano. Entretanto, o ouro permanece nos portfólios “como proteção moderada diante das incertezas fiscais e geopolíticas”, explica
Confira os dados com mais detalhe no mapa de calor abaixo:

Brasil: Juros e Bolsa atraem fundos
Nos ativos locais, a pesquisa destacou um incremento relevante nas posições aplicadas em juros reais e nominais, além da alocação em Bolsa.

As gestoras também apontaram que, em novembro, os indicadores para as Bolsas brasileira e americana estão no mesmo patamar de convicção, no eixo superior do gráfico, equivalente a “comprado”.

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Tema do mês: Eleições de 2026
A pesquisa também abordou a percepção dos gestores sobre as próximas eleições presidenciais de 2026 e qual o impacto medido nos investimentos.

O gráfico acima demonstra como 72% dos gestores acredita que o ciclo eleitoral de 2026 ainda está apenas parcialmente precificado nos ativos locais e 24% acreditam que o tema está fora do radar do mercado por enquanto.
“O consenso é que a influência eleitoral sobre os preços ainda é incipiente”, comenta Alvarenga.
Além disso, para uma possível precificação futura, 72% das respostas apontam que o tema deve começar a ganhar peso no início de 2026, acompanhando as primeiras pesquisas mais consistentes. Outros 24% projetam um impacto apenas no segundo semestre, mais próximo do pleito eleitoral.
Quanto ao resultado da eleição, ainda predomina a incerteza: 64% das casas consideram probabilidades equivalentes entre manutenção e transição de governo; 36% veem maior chance de mudança de orientação política.

Para acompanhar a pesquisa mensal completa, disponibilizamos o relatório da equipe de Os Melhores Fundos de Investimentos aqui.