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O Ibovespa (IBOV) renovou a máxima histórica intradia chegando a 142.027,63 pontos, com avanço de (+2,03%), nesta quinta-feira (28). O último recorde intradia havia sido no dia 4 de julho, quando o índice atingiu os 141.563,85 pontos.
No mês, o índice de ações da bolsa brasileira acumula uma alta de 7%.
No pano de fundo internacional, o catalisador é a expectativa para os cortes de juros americanos. A próxima reunião do conselho monetário, em setembro, acontecerá após discursos do atual presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, mostrando mais flexibilidade para o afrouxamento das taxas.
Somado a isso, há um acréscimo de pressão sobre a instituição partindo do presidente Donald Trump, que demitiu a dirigente do Fed, Lisa Cook. Aos olhos do mercado, o movimento do republicano abala a credibilidade do mercado na independência do banco central americano e derruba o dólar.
O enfraquecimento da moeda americana, por consequência, abre alas para economias emergentes como o Brasil. Além disso, um possível corte da taxa Selic no Brasil já começa a ser precificado, temperando o apetite dos investidores para a economia local.
Principais motores do Ibovespa em 2025 até agora
O Ibovespa apresentou um primeiro semestre muito otimista, conforme relembra o analista de macroeconomia Matheus Spiess, da Empiricus Research.
“Isso aconteceu por um fator internacional, não doméstico, que era a fraqueza do dólar em nível global, que impulsionou outros mercados além do brasileiro. Tanto é que em julho, quando o cenário se reverteu para moeda, os ativos sofreram um pouco”, relembra o analista.
Em agosto, contudo, Spiess avalia que a percepção sobre a possibilidade de corte de juros nos EUA tornou a abrir uma brecha positiva para que as ações brasileiras subissem, com a redução de lucros na renda fixa americana e com investidores dispostos a buscarem outros ativos internacionais.
“Há uma maior percepção de corte de juros nos Estados Unidos provavelmente a partir de setembro”, diz Spiess.
O que esperar para o Ibovespa de setembro em diante?
Spiess ressalta que para os próximos meses, fatores domésticos também estão ganhando tração.
Nesta semana, por exemplo, o ânimo do mercado também contou com dados econômicos relevantes:
- Caged de julho abaixo do consenso do mercado, o que favorece a tese de redução da Selic;
- IPCA-15, prévia da inflação, indicou a primeira deflação desde julho de 2023.
“Esse é um caminho a ser percorrido na esteira para um possível corte de juros ainda em dezembro”, afirma o analista.
Além disso, Spiess pontua como um dos fatores mais relevantes o rali eleitoral para o próximo ano, com a possibilidade de mudança no pêndulo político para um governo pró-mercado.
“Esta discussão foi antecipada muito prematuramente por fatores políticos brasileiros, devido a muita rejeição dentro do Congresso e medidas públicas muito criticadas. Com isso, pesquisas de eleições já apontam os índices de desaprovação no governo atual e antecipam que há espaço para uma troca de poder em 2026”, afirma.
No monitoramento dos riscos fiscais e de tensões comerciais, o analista comenta: “Devemos monitorar as incertezas que contornam essa temática, mas não podemos esquecer que há também fatores que atraem os investidores para a bolsa brasileira.”
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