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Investimentos

Ibovespa sobe 7% em agosto e renova máxima histórica – O que esperar das ações de setembro em diante?

O principal índice de ações da bolsa brasileira está em um dia de otimismo tanto por fatores locais como internacionais. Confira.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

28 ago 2025, 16:07

Atualizado em 28 ago 2025, 16:07

ibovespa ações bolsa de valores

Imagem: iStock/ matejmo

O Ibovespa (IBOV) renovou a máxima histórica intradia chegando a 142.027,63 pontos, com avanço de (+2,03%), nesta quinta-feira (28). O último recorde intradia havia sido no dia 4 de julho, quando o índice atingiu os 141.563,85 pontos.

No mês, o índice de ações da bolsa brasileira acumula uma alta de 7%. 

No pano de fundo internacional, o catalisador é a expectativa para os cortes de juros americanos. A próxima reunião do conselho monetário, em setembro, acontecerá após discursos do atual presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, mostrando mais flexibilidade para o afrouxamento das taxas. 

Somado a isso, há um acréscimo de pressão sobre a instituição partindo do presidente Donald Trump, que demitiu a dirigente do Fed, Lisa Cook. Aos olhos do mercado, o movimento do republicano abala a credibilidade do mercado na independência do banco central americano e derruba o dólar. 

O enfraquecimento da moeda americana, por consequência, abre alas para economias emergentes como o Brasil. Além disso, um possível corte da taxa Selic no Brasil já começa a ser precificado, temperando o apetite dos investidores para a economia local. 

Principais motores do Ibovespa em 2025 até agora

O Ibovespa apresentou um primeiro semestre muito otimista, conforme relembra o analista de macroeconomia Matheus Spiess, da Empiricus Research. 

“Isso aconteceu por um fator internacional, não doméstico, que era a fraqueza do dólar em nível global, que impulsionou outros mercados além do brasileiro. Tanto é que em julho, quando o cenário se reverteu para moeda, os ativos sofreram um pouco”, relembra o analista. 

Em agosto, contudo, Spiess avalia que a percepção sobre a possibilidade de corte de juros nos EUA tornou a abrir uma brecha positiva para que as ações brasileiras subissem, com a redução de lucros na renda fixa americana e com investidores dispostos a buscarem outros ativos internacionais. 

“Há uma maior percepção de corte de juros nos Estados Unidos provavelmente a partir de setembro”, diz Spiess. 

O que esperar para o Ibovespa de setembro em diante?

Spiess ressalta que para os próximos meses, fatores domésticos também estão ganhando tração.

Nesta semana, por exemplo, o ânimo do mercado também contou com dados econômicos relevantes:

  • Caged de julho abaixo do consenso do mercado, o que favorece a tese de redução da Selic;
  • IPCA-15, prévia da inflação, indicou a primeira deflação desde julho de 2023. 

“Esse é um caminho a ser percorrido na esteira para um possível corte de juros ainda em dezembro”, afirma o analista. 

Além disso, Spiess pontua como um dos fatores mais relevantes o rali eleitoral para o próximo ano, com a possibilidade de mudança no pêndulo político para um governo pró-mercado. 

“Esta discussão foi antecipada muito prematuramente por fatores políticos brasileiros, devido a muita rejeição dentro do Congresso e medidas públicas muito criticadas. Com isso, pesquisas de eleições já apontam os índices de desaprovação no governo atual e antecipam que há espaço para uma troca de poder em 2026”, afirma. 

No monitoramento dos riscos fiscais e de tensões comerciais, o analista comenta: “Devemos monitorar as incertezas que contornam essa temática, mas não podemos esquecer que há também fatores que atraem os investidores para a bolsa brasileira.

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.