Imagem: Paralaxis
O Ibovespa, principal termômetro do mercado acionário no Brasil, atingiu outra máxima histórica na quinta-feira (4), ultrapassando os 164 mil pontos. Esse avanço é sustentado principalmente pelas expectativas em torno das próximas decisões do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
O Fed se reúne entre os dias 9 e 10 de dezembro para definir a taxa de juros americana, e as projeções no mercado têm ganhado força no sentido de um possível corte de 0,25 ponto percentual.
A notícia é positiva para o Ibovespa porque, com juros mais baixos lá fora, os investidores estrangeiros tendem a aumentar o apetite ao risco, direcionando capital para mercados emergentes, como o Brasil.
Mas o que talvez os investidores não saibam é que, nesse movimento, algumas ações devem se beneficiar mais do que outras. Pelo menos é nisso que acredita Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
Na visão dele, uma ação em específico pode se destacar diante do ciclo de alta do Ibovespa. Trata-se de um papel de infraestrutura de mercado financeiro e que, nos últimos anos, tem chamado a atenção pela diversificação em novos segmentos, o que contribuiu para a sua valorização no ano.
No acumulado de 2025, essa ação teve alta de quase 50%. Mas, na visão do analista, o papel ainda tem espaço para valorizar mais. Principalmente com a perspectiva de queda de juros também no Brasil a partir do próximo ano.
Afinal, espera-se que já na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em 2026, marcada para 27 e 28 de janeiro, o Banco Central anuncie o início do ciclo de cortes da Selic.
O que deve atrair ainda mais capital para a renda variável, beneficiando a bolsa brasileira e, consequentemente, a ação em questão.
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B3SA3: por que a ação tende a subir junto com o Ibovespa
Sem delongas, a ação apontada pelo analista como a que mais se beneficia da alta do Ibovespa é a B3 (B3SA3). A B3, sigla para Brasil, Bolsa, Balcão, é uma empresa de infraestrutura de mercado financeiro que atua em ambiente de bolsa e balcão.
A negociação de ações é uma fonte importante de receita para a companhia e, por isso, o maior apetite por esses ativos é imprescindível para que a B3 cresça.
Porém, nos últimos anos, sua atuação em novas vertentes – como o mercado de derivativos, criptomoedas, renda fixa e crédito – ajudou a reduzir a dependência da renda variável, o que inclusive contribuiu para a valorização da ação neste ano, como já foi dito acima.
Apesar dessa menor dependência, Ruy aponta que a renda variável segue como algo relevante para a B3. Assim, o fato de a Selic ter chegado ao seu topo, em 15% ao ano, também é uma boa notícia para as ações da empresa.
“Tudo indica que o próximo movimento do BC é de corte na taxa, e mesmo que o movimento exato ainda seja uma incógnita, sabemos que a expectativa de juros mais baixos empurram investidores, sejam eles institucionais ou do varejo, para destinos mais produtivos para seu capital, no que poderia ser o início de uma troca do rentismo para os ativos de risco”, explica o analista.
Nesse cenário, Ruy avalia que as ações, classe de ativos mais relevante para o negócio da B3, seriam um destino óbvio, beneficiando diretamente a companhia.
Por fim, o analista destaca que as ações da B3 estão em um patamar de preço muito atrativo nesse momento. Para ele, o papel está atrás de outros nomes do “financial deepening” e, sob a ótica dos lucros, estão negociando a 14,6 vezes o lucro estimado para 2026, abaixo da média dos 17,6 vezes dos últimos 10 anos.
Em outras palavras, estão estupidamente baratas, com potencial relevante de valorização dado o cenário econômico que se desenha para o próximo ano.
E, além de tudo isso, Ruy acrescenta que as ações são uma ótima pedida para dividendos, dado o dividend yield de 6,9% esperado para o ano de 2026.
B3 não está sozinha: analista aponta outras 4 ações para investir neste fim de ano
Mas a B3 (B3SA3) não é a única ação no radar de Ruy Hungria na reta final do ano. Todos os meses, o analista “garimpa” a bolsa de valores em busca das ações que tem potencial para entregar lucros em duas frentes:
- Com aumento do preço na bolsa; e
- Pagamentos de dividendos.
E, além da B3, o analista identificou quatro outras ações que estão em um bom ponto de entrada agora. Elas foram apontadas como as principais oportunidades do mês na carteira recomendada, pois, segundo ele, atendem aos requisitos impostos:
“Companhias maduras inseridas em grandes mercados, incumbentes e líderes, de qualidade, com sólidos balanços, claras vantagens competitivas e fortes barreiras de entrada, modelo de negócio resiliente, inseridas em setores de fortes tendências seculares e estabilidade de margens, com altos níveis de liquidez em suas ações e boa margem de segurança (níveis de valuation e de carrego)”.
Agora, a boa notícia é que é possível investir nessa carteira completa de forma automatizada e com poucos cliques, graças a uma parceria firmada com o BTG Pactual.