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Investimentos

Microsoft (MSFT34): Computação em nuvem e IA comandam resultado trimestral; veja quantas ações comprar

Os seus números do primeiro trimestre do ano fiscal de 2026 da Microsoft vieram acima das expectativas, mas com uma ressalva. Confira.

Por Enzo Pacheco, CFA

30 out 2025, 11:10

Atualizado em 30 out 2025, 11:11

microsoft MSFT34

Imagem: iStock.com/tupungato

Na quarta (29), após o fechamento dos mercados, a Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) apresentou os seus números do primeiro trimestre do ano fiscal de 2026 (encerrado em setembro). Apesar de ter batido as expectativas dos analistas, o aviso da CFO Amy Hood de que a empresa deve aumentar os investimentos em infraestrutura de data centers acabou pesando na ação.

A receita da Microsoft no período foi de US$ 77,673 bilhões, um aumento de 18,4% (+16,9% desconsiderando variação cambial) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Desempenho da Microsoft por segmento

Analisando por linha de negócio, o destaque de crescimento foi mais uma vez a parte Intelligent Cloud (IC), que engloba os serviços de computação em nuvem, com vendas de US$ 30,897 bilhões (+28,2%, +27,2% ex-câmbio vs. 1T25), seguido pelo segmento Productivity and Business Processes (P&BP), com receita de US$ 33,020 bilhões (+16,6%, 14,3%). A linha More Personal Computing (MPC), com vendas de dispositivos, serviços de gaming e publicidade, reportou faturamento de US $13,176 bilhões (+4,4%, 3,6%).

O aumento no Microsoft Cloud, que cresceu 26% (+25% sem câmbio) na comparação anual, fez com que a empresa reportasse um aumento de 20% (19%) nos custos relacionados à receita, somando US$24,043 bilhões. Ainda assim, o lucro bruto totalizou US$ 53,630 bilhões, valor 18% (16%) ante o 1T25 e o equivalente a uma margem de 69%, mesmo patamar de um ano atrás.

Por outro lado, o bom controle nas despesas operacionais, que aumentaram apenas 5% (4%) no período, fez com que a empresa reportasse um lucro operacional de US$ 37,961 bilhões, crescimento de 24,3% na comparação anual e o que representa uma margem de 49% (+2 pontos percentuais vs. 1T25).

Essa melhora se deu principalmente pela manutenção das boas margens apresentadas pelo segmento IC, com lucro operacional de US$ 13,391 bilhões e margem de 43,3% (+27,5% e -0,3 p.p. vs. 1T25, respectivamente). A linha P&BP também manteve sua alta lucratividade, reportando um lucro operacional de US$ 20,407 bilhões (+23,6%), o equivalente a uma margem de 61,8% (+3,5 p.p.). Já a parte MPC reportou lucro operacional de US$ 4,163 bilhões e margem de 30,3%, valor 17,8% e 3,3 pontos percentuais acima do apresentado no mesmo trimestre de 2024.

Na linha final de resultado, o lucro líquido ajustado da Microsoft totalizou US$ 30,833, ou US$ 4,13 por ação, crescimento de 22,6% em relação ao ano anterior. 

A companhia continuou demonstrando sua capacidade ímpar na geração de fluxo de caixa, com suas operações trazendo US$ 45,057 bilhões para o negócio, um aumento de 31,8% na comparação anual. Isso permitiu que a direção aumentasse substancialmente seus investimentos no período, que totalizaram US$19,394 bilhões (+30% vs. 1T25). 

Ainda assim, o fluxo de caixa livre no trimestre somou US$ 25,663 bilhões, 33,3% acima do reportado no mesmo trimestre de 2024. A companhia aproveitou e retornou US$ 10,7 bilhões aos seus acionistas, sendo US$ 6,8 bilhões em dividendos e US$ 4 bilhões em recompras de ações.

Entretanto, considerando os leasings realizados no período, o total investido pela companhia totalizou US$ 34,9 bilhões, um crescimento de 74% na comparação anual, com praticamente metade desses valores sendo destinados para a aquisição de GPUs e CPUs — que dão o suporte para a contínua expansão do Microsoft Azure.

Demandas da OpenAI aceleram contratos comerciais para MSFT

Essa parte do negócio, aliás, segue sendo a principal avenida de crescimento para os próximos anos. Os contratos comerciais cresceram 112% (+111% ex-câmbio), graças ao forte aumento da demanda pelo serviço de nuvem por parte da OpenAI. Importante salientar, porém, que esses números não englobam o anúncio do acordo fechado entre as companhias ao final de outubro, quando a Microsoft anunciou um incremento de US$ 250 bilhões nos serviços do Azure por parte da criadora da OpenAI.

As boas notícias, porém, parecem ter sido deixadas de lado pelos investidores, que focaram suas atenções no capex que veio acima das projeções de mercado, indicando uma continuidade nos investimentos robustos nos próximos trimestres. Com isso, as ações caíam pouco mais de 2% no pregão.

Quanto devo ter de ações da Microsoft na carteira?

Apesar de não se tratar uma verdadeira barganha, entendo que a ação da Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) deve fazer parte do portfólio de qualquer investidor, ainda que com uma posição pequena (1% a 3% da carteira), dado a importância da companhia nos dias atuais.

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.