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Investimentos

O que explica a forte queda do Ibovespa no início de outubro? Analista aponta ‘gatilhos’

Preocupações fiscais voltam a assombrar o Ibovespa; cenário externo também é de aversão a risco

Por Juan Rey

07 out 2025, 16:25

Atualizado em 07 out 2025, 16:25

mercado ibovespa ações bolsa b3

Imagem: iStock.com/Artem_Egorov

Depois de comemorar novas máximas históricas com frequência em setembro, o Ibovespa iniciou outubro de “ressaca”, com uma queda superior a 3% nos primeiros pregões do mês.

Nesta terça-feira (7), o principal índice da bolsa brasileira desabou 1,6% até o fechamento desta matéria.  

O que explica a queda brusca após a longa sequência positiva? E mais, trata-se de uma simples correção ou de uma mudança de trajetória?

Preocupações fiscais voltam à cena

A analista Larissa Quaresma, da Empiricus, explica que o movimento negativo é fruto do “retorno” das preocupações fiscais, principalmente depois de dois assuntos dominaram a pauta política brasileira: a reforma sobre o imposto de renda e a tributação de investimentos

“É um tema que estava um pouco esquecido e agora o mercado volta a olhar, porque essas medidas abrem espaço para um aumento de gastos no ano que vem, que é um ano eleitoral”, disse em entrevista ao programa Giro do Mercado, do Money Times.

A analista explica ainda que as preocupações fiscais têm sido tema recorrente em todo o mundo nos últimos dias. “Na França, há pressão para Macron renunciar e, no Japão, a eleição de uma nova ministra que é pró-expansão monetária também gera preocupação. Nos EUA, entramos hoje no sétimo dia de paralisação do governo americano, que muito tem a ver com a falta de acordo entre democratas e republicanos sobre o orçamento do próximo ano fiscal”. 

Nesse sentido, a analista vê um cenário de “aversão a risco global”, que tem ajudado a contaminar o Ibovespa. 

“Viemos de um período muito bom para a bolsa brasileira e precisava de algum gatilho para uma realização técnica. Os gatilhos foram o shutdown nos EUA e a questão fiscal brasileira”, disse. 

Bull market está ameaçado pelo momento ruim do Ibovespa?

Apesar disso, em um cenário um pouco mais amplo, a analista segue com boas expectativas para a bolsa brasileira. Segundo ela, o shutdown nos Estados Unidos pode aumentar a probabilidade de mais cortes de juros pelo Federal Reserve.

“A paralisação pode machucar o mercado de trabalho e permitir mais um risk-management cut no final de outubro”, disse. 

A continuidade do ciclo de queda de juros nos Estados Unidos também abre espaço para que o Copom faça o mesmo no Brasil, provavelmente no primeiro trimestre de 2025. Esse cenário combinado, segundo a analista, deve criar um ambiente propício para valorização dos ativos da bolsa brasileira

“Por ora, o cenário permanece o mesmo: corte coordenado de juros e uma perspectiva positiva para os países emergentes”, disse. 

Assista à entrevista completa da analista no programa Giro do Mercado:

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br