Investimentos

Petrobras (PETR4) está mais próxima de começar perfurações na Margem Equatorial? Entenda qual pode ser o impacto na produção da companhia

A solicitação de perfuração na região já havia sido reprovada pelo Ibama e agora passa por revisões.

Por Ruy Hungria

27 maio 2025, 11:21 - atualizado em 27 maio 2025, 11:22

Petrobras (PETR4) 3R Petroleum (RRRP3) BDR petroleira

Imagem: Freepik

Nesta semana, o Ibama aprovou o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), deixando Petrobras (PETR4) um passo mais próxima da primeira perfuração em águas profundas na Margem Equatorial. 

Em maio de 2023, a estatal teve seu pedido de perfuração na região reprovado pelo Ibama, que apontou falhas nos planos de combate a vazamentos de óleo. 

Um ano depois, o novo plano foi aprovado, deixando Petro bem mais próxima de conseguir a licença. A próxima e última etapa consistirá em uma simulação in loco, que testará na prática a eficácia do PPAF da estatal.

O que esperar da produção da Petrobras com a Margem Equatorial?

Ainda é cedo para colocar o potencial da Margem Equatorial nas contas, primeiro porque não sabemos se a companhia conseguirá passar no último teste do Ibama, e também não sabemos qual é o volume das reservas, a qualidade do óleo e qual seria de fato uma produção diária plausível na região. 

Mas podemos utilizar algumas informações e estudos disponíveis. 

Com mais de 10 bilhões de barris em reservas, a produção de óleo na Guiana começou em 2019, e o país já está com produção diária de 660 mil barris por dia. Hoje, isso equivale a 18% da produção brasileira, mas os planos da ExxonMobil (operadora na região) são de levar a produção para quase 2 milhões de barris/dia em 2030. 

Fonte: ExxonMobil, Oil Now.

Pela proximidade e similaridade, a expectativa é que a presença de óleo na porção brasileira da Margem Equatorial também seja relevante. 

Algumas estimativas preliminares apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas. 

De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a produção diária pode ultrapassar 1 milhão de barris por dia, o que também está em linha com Búzios, que hoje produz 800 mil barris por dia, mas caminha para 1 milhão/dia ainda em 2025.

Há outro aspecto relevante nessa história. Apesar de a produção continuar crescendo nos próximos anos (ajudada pelos investimentos no pré-sal), a expectativa é que o pico seja alcançado em 2029, em 5,4 milhões de barris/dia e que a produção caia para 4,4 milhões bpd em 2034.

Fonte: Plano Decenal de Energia. Elaboração: Empiricus. 

Nesse aspecto, a Margem Equatorial ajudaria não só a aumentar a produção, como também a postergar o pico de produção de petróleo do Brasil e da Petrobras

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.