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Nesta semana, o Ibama aprovou o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), deixando Petrobras (PETR4) um passo mais próxima da primeira perfuração em águas profundas na Margem Equatorial.
Em maio de 2023, a estatal teve seu pedido de perfuração na região reprovado pelo Ibama, que apontou falhas nos planos de combate a vazamentos de óleo.
Um ano depois, o novo plano foi aprovado, deixando Petro bem mais próxima de conseguir a licença. A próxima e última etapa consistirá em uma simulação in loco, que testará na prática a eficácia do PPAF da estatal.
O que esperar da produção da Petrobras com a Margem Equatorial?
Ainda é cedo para colocar o potencial da Margem Equatorial nas contas, primeiro porque não sabemos se a companhia conseguirá passar no último teste do Ibama, e também não sabemos qual é o volume das reservas, a qualidade do óleo e qual seria de fato uma produção diária plausível na região.
Mas podemos utilizar algumas informações e estudos disponíveis.
Com mais de 10 bilhões de barris em reservas, a produção de óleo na Guiana começou em 2019, e o país já está com produção diária de 660 mil barris por dia. Hoje, isso equivale a 18% da produção brasileira, mas os planos da ExxonMobil (operadora na região) são de levar a produção para quase 2 milhões de barris/dia em 2030.

Pela proximidade e similaridade, a expectativa é que a presença de óleo na porção brasileira da Margem Equatorial também seja relevante.
Algumas estimativas preliminares apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas.
De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a produção diária pode ultrapassar 1 milhão de barris por dia, o que também está em linha com Búzios, que hoje produz 800 mil barris por dia, mas caminha para 1 milhão/dia ainda em 2025.
Há outro aspecto relevante nessa história. Apesar de a produção continuar crescendo nos próximos anos (ajudada pelos investimentos no pré-sal), a expectativa é que o pico seja alcançado em 2029, em 5,4 milhões de barris/dia e que a produção caia para 4,4 milhões bpd em 2034.

Nesse aspecto, a Margem Equatorial ajudaria não só a aumentar a produção, como também a postergar o pico de produção de petróleo do Brasil e da Petrobras.
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