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A retomada da produção no campo de Peregrino foi autorizada pela ANP, conforme fato relevante da Prio (PRIO3) na semana passada. Apesar do tempo maior que o esperado de interdição, vemos a notícia como positiva e, somada a outros fatores, um bom movimento de Prio nos últimos dias.
Com a aprovação, a produção foi retomada, o que traz alívio para a produção de outubro, o que fez com que as ações PRIO3 disparassem mais de 5% na sexta-feira da divulgação (17), recuperando parte da performance negativa no mês.
Por que liberação do Campo de Peregrino atrasou?
Boa parte do processo foi mais volátil que o esperado, com idas de vindas de documentos trocados entre ANP e Equinor (atual operadora do campo). As condicionantes inicialmente eram 12, que foram posteriormente divididas em 16 subitens. Alguns fatores devem ser observados:
A responsabilidade do envio das condicionantes era da Equinor. A Prio contribuiu com melhores esforços, inclusive antevendo pontos faltantes nos documentos e alertando a operadora sobre possíveis retornos da ANP. Ainda assim, em alguns casos os pontos não foram corrigidos e geraram atraso nas aprovações.
Esse processo levou a um atraso de mais de duas semanas ao prazo inicialmente esperado. Apesar da má notícia, isso implica em duas leituras positivas: a Prio mostra atenção e preparo em obstáculos regulatórios e reforça o fato de que, para a ANP, é favorável que a operação de Peregrino seja da empresa fluminense, não da norueguesa.
Assim, pode haver uma certa agilidade nos processos burocráticos de incorporação das porções restantes de Peregrino. Atualmente, a empresa conta com 40% da produção do campo. Com a incorporação de outros 40% (primeira parte dos 60% restantes, adquiridos em maio), a Prio passaria a ser operadora do campo, o que reduziria o lifiting cost médio da companhia, como comentamos aqui.
O ponto de atenção agora é o valor a ser pago pela aquisição da fatia pela aquisição da fatia. O negócio previa um desconto de aquisição pelo caixa gerado de jan/24 até o closing da operação. Com o campo parado por 8 semanas (15% da produção anual), esperamos que haja negociação para um reajuste em função deste evento, já que o contrato prevê melhores práticas. Ainda assim, não há garantia de que isso de fato ocorrerá, gerando um risco de desembolso de caixa maior que o previsto ao fim do último trimestre.
Os impactos de curto prazo são inegáveis, mas a tese está sedimentada sobre o futuro promissor da empresa, que com a incorporação total de Peregrino e início em Wahoo, conseguiria praticamente dobrar a produção de hoje, chegando a 200 mil boepd (v.s. 110 mil atualmente).
Negociando a um P/L de 4,7x para o ano de 2026 segundo o consenso de mercado, PRIO3 segue na carteira.
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