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Após um novembro de mais volatilidade, o analista de fundos imobiliários da Empiricus Research, Caio Araujo, aponta que dois fatores foram os principais para o impacto no setor:
- A ausência de dados da economia americana devido ao período de shutdown trouxe imprevisibilidade sobre a continuidade do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos;
- No Brasil, a expectativa é de um início do ciclo de corte de juros a partir de janeiro, reduzindo o patamar restritivo de 15%;
“Há uma ansiedade no mercado envolvendo esse ambiente mais favorável para negócios que viria em função de uma queda desse juro de 15%. Os FIIs subiram em novembro, com a quarta alta consecutiva do Ifix, de 1,86%, apesar de algumas oscilações”, afirma Araujo.
Fundos de escritório em alta e setor de crédito pressionado
No desempenho setorial dos FIIs, a reviravolta positiva veio dos fundos de escritórios. “Houve um catch up em novembro. O setor perdeu representatividade na indústria com o cenário desafiador dos últimos cinco anos. No entanto, a parcela operacional, especialmente na cidade de São Paulo, tem melhorado, com a vacância em queda e os preços dos aluguéis subindo gradativamente”, analisa Araujo.
Enquanto a melhora para os escritórios pode ter impulsionado o segmento, o setor de crédito imobiliário ficou para trás nesse mês, especialmente os fundos indexados à inflação. “Tem uma questão pontual envolvendo um recuo de rendimentos nessa categoria, dado que existia a correção monetária do crédito, indexada à inflação. Como a inflação está a nível mais controlado desde o início do semestre, alguns investidores costumam sair de alguns papéis nesse meio tempo, aliado a uma eventual maior atratividade dos tijolos em um ambiente de queda de juros”.
De olho em 2026, Araujo avalia que o ritmo de corte da Selic deve permanecer predominando sobre os preços dos ativos e, consequentemente, os fundos de tijolos tendem a capturar melhor esse tipo de movimento.
“O fluxo de capital da renda fixa para renda variável fica mais equilibrado, há uma revisão de valuation, eventuais fusões e aquisições começam a surgir. Então os fundos de tijolos costumam surfar esse movimento de queda de juros com maior atratividade”, comenta Araujo.
O analista, entretanto, ressalta que esse movimento ainda requer uma carteira de FIIs devidamentediversificada. “Os próprios fundos de crédito atrelados à inflação, na minha percepção, são ativos interessantes para alocar nesse momento, dado essa queda no valor das cotas em novembro”.
A seguir, o analista apresenta algumas de suas principais teses de investimento em fundos imobiliários para dezembro.
Quais FIIs investir em dezembro? Analista revela seus preferidos
Para o mês de dezembro, Araujo anunciou uma troca nos fundos de tijolos com a saída do Alianza (ALZR11). Na carteira, o ativo entregou um retorno de dois dígitos desde a entrada. “Continuamos gostando doa ativo, mas entendemos que é hora de trocar para um outro fundo: o Kinea Renda Imobiliária (KNRI11)”.
Além do cenário se desenhando melhor para este papel, o analista aponta que há uma previsibilidade interessante de aluguel com boa parte dos contratos atípicos e uma possibilidade de reciclagem de carteira.
Araujo também destaca as expectativas de dividendos interessantes do KNRI11, na ordem de 8% a 9% para o ano que vem, aliado a um potencial de ganho de capital.
Em 2025, o principal índice de referência dos fundos imobiliários, o IFIX, acumula alta acima de 17,5%. Enquanto isso, a rentabilidade da carteira de FIIs mensal de Caio Araujo é de 24,5%.
Para este final de ano, a equipe disponibilizou como cortesia o relatório com as teses de investimento de cada um dos cinco fundos e ainda uma análise macroeconômica para que o investidor possa entender o cenário por trás das recomendações.
O relatório completo está com o acesso liberado no botão abaixo. Bons investimentos.