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A saída oficial de Elon Musk do governo de Donald Trump ensaiou uma despedida amistosa, que em poucos dias se reverteu em trocas de indiretas através das redes sociais de cada um e no despencar das ações da Tesla (TSLA34) – uma queda de US$ 152 bilhões (R$ 849 milhões).
Oportunidade de comprar as ações da montadora de veículos? Não para Enzo Pacheco, analista de ações internacionais da Empiricus Research. “Sou muito crítico ao investimento em ações da Tesla e o motivo é muito simples”, comenta em participação ao programa do Giro do Mercado nesta sexta-feira (6).
Por que analista de ações internacionais não recomenda investir na Tesla?
Em sua análise, Pacheco destaca que a grande maioria da receita da Tesla é proveniente da venda de veículos elétricos. “Ela também vende sistemas para geração e armazenamento de energia renovável, trabalha com inteligência artificial. Porém, todas essas outras frentes estão dependentes da linha majoritária da companhia.”
Nos últimos balanços trimestrais divulgados pela companhia é possível observar como a linha de receita está cada vez menos robusta. Isso se deve, segundo o analista, ao aumento de competitividade do segmento, além do barateamento do preço desses veículos.
“Até pouco tempo atrás a Tesla era extremamente dominante. Hoje em dia não, empresas tradicionais, como BMW, Porsche, Volkswagen, já oferecem carros elétricos. Na China, além de haver uma oferta muito grande, que puxa o preço para baixo, os carros chineses estão vindo com uma tecnologia brutal em comparação à própria Tesla,” avalia o analista.
Na comparação anual, a Tesla viu seu lucro despencar 39% no primeiro trimestre de 2025, com resultado líquido de US$ 934 milhões.
“Eu não consigo ver no futuro próximo essa linha de receita melhorando, mas consigo ver deteriorando” afirma Pacheco.
Avaliação de mercado da Tesla segue acima de US$ 900 bilhões
Apesar do momento operacional negativo, as expectativas do mercado para a Tesla se renovaram com a entrada do CEO, Elon Musk, no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) em janeiro. Na ocasião, a aproximação do empresário com o presidente norte-americano Donald Trump reforçou a ideia de uma possível desburocratização, que aceleraria projetos da companhia.
“A ação da Tesla valorizou de US$ 200 para US$ 400 com a vitória de Trump”, relembra Pacheco. “Nesse quase US$ 1 trilhão de dólares de valor de mercado da companhia, está precificado as duas vias de projetos [de veículos autônomos e robôs humanóides] que ainda hoje não existem. Com a saída do Musk do governo, muita coisa tem que dar certo na história da Tesla para conseguir justificar esse valor de mercado”, completa.
Por fim, o analista enxerga que existem outras empresas mais sólidas que a Tesla, cujo valuation embute mais notícias e expectativas do que fundamentos da companhia. “Eu tenho sérias ressalvas em investir hoje na Tesla”, disse Pacheco.
- 10 ações internacionais para comprar agora: estes são os papéis mais promissores no cenário atual e reúnem fundamentos para valorizar em breve, segundo os analistas da Empiricus Research. Veja a lista completa aqui.
Confira a entrevista completa de Enzo Pacheco no Giro do Mercado, programa diário de notícias do portal Money Times, no quadro abaixo:
