Imagem: iStock.com/Natalya Kosarevich
Nos EUA, a segunda leitura do PIB do segundo trimestre divulgado na quinta-feira (28) mostrou crescimento anualizado acima do consenso (3,3% versus 3,1% esperado). O resultado surpreendeu positivamente, com destaque para o consumo doméstico. O deflator do PIB se manteve em 2,0%, em linha com o consenso e o trimestre anterior.
Crescimento acima do esperado nos EUA
Na composição trimestral, houve aumento no consumo (de 1,4% para 1,6% ) e em investimentos fixos não residenciais das empresas (de 1,9% para 5,7%). Além disso, todas as categorias de investimento empresarial não residencial foram revisadas positivamente no período, especialmente propriedade intelectual (6,4% para 12,8%), e equipamentos (4,8% para 7,4%). O aumento da categoria de propriedade intelectual pode ser atribuído principalmente a um crescimento de 22% de softwares, em linha com a receita crescente das empresas de tecnologia com a venda de serviços de software baseados em inteligência artificial (IA).
Houve ainda revisão para cima das vendas finais do setor privado, que aceleraram de 1,2% para 1,9% e o rendimento interno real (GDI) avançou 4,8%, e a média entre PIB e GDI atingiu 4,0%. Esse indicador mede de forma mais precisa a demanda doméstica, pois exclui volatilidades como estoques e comércio externo. O avanço mostra que o motor interno da economia, ou seja, famílias e empresas, está mais ativo do que antecipado anteriormente.
Inflação e política monetária: PCE e expectativas para o Fed
Outro dado importante antes da decisão de política monetária norte-americana divulgado também na semana passada (29) foram os dados de consumo pessoal e o índice de preços PCE. O PCE de julho avançou levemente acima do esperado (0,273% m/m versus 0,2% esperado), enquanto o núcleo, que exclui alimentos e energia, acelerou de 2,774% para 2,877% a/a, nível mais alto registrado desde fevereiro.
Embora o nível de preços continue significativamente acima da meta de 2% do Federal Reserve, o dado não mudou o cenário de afrouxamento monetário iminente.
O próximo dado crucial para o Fed antes da reunião do dia 17 será o payroll de agosto. A divulgação acontece nesta sexta-feira (5), com consenso apontando para a criação de 75 mil vagas (versus 73 mil em julho), o que indicaria um possível enfraquecimento no ritmo de contratações.
De maneira prática, será necessária uma leitura significantemente acima do consenso para que o Fed não entregue o primeiro corte de 25 pontos-base neste mês.
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PIB do Brasil acima das expectativas no segundo trimestre
O PIB do segundo trimestre do Brasil foi divulgado nesta terça-feira (2). O dado ficou acima do consenso, com expansão de 0,4% t/t, contra expectativa de 0,3%. Na comparação anual, houve desaceleração de 2,9% para 2,2%, em linha com as projeções de mercado.
Entre os detalhes, os números da Indústria de transformação, pelo segundo trimestre seguido, surpreenderam positivamente. Esperávamos uma queda de 1% e o dado veio em -0,5%. Para o comércio, esperávamos -0,6%, e o setor ficou estável (0%). Juntos, esses dois setores representam quase 25% do valor adicionado da economia.
Outro núcleo é o de “outros serviços”, que incluem cabeleireiro, serviços profissionais, administrativos, etc., que também vieram com resultado um pouco melhor. Essa medida corrobora com os dados mais altos de inflação de serviços intensivos em mão de obra, atualmente o “calcanhar de aquiles” do qualitativo inflacionário doméstico.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias surpreendeu positivamente, com alta de 0,5% no trimestre, acima da expectativa de 0,2%. Já os investimentos, que haviam registrado um pico no 1º trimestre devido ao efeito pontual das plataformas de petróleo, recuaram apenas 2,2% na comparação trimestral. Na variação anual, contudo, os investimentos ainda mostraram um ritmo bastante sólido, com expansão de 4%.
Ainda mais relevante, houve uma aceleração nos setores mais associados à política monetária em relação ao dado anterior de -0,3% para 0,4% t/t, puxado principalmente por mercado financeiro e a atividade imobiliária. Os setores cíclicos pelo critério do Banco Central saíram de uma queda de -0,1 t/t para uma expansão de 0,1% no segundo trimestre de 2025.
Desaceleração da economia não deverá ser abrupta
De maneira geral, a nossa leitura é de que a desaceleração da economia brasileira continua de forma moderada, sem indícios de uma ruptura abrupta, em linha com o que temos falado desde o início do ano. O dado de hoje reforça nossa projeção de que o PIB brasileiro deve expandir 2,5% em 2025.
Nesta manhã, o mercado de juros apresenta abertura das taxas ao longo da curva, o que deve se refletir em ofertas de taxas mais atrativas para os investidores. Continuamos gostando dos prefixados nesses patamares.
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Cardápio da semana
| Características da LCA prefixada do Banco Itaú | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | Íon Itaú |
| Aplicação mínima | R$ 1 mil |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | A partir de 9 meses |
| Vencimento (prazo) | 02/10/2026 (395 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 12,73% a.a. |
| Tributação | Isenta |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 16h30 |
| Características da LCA prefixada do BTG Pactual | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | BTG Pactual |
| Aplicação mínima | R$ 1 mil |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 02/09/2026 (273 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 12,64% a.a. |
| Tributação | Isenta |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 17h45 |
| Características do CDB prefixado do Banco Daycoval | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | Banco Daycoval |
| Aplicação mínima | R$ 1 mil |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 03/09/2026 (366 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 14,65% a.a. |
| Tributação | 17,50% |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 18h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 2 de setembro de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (2) e podem mudar devido as oscilações de mercado.
Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos.
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.