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Investimentos

Queridinhas em 2024, Nvidia (NVDA) e Tesla (TSLA) derretem na bolsa em 2025; hora de encher o carrinho de ações? 

Analista avalia casos da Nvidia e da Tesla e responde se agora é o momento de entrar nas ações

Por Juan Rey

11 abr 2025, 09:03

Atualizado em 11 abr 2025, 09:03

Tesla Nvidia

As ações da Nvidia (NVDA) e da Tesla (TSLA) trouxeram excelentes retornos para os investidores nos últimos anos, a ponto de se tornarem duas das queridinhas do mercado internacional. Apenas em 2024, as ações NVDA valorizaram 171%, enquanto as da empresa de Elon Musk subiram 73%.

No entanto, o desempenho não tem sido nada parecido em 2025. As ações da Nvidia derreteram -22,2% até o fechamento de mercado da última quinta-feira (10). Os papéis da Tesla caíram ainda mais no período: -33,4%.

Não são poucos os motivos que explicam a maré negativa para as ações. A retirada de dinheiro das teses de inteligência artificial, o caso Deepseek, as polêmicas de Musk e, mais recentemente, a guerra tarifária promovida por Donald Trump são alguns dos fatores que criaram a tempestade perfeita para os papéis. 

Com isso, os investidores que pretendiam investir nas ações e perderam o bonde, ou até aqueles que querem recalibrar suas posições, podem se perguntar: chegou a hora de aproveitar a queda nos preços para investir na Tesla? E na Nvidia?

Para responder a pergunta, é necessário avaliar caso a caso. 

Tesla tem muitos desafios à frente

O analista Enzo Pacheco, da Empiricus, destaca que grande parte da valorização das ações da Tesla ocorreu no período da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Vale destacar que o CEO e cofundador da Tesla, Elon Musk, é próximo ao republicano e, inclusive, ocupa um cargo no governo Trump. Entretanto, as coisas não saíram como o esperado pelos investidores.

“Desde então, todas as tomadas de decisão do governo trouxeram polêmicas e os consumidores passaram a rever seus interesses pelos carros da Tesla. Isso fez com que a ação voltasse para o patamar anterior”, disse Pacheco.

As últimas notícias dão conta de que Musk estaria pressionando Trump a reverter as tarifas, que são altamente prejudiciais para a Tesla – visto que boa parte dos componentes dos veículos da marca são importados.

Desde a máxima atingida em dezembro de 2024, aos US$ 479,8, as ações da companhia despencaram cerca de 50%.

“Não achava que a alta se justificava no período, e continuo a achar que não vamos ter uma recuperação nem tão cedo para as ações da Tesla”, avalia Pacheco.

Portanto, para o analista, ainda que as ações estejam muito abaixo da máxima histórica, não é hora de comprar as ações TSLA.

“O negócio ainda é difícil, teve aumento de concorrência, um problema de imagem importante com o Musk, inclusive com os principais clientes que tem uma visão mais ligada aos democratas nos EUA. E ainda por cima é um papel extremamente caro. É uma ação que tende a sofrer muito nesse mercado”, disse Pacheco.

Nvidia ainda pode surfar ‘boom’ da IA, mas o mundo mudou

No caso da Nvidia, Pacheco vê um cenário diferente. O analista esteve no evento Nvidia GTC 2025, na Califórnia, entre os dias 17 e 21 de março, e disse ter visto a “temática de IA mais viva do que nunca e com uma necessidade de investimentos gigantesca”.

“As principais empresas de tecnologia estão estimando investimentos de US$ 200 a 300 bilhões no ano para fazer toda a infraestrutura necessária de inteligência artificial”, afirmou.

No entanto, desde as tarifas recíprocas anunciadas por Trump, o cenário ficou imprevisível para o setor.

“Parte do investimento que seria voltado para uma infraestrutura ‘x’, será destinado ao pagamento de tarifas. [As empresas] Vão comprar menos para montar o data center. Não quebra a temática de IA, mas dificulta muito no curto prazo. Falta uma clareza para os investidores entrarem de uma vez no papel”, disse Pacheco.

Ele lembra que o desempenho estelar dos papéis da Nvidia se deram “em um mundo sem tarifas, e a realidade era completamente diferente”. 

“Não acho que seja o momento de colocar um peso muito grande nas ações. Temos que ter cuidado ao achar que, porque o papel caiu, se tornou atrativo”, recomendou.

No entanto, caso a companhia consiga entregar o crescimento esperado, os papéis estariam “baratos”, na visão do analista. “Dadas as estimativas de mercado, a ação estaria negociando por volta de 20 vezes os seus lucros estimados para este ano fiscal e 18 vezes para o ano seguinte. Mas os investidores vão ter que rever essas estimativas [por conta das tarifas]. Temos que ter cuidado ao entrar nesses papéis vendo só o preço de tela”, conclui.

Apesar de abordar o caso específico das duas ações, a visão do analista se estende para a bolsa americana como um todo. “Com tanta volatilidade, é difícil tomar decisões claras no momento. É uma oportunidade de ficar de olho e, para quem não tem nada, pode ser um início de investimento, mas sem grandes heroísmos”, concluiu.

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br