Edição: CanvaPro
Na última quarta-feira (26), viu-se mais um desinvestimento dos fundos do Pátria das ações da Smart Fit (SMFT3), um movimento esperado e que está se aproximando do fim. Vimos o desfecho do movimento como positivo, pois vendas volumosas tendem a afetar negativamente os papéis, o que não se viu no último evento.
Por meio de um block trade (venda em larga escala organizada entre as contrapartes), o Pátria alienou cerca de 36 milhões de ações da Smart Fit, ou 6% do capital social da companhia.
Agora, o fundo detém aproximadamente 41 milhões de ações (7%), muito próximo ao mínimo necessário para que o fundo se mantenha no Acordo de Acionistas.
Entenda mais sobre o fundo do Pátria com ações da Smart Fit
Se o Pátria alienar ações, e sua participação remanescente cair abaixo deste limiar, o Acordo de Acionistas será automaticamente rescindido. Imediatamente, contudo, não se esperam mudanças na composição do Conselho de Administração, as quais seriam avaliadas apenas após a eventual estruturação de um novo Acordo entre os acionistas remanescentes.
O Pátria detém atualmente 3 cadeiras do Conselho. Os fundos que investem na Smart Fit têm até o ano de 2027 para liquidar totalmente a posição, podendo se estender até 2029, caso necessário (algo improvável na nossa opinião). Haverá, em 2026, novas eleições dos membros, que ainda não têm uma chapa formada.
No entanto, não é possível afirmar que as eleições de 2026, mesmo combinadas à diminuição da participação dos fundos, resultarão na saída do Pátria como controlador. De todo modo, a gestão da empresa já reflete a maior influência da Família Corona, com menor atuação do Private Equity nas decisões estratégicas. Essa dinâmica ocorre porque o case da Smart Fit já está consolidado e o fundo encontra-se em fase final de desinvestimento. É relevante notar que o membro mais ativo do fundo, o atual Presidente do Conselho, Daniel Rizzardo Sorrentino, não seria obrigado a deixar a empresa em novas alienações.
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Como desinvestimento pode se refletir nas ações SMFT3?
Em suma, movimentações nesse sentido não devem impactar fortemente o direcionamento da empresa, uma vez que já está bastante alinhada à gestão fora do fundo.
Deve-se considerar, ainda, que as ações de empresas com desinvestimento de Private Equity tendem a carregar um overhang (receio de mercado). Por essa razão, investidores se mantêm mais cautelosos em elevar posições, já que o risco de uma nova venda em bloco derrubar os preços é iminente. Consequentemente, à medida que a posição do Pátria diminui, maior se torna o espaço para a valorização das ações.
No caso de Smart Fit, além da boa performance na quarta-feira (26), mais uma boa notícia: pela posição atual do fundo, que detém 6,9% das ações, mesmo que se desfizesse da totalidade dos papéis em uma só venda, os efeitos não devem ser piores que o visto na última vez.
Negociando a um múltiplo P/L para 2026 de 16x e com espaço para valorização, Smart Fit segue na carteira.