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Investimentos

Stablecoins é o ‘erro que deu certo’ para quem quer buscar retornos e proteção com criptomoedas

Durante evento realizado pelo Money Times, Valter Rebelo (Empiricus) e Guilherme Prado (Bitget), revelaram como investir em stablecoins e outras moedas

Isabelle Santos

Por Isabelle Santos

28 out 2025, 11:17

Atualizado em 28 out 2025, 11:17

As stablecoins, criptoativos lastreados em ativos do mundo real (como o ouro e o dólar, por exemplo), ganham cada vez mais relevância no mercado cripto. Ao todo, o segmento já supera US$ 300 bilhões em valor de mercado. 

Só a Tether Holdings, uma das maiores detentoras de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, possui quase US$ 120 bilhões. Apesar do crescimento, por natureza, as stablecoins são moedas estáveis. 

Assim, a dúvida que surge é: é possível lucrar com esse universo?

Para Valter Rebelo, head do departamento de pesquisa e desenvolvimento com criptoativos na Empiricus, e Guilherme Prado, Country Manager da Bitget Brasil, esse tipo de ativo pode ser bem importante na estratégia de investimentos com criptomoedas. 

Na última sexta-feira (24), os especialistas participaram do evento realizado pelo Crypto Times, editoria especializada no Money Times (portal do mesmo grupo) para falar sobre o assunto. 

Durante a apresentação, eles revelaram algumas perspectivas sobre o mercado de stablecoins, as formas de ganhar e também proteger investimentos.

‘O erro que deu certo’ e como rentabilizá-lo

As stablecoins são hoje ativos digitais com lastro em moedas reais. Na prática, isso significa que, 1 USDT (dólar tokenizado) sempre valerá 1 dólar americano

Além disso, a empresa que desenvolve a stablecoin precisa manter uma reserva equivalente na moeda real. Ou seja, se forem criadas 1 milhão de stablecoins de dólar, a companhia deverá ter 1 milhão de dólares em caixa. 

Assim, esses ativos podem ser usados para fazer pagamentos internacionais, facilitar a negociação em corretoras, proteger a moeda da inflação e servir de ponte entre o mundo cripto e o mundo real. 

Mas, segundo Guilherme Prado, esse não era o objetivo quando esse ativo foi desenvolvido. 

“Imagina que, naquela época, as pessoas começaram a fazer trade de bitcoin e queriam investir em outra criptomoeda, digamos o Ethereum. Como você balizava seus ganhos? A stablecoin surgiu como uma forma de equalizar isso — as corretoras passaram a utilizá-las para equilibrar as operações.

Hoje, as stablecoins servem tanto para manter um caixa de liquidez, quanto um caixa dolarizado. De quebra, o investidor pode se proteger da volatilidade, completa Valter Rebelo.

As novas atribuições das stablecoins são o que permite aos investidores buscar retornos por meio delas. Nesse sentido, uma das formas de ganhar dinheiro com stablecoins é colocar os dólares para render, utilizando títulos do Tesouro norte-americano, por exemplo, e emitir tokens na proporção de um para um.

Prado explica que, na Bitget, por exemplo, os investidores recebem uma porcentagem do retorno gerado com as emissões desses tokens. Além disso, ele destaca as Yield Stablecoins, que repassam uma grande parte desse yield — desse rendimento — para o usuário”.

Já para Rebelo, “se você quiser se expor a essa tese [stablecoins], existem alguns cases dentro de DeFi que te possibilitam se expor mais diretamente a essa tecnologia”, lembra o especialista.

Ele afirma, ainda, que há opções de comprar ações ligadas a esse nicho, como as da Circle, que teve resultados expressivos. Nos últimos seis meses, a empresa — ligada ao mercado cripto e que fez IPO neste ano — teve retorno de oito vezes.

“Esse mercado está ganhando cada vez mais corpo e há uma estratégia por trás da aprovação e do fomento dessa indústria: a criação de demanda para os Treasuries americanos”, destaca Rebelo.

Contudo, ele também aponta que, só é interessante manter stablecoins na carteira pelo período que elas valem mais que o bitcoin (BTC). Segundo Rebelo, esse padrão não costuma se manter por muito tempo.

Assim, na visão do especialista da Bitget e também da Empiricus, as ferramentas automatizadas são uma das melhores maneiras de buscar retornos com stablecoins. 

Ferramentas de automação para buscar lucros com stablecoins

Segundo Valter, investir em stablecoins com automação “é o melhor dos mundos, pois combina inteligência de investimento e gestão de risco.”

Durante o evento, o especialista apresentou dois projetos da Empiricus que facilitam o investimento tanto em stablecoins quanto em outros criptoativos. 

O Soros é um produto mais conservador e o Memebot é uma automação mais arrojada, desenhada para os investidores dispostos a correr riscos maiores. 

Guilherme Prado apresentou aos participantes do evento o SharkFin, uma ferramenta que permite lucrar tanto com stablecoins, quanto com outras criptomoedas dentro de uma faixa de preço específico.

Na ferramenta da Bitget, o investidor “tem o seu capital garantido, com potencial de rendimento de 5% a 30% ao ano, dependendo do desempenho do mercado”, pontua Prado.

O especialista ainda complementa que uma das principais vantagens do SharkFin é que “você pode ter uma rentabilidade maior quando o mercado está lateralizado”, isto é, quando não há movimentos claros de alta ou baixa. 

Bitcoin acima dos 150 mil dólares? 

Ainda durante a sua participação no evento, os especialistas falaram sobre as expectativas para o bitcoin nos próximos meses. 

“Eu gostaria de falar em US$ 150 mil. Porém, não estou tão confiante no mercado assim. Posso estar errado, mas ainda acredito que ele vai ficar lateralizado.”, pontuou Guilherme Prado.

Na visão do especialista, faltam catalisadores positivos no curto prazo. Isto é, fatores para levar o mercado à se expor ao maior risco da moeda. 

Já para Rebelo afirma estar “super bullish [otimista]. Pra não teorizar demais, acho que US$ 150 mil é algo factível pro final do ano.” 

Segundo ele, o cenário macroeconômico pode impulsionar o bitcoin e levá-lo à casa dos US$ 150 mil.

“Se o risco de crédito está baixo e a inflação, estável, tenho duas informações preciosas: pouco risco de crédito e risco de duration controlado. Ao mesmo tempo, o Fed [BC dos EUA] está baixando os juros. Esse é o mecanismo que leva capital de ativos de menor risco para ativos de maior risco”, completa.

Esse movimento, diz o analista, explica a boa performance das bolsas norte-americanas e das criptomoedas.

“Se você não tem uma perspectiva positiva para a bolsa americana, não pode ter para o bitcoin, porque os dois andam juntos. Essa relação sempre converge.”

Segundo Rebelo, o bitcoin ainda está descontado em relação à Nasdaq, o que reforça seu otimismo.

*Com informações do Money Times

Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.