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Na quarta-feira (6), após o fechamento do mercado, a Suzano (SUZB3) divulgou seus números do 2T25, que surpreenderam positivamente.
A companhia entregou R$ 6,1 bilhões em EBITDA ajustado, +25% sequencialmente e -3% anualmente. A geração de caixa livre ajustada foi de R$ 2,6 bilhões, o que levou o free cash flow yield dos últimos 12 meses para 20%, um resultado robusto. A companhia anunciou um aumento nos investimentos para 2025, mas também uma redução marginal na produção, a fim de melhorar a rentabilidade da operação, já no curto prazo – o que vemos como positivo.
Receita da Suzano cresce 16% no ano
A receita líquida da Suzano somou R$ 13,3 bilhões no trimestre, +15% trimestralmente e +16% anualmente. A alta se deve à expansão de volume de celulose (+23% t/t e +28% a/a), parcialmente compensada pela queda do preço da celulose (estável t/t e -20% a/a). Isso se deve à questão tarifária, que interrompeu a alta de preços que ocorria nos primeiros meses do ano. Entretanto, a gestão salientou que voltou a implementar aumentos de preço a partir de agosto, com a melhoria das condições de mercado.
O custo caixa de celulose, excluindo o efeito de paradas de produção, caiu 3% sequencialmente e ficou estável na visão anual, em R$ 832/tonelada. Aqui, o maior preço de insumos (soda cáustica, ácido sulfúrico, madeira) foi compensado pela economia de escala gerada pelo ramp-up da unidade de Ribas do Rio Pardo (MS). Para os próximos trimestres, a companhia espera uma redução relevante nesse indicador, o que deve melhorar (ainda mais) sua rentabilidade.
O EBITDA ajustado da divisão de celulose foi de R$ 5,4 bilhões, +26% sequencialmente, ou -3% na visão anual. O avanço trimestral se deve à ausência de paradas de produção, que afetaram os volumes no 1T, assim como à redução do custo unitário de produção. Por outro lado, a queda anual no preço da celulose, assim como o aumento dos custos logísticos em 12 meses, afetaram a comparação anual. Por sua vez, a divisão de papel entregou EBITDA ajustado de R$ 709 milhões, +16% t/t ou -5% a/a, também beneficiada pelo maior volume de produção e queda no custo médio. Assim, o EBITDA consolidado totalizou R$ 6,1 bilhões, +25% trimestralmente e -3% anualmente.
Finalmente, a companhia gerou R$ 2,6 bilhões em caixa livre no período, já excluindo as despesas financeiras e investimentos de manutenção. Isso é 5% maior que no 1T25, e 36% maior que no mesmo período do ano passado – neste último caso, a alta se deve ao melhor resultado caixa das operações com derivativos. A alavancagem ficou praticamente estável, com o indicador dívida líquida / EBITDA em 3,1x (em dólares).
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Novidades em investimentos e produção da SUZB3
Juntamente com o resultado, a Suzano anunciou um incremento nos investimentos em 2025, de R$ 12,4 bilhões para R$ 13,3 bilhões (+7%). Isso reflete uma transação anunciada com a Eldorado, que entregará um volume de madeira já pronta para colheita para a Suzano, que, por sua vez, entregará à Eldorado ativos menos maduros, além de um pagamento de R$ 1,3 bilhão. Durante a teleconferência de resultados, a gestão comentou que isso deve ajudar na trajetória de redução de custos unitários.
Além disso, a companhia comunicou que seu volume de produção, nos próximos 12 meses, deve ser 3,5% inferior à sua capacidade atual. Essa parcela da operação gera caixa, mas não em retorno suficiente para remunerar o custo de capital da companhia com os preços atuais de celulose. Consideramos esta uma decisão acertada, especialmente porque a planta de Ribas do Rio Pardo (MS), a mais eficiente da companhia, tem a opcionalidade de incrementar sua produção em cerca de 10% dos patamares atuais, sem a necessidade de investimentos adicionais. Portanto, essa nos parece uma decisão inteligente.
No todo, consideramos o resultado positivo, assim como as mensagens sobre os próximos trimestres. Esperamos que a Suzano siga uma forte geradora de caixa, mesmo com os preços da celulose depreciados, em função da sua eficiência cada vez maior. Negociando a um EV/EBITDA 2026 de 5,2x, mantemos a recomendação de compra para SUZB3.
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