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Investimentos

Bolsa de valores: Agenda do dia concentra início do ‘tarifaço’ e payroll dos EUA; veja destaques desta sexta-feira (1º)

Nesta sexta, passam a valer as tarifas comerciais de Donald Trump sobre produtos estrangeiros. Leia mais.

Por Matheus Spiess

01 ago 2025, 09:43

Atualizado em 01 ago 2025, 09:43

queda dólar preços economia mercado

Imagem: iStock/ CreativaImages

A tão esperada data para o início do tarifaço de Donald Trump finalmente chegou. O anúncio oficial trouxe uma tarifa-base de 10% sobre importações de praticamente todo o mundo, com exceção de cerca de 70 países (inclusive nós) — os quais enfrentarão tarifas ainda mais elevadas. O caso do Canadá é emblemático: a alíquota foi elevada para 35%, com a justificativa embasada não apenas em critérios comerciais, mas também em temas delicados como o combate ao fentanil, transformando barreiras alfandegárias em instrumentos de política externa.

Já países como Laos e Mianmar foram diretamente atingidos com tarifas de até 40%. A Casa Branca também impôs penalidades específicas contra o chamado “transbordo” — prática em que mercadorias são desviadas via terceiros países para escapar de tarifas — e deixou claro que ajustes adicionais não estão descartados, a depender do andamento das negociações.

Essa nova investida protecionista vem em um momento delicado da economia americana. O payroll de julho, divulgado hoje, pode até sinalizar um ritmo mais brando na criação de empregos, mas o Federal Reserve continua hesitante quanto a qualquer mudança de rota na política monetária. Em paralelo, a temporada de balanços das big techs tem intensificado a volatilidade. Depois dos bons números de Meta e Microsoft, a Apple surpreendeu positivamente com o desempenho do iPhone e pode ajudar a puxar os índices para cima, enquanto a Amazon decepcionou com seu guidance, devendo pressionar especialmente o Nasdaq. O pano de fundo, porém, permanece turvo: com o consumidor americano já impactado pelos efeitos da inflação pós-pandêmica, resta saber como reagirá quando o impacto pleno das tarifas começar a atingir o bolso — o que deve ocorrer ao longo dos próximos meses e se intensificar até o início de 2026.

Os reflexos dessa guinada comercial já se fazem sentir além das fronteiras. As bolsas asiáticas encerraram o dia em queda generalizada na esteira da entrada em vigor das tarifas, enquanto na Europa o desconforto se ampliou com a pressão direta de Trump sobre o setor farmacêutico. O presidente enviou cartas a grandes laboratórios exigindo a redução dos preços de medicamentos vendidos nos Estados Unidos, ameaçando medidas mais duras caso não haja compromissos concretos até setembro. Empresas como a Novo Nordisk, já fragilizadas por revisões de lucros e trocas na liderança, viram suas ações despencarem. Em meio a esse cenário, o risco político crescente e a instabilidade regulatória têm travado decisões de investimento e contratação por parte das empresas americanas, o que adiciona mais um obstáculo à retomada econômica.

No fim, o novo capítulo da guerra comercial de Donald Trump parece menos uma política comercial estruturada e mais um instrumento de pressão — ruidoso, e improvisado. Seus efeitos se irradiam pelas cadeias globais de produção e consumo, alimentam a incerteza econômica e adicionam um componente inflacionário não trivial ao horizonte. A retórica do “America First” pode se traduzir em custos maiores para o mundo — e, paradoxalmente, também para os próprios americanos. A ver…

· 00:53 — Julho fecha em queda e impõe dose de realidade ao mercado brasileiro

O mercado brasileiro encerrou julho no vermelho: o Ibovespa recuou após quatro meses consecutivos de alta. O mês foi marcado por um triplo desconforto nos ativos locais — Bolsa em baixa, dólar em alta e curva de juros sob estresse. Os investidores navegaram entre riscos domésticos e incertezas externas, com destaque para o imbróglio tarifário, cujos efeitos sobre o Brasil seguem se desdobrando sobre os ativos.

No epicentro político, Brasília reagiu à nova ofensiva comercial com discursos inflamados. Lula articula uma resposta institucional que, além de mirar Washington, aproveita o momento para fortalecer sua base e ampliar capital político. O mercado, por sua vez, observa com ceticismo: mais do que gestos de soberania, teme-se que o Planalto esteja instrumentalizando a crise para desviar o foco do descontrole fiscal.

Enquanto isso, a temporada de balanços teve início e trouxe à tona sinais crescentes de desaceleração da economia doméstica. Já se ouvem, nas entrelinhas dos comunicados corporativos, sinais de alerta — sugerem uma perda de fôlego da atividade no segundo trimestre. Nesta manhã, a Vale reage positivamente à divulgação do seu balanço e à distribuição de JCP na noite anterior. O ADR, no entanto, avançou timidamente em Nova York, refletindo um alívio pontual, e não uma mudança estrutural.

No plano macroeconômico, os dados mais recentes reforçam o diagnóstico de uma economia que perde tração, ainda que o mercado de trabalho mantenha notável resiliência. A taxa de desemprego recuou para 5,8% em junho — novo piso histórico da série na atual metodologia — com geração líquida de postos e aumento real da renda. Esse descompasso entre desaceleração da atividade e aquecimento do emprego impõe um desafio adicional à política monetária. O mercado de trabalho aquecido tem sido um dos vetores de pressão inflacionária, o que dificulta qualquer flexibilização mais contundente da Selic no curto prazo. O Banco Central, diante desse cenário, adota um discurso mais duro, em sintonia com os riscos inflacionários ainda presentes.

Esse fenômeno — de emprego forte em meio a juros elevados — não é exclusivo do Brasil. A hipótese mais plausível, embora prematura, é a de que estejamos assistindo a um rescaldo da pandemia, combinado a uma transformação estrutural acelerada pela digitalização da economia e, no caso brasileiro, somado ao legado da reforma trabalhista do Temer. Há muito a ser pesquisado. Por ora, a realidade é que dados robustos de emprego justificam uma postura mais conservadora na política monetária.

Contudo, o dinamismo do mercado de trabalho contrasta com um quadro fiscal cada vez mais deteriorado. A dívida bruta atingiu 76,6% do PIB em junho, e caminha para 82% até o final de 2026. Em quatro anos, o governo acumulará um salto de 10 pontos percentuais na dívida — trajetória que compromete qualquer discurso de responsabilidade fiscal. O déficit primário de junho, de R$ 47,1 bilhões, veio acima do esperado e revelou que o segundo semestre tende a ser mais pressionado, após uma primeira metade artificialmente favorecida por subexecução orçamentária.

Apesar de um superávit primário marginal nos últimos 12 meses (0,15% do PIB), o déficit nominal permanece elevado (7,3% do PIB). O pano de fundo é conhecido: ausência de um arcabouço fiscal crível, gastos públicos em expansão e promessas de equilíbrio sempre postergadas. A consequência é clara: expectativas de inflação desancoradas e juros persistentemente elevados. Em outras palavras, o verdadeiro vilão por trás da taxa Selic não está no Copom, mas no Palácio do Planalto — que, até aqui, não conseguiu construir um plano de longo prazo para as contas públicas.

No front internacional, o Brasil ainda digere o impacto da guinada tarifária promovida por Trump. Conforme já detalhado neste espaço, cerca de 44,6% das exportações brasileiras aos EUA — o equivalente a US$ 18 bilhões — ficarão isentas das novas tarifas em 2024. Já 35,9% — ou US$ 14,5 bilhões — serão afetadas diretamente, e os 19,5% restantes (US$ 7,9 bilhões) estão sujeitos a tarifas universais, aplicadas a todos os países. No agregado, estima-se que a tarifa efetiva aplicada ao Brasil fique próxima a 30%. Ainda há margem para negociação, mas o ambiente é incerto.

Lula optou por não divulgar um pacote de resposta ao tarifaço de forma ampla, preferindo anúncios pontuais, setoriais, com foco em setores sensíveis da pauta exportadora — sobretudo aqueles com maior impacto sobre o emprego. As medidas serão comunicadas em etapas, dependendo do avanço das tratativas com os EUA. Brasília acredita que há espaço para concessões adicionais por parte dos americanos.

Enquanto isso, porém, Lula aproveitará o momento político. A verdade é que a figura de um inimigo externo — Trump, no caso — é tudo o que o governo precisava para reacender o discurso nacionalista e tentar reverter a erosão de sua popularidade, há muito tempo em queda. E já começam a ter resultado. Levantamentos internos apontam que Lula cresceu três pontos percentuais após a imposição das tarifas e da sanção a Alexandre de Moraes. Outras pesquisas confirmam essa tendência. Ainda assim, é precipitado afirmar que o governo conquistou terreno sólido. O impacto econômico das tarifas pode, a médio prazo, corroer essa mesma popularidade.

Isso porque, apesar do verniz de defesa da soberania, tarifas comerciais costumam produzir efeitos colaterais indesejados: menor crescimento, perda de competitividade e, em última instância, aumento do desemprego. A deterioração do chamado “índice de miséria” é um risco real — e historicamente corrosivo para qualquer governante. Além disso, o governo enfrenta um desafio de equilíbrio retórico: precisa surfar a onda nacionalista sem parecer eleitoreiro, enquanto negocia com os americanos. O apoio tático de setores como o agronegócio e parte do empresariado pode evaporar se o discurso patriótico suplantar o pragmatismo econômico. E o Planalto sabe disso.

O momento político, contudo, ainda favorece o governo — em boa medida porque a oposição encontra-se desorganizada e encurralada. O clã Bolsonaro, cada vez mais visto como extremista e centrado em si mesmo, fornece ao governo o antagonista perfeito. Mas esse enredo pode mudar. Com a provável condenação de Jair Bolsonaro, cresce a possibilidade de que ele precise apoiar um nome mais palatável ao centro, em troca de proteção jurídica. Sem um adversário radical, o maniqueísmo do “nós contra eles” perde força — e uma alternativa, mesmo sem encantos, pode voltar a atrair. Nesse cenário, Tarcísio emerge como peça-chave. Para se manter viável, terá de trilhar o caminho da moderação com inteligência. A trajetória até 2026 é muito longa…

· 01:44 — Ou vai ou racha

A Microsoft acaba de se tornar a segunda empresa da história a alcançar a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado — um feito notável para quem já foi lembrada pelo clipe do Clippy. O mérito é, em grande parte, da inteligência artificial e do desempenho robusto da Azure, cuja receita anual saltou 34% e ultrapassou a impressionante cifra de US$ 75 bilhões. A Apple, por sua vez, também entregou resultados acima das expectativas: com vendas do iPhone crescendo 30% e expansão na China, a gigante reportou US$ 94 bilhões em receitas trimestrais, mesmo absorvendo um impacto de US$ 800 milhões em tarifas. Já a Amazon, embora tenha superado as estimativas de lucro e receita, acabou frustrando o mercado — o crescimento aquém do esperado na AWS acendeu o sinal amarelo quanto à eficácia de seus investimentos em IA, fazendo suas ações despencarem 6% no pós-mercado. Assim, mesmo com a temporada de balanços recheada de surpresas positivas, os índices acionários recuaram: pesaram no humor dos investidores tanto o fantasma das tarifas quanto uma inflação teimosa.

O pano de fundo que explica essa volatilidade é a nova rodada de tarifas anunciada por Donald Trump, agora prestes a entrar em vigor. As medidas atingem em cheio os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos — incluindo Brasil, Canadá, México e China — e impõem um novo obstáculo ao já desafiador ambiente macro. Para completar o quadro, os dados mais recentes de inflação, especialmente o núcleo do PCE, vieram acima das projeções, o que praticamente elimina as chances de um corte de juros no curto prazo pelo Federal Reserve. O alívio só não é menor porque os salários seguem contidos, o que ajuda a evitar uma espiral entre preços e remuneração. Ainda assim, os investidores seguem com os olhos colados nos próximos dados de emprego e indústria, à espera de pistas mais claras sobre a trajetória da economia. Em um cenário de lucros fortes, mas riscos latentes, qualquer entusiasmo precisa vir acompanhado de uma boa dose de ceticismo.

· 02:37 — Tarifaço generalizado

Na noite de ontem, Donald Trump formalizou a nova rodada de tarifas que atinge diretamente a maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos. As alíquotas, que variam entre 10% e 50%, foram calibradas conforme o déficit comercial bilateral e o estágio das negociações com Washington. A entrada em vigor foi adiada para 7 de agosto, mas a mensagem do decreto é cristalina: países que não firmaram acordos com os EUA terão de pagar mais para acessar o mercado americano. As tarifas médias, que já haviam saltado de 2,4% no início do ano para 10% em junho, devem agora ultrapassar os 18%, estabelecendo um novo piso estrutural em torno de 15% — patamar não visto desde os anos 1930. Algumas nações conseguiram escapar do aperto, como Japão, União Europeia, Reino Unido, Coreia do Sul e Indonésia, ao fecharem acordos de última hora. Outras, como Canadá e Suíça, não tiveram a mesma sorte e foram atingidas com tarifas que chegam a 39%. O México ganhou uma trégua de 90 dias para seguir negociando e adiar, por ora, a elevação para 35%, enquanto a China segue em um cronograma próprio, com prazo final em 12 de agosto. A ordem executiva ainda inclui uma tarifa de 40% para produtos considerados “transbordados” — coibir triangulações com uso de países intermediários para escapar das tarifas.

A guinada tarifária representa uma ruptura explícita com o histórico de liberalização comercial que pautou a política externa americana nas últimas décadas. Mais do que uma política comercial, trata-se de uma estratégia de poder: Trump tem usado as tarifas como ferramenta de barganha para outros interesses. Mirou o Brasil por motivações internas (regulação das Big Techs), o Canadá por divergências diplomáticas e a Índia por seus laços com Moscou. E não deve parar por aí — há expectativa de novas tarifas sobre itens estratégicos como medicamentos, semicondutores e minerais críticos nas próximas semanas. O impacto, no entanto, não será apenas diplomático ou setorial. A elevação generalizada de tarifas deve encarecer substancialmente os custos para empresas e consumidores americanos, gerando pressão inflacionária adicional justamente quando o Federal Reserve tenta calibrar sua política monetária com cautela. Em síntese, Trump redobra sua aposta na guerra comercial — e, como sempre, quem pode acabar pagando a conta do novo “muro tarifário” erguido por Trump é o consumidor americano. Ponto de ruptura importante.

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· 03:22 — Judicialização?

Já tratei deste tema anteriormente, mas ele merece ser retomado, especialmente agora, diante da avalanche de acordos comerciais sendo costurados às pressas nas horas que antecedem o prazo final das novas tarifas de Donald Trump. No centro desse embate comercial global, há uma questão jurídica fundamental ainda sem resposta clara: o presidente dos Estados Unidos tem, de fato, respaldo legal para iniciar essa guerra tarifária? A dúvida persiste, inclusive entre os 11 juízes do Tribunal de Apelações do Circuito Federal, que conduziram uma nova audiência sobre o tema.

O caso analisa a decisão de uma instância inferior que havia considerado ilegal o uso, por Trump, da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) como base para impor tarifas sem a autorização do Congresso — órgão historicamente responsável por essa prerrogativa. Segundo a ação, Trump invocou uma legislação que sequer menciona tarifas para justificar uma escalada comercial inédita, o que foi classificado como uma reivindicação de poder que nenhum presidente ousou fazer.

Os juízes, tanto indicados por democratas quanto por republicanos, demonstraram ceticismo quanto à legalidade do gesto. Mesmo assim, o presidente ainda conta com espaço de manobra: qualquer decisão judicial levará tempo e, quase inevitavelmente, será suspensa até que a Suprema Corte decida se aceita ou não revisar o caso. Controlada por uma maioria conservadora de 6 a 3, a Corte já abriu caminho para diversas iniciativas do trumpismo — e pode repetir o gesto. E se não o fizer, sempre haverá um plano B: não faltam brechas legais para contornar obstáculos, nem precedentes de desobediência institucional. Segundo levantamento do Washington Post, o governo Trump deixou de cumprir um terço das decisões judiciais contrárias a ele — um dado que diz muito sobre a lógica que guia sua estratégia de governo.

· 04:16 — Novo megaprojeto

A OpenAI acaba de firmar um acordo estratégico na Noruega que marca um passo importante em sua expansão global de infraestrutura — e pode se tornar um dos investimentos mais ambiciosos em inteligência artificial na Europa até o momento. A iniciativa prevê a construção de um data center em Kvandal, uma pequena localidade à beira de um dos fiordes noruegueses, que será inteiramente abastecido por energia renovável. O projeto, além de simbolizar o esforço da empresa em alinhar inovação com sustentabilidade, envolve a entrega de nada menos que 100 mil GPUs da Nvidia até o final do próximo ano — um volume que posiciona o centro como um verdadeiro “Stargate” europeu da IA (em alusão ao programa de investimentos em IA dos EUA).

A movimentação está em linha com a visão de longo prazo de Sam Altman, CEO da OpenAI, que tem buscado acelerar a construção de infraestrutura computacional fora dos Estados Unidos para sustentar o crescimento exponencial da demanda por processamento de IA. Trata-se não apenas de um projeto técnico, mas também geopolítico: em tempos de tensões regulatórias e competição global por chips, o reforço de hubs em territórios europeus oferece à OpenAI mais resiliência e flexibilidade operacional. No fim das contas, é a união entre tecnologia de ponta, eficiência energética e pragmatismo estratégico. Mais um megaprojeto para a conta.

· 05:05 — Sofisticação?

Por mais contraintuitivo que pareça, a indústria de defesa dos Estados Unidos é hoje consideravelmente menor do que já foi. Ainda que o país siga respondendo por 43% das exportações globais de armamentos — enquanto a China representa meros 6% —, o volume de produção está longe do ritmo das décadas de 1940 a 1960, quando a capacidade industrial americana era moldada por guerras totais. Em vez de quantidade, o foco agora é sofisticação. A produção atual é voltada para sistemas altamente avançados, com baixo volume e altíssimo custo. Para ilustrar: em 1956, a Força Aérea dos EUA contava com 26 mil aeronaves. Em 2025, esse número deve cair para menos de 5 mil. Os caças de sexta geração — hoje em desenvolvimento — prometem comandar enxames de drones em combate, mas podem custar até US$ 300 milhões por unidade. A quantidade prevista desses modelos será apenas um quinto dos caças de quinta geração que os EUA pretendem adquirir nesta década. À medida que os sistemas de defesa se tornaram mais complexos, os custos com manutenção e reparos dobraram desde os anos 1980. Em outras palavras, o caminho da indústria de defesa americana não é de retração, mas de especialização — com margens maiores, produtos mais caros e mais espaço para inovação com alto valor agregado.

Para o investidor, a mensagem é clara:

Estudou finanças na University of Regina, no Canadá, tendo concluído lá parte de sua graduação em economia. Pós-graduado em finanças pelo Insper. Trabalhou em duas das maiores casas de análise de investimento do Brasil, além de ter feito parte da equipe de modelagem financeira de uma boutique voltada para fusões e aquisições. Trabalha hoje no time de analistas da Empiricus, sendo responsável, entre outras coisas, por análises macroeconômicas e políticas, além de cobrir estratégias de alocação. É analista com certificação CNPI.