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A tão esperada data para o início do tarifaço de Donald Trump finalmente chegou. O anúncio oficial trouxe uma tarifa-base de 10% sobre importações de praticamente todo o mundo, com exceção de cerca de 70 países (inclusive nós) — os quais enfrentarão tarifas ainda mais elevadas. O caso do Canadá é emblemático: a alíquota foi elevada para 35%, com a justificativa embasada não apenas em critérios comerciais, mas também em temas delicados como o combate ao fentanil, transformando barreiras alfandegárias em instrumentos de política externa.
Já países como Laos e Mianmar foram diretamente atingidos com tarifas de até 40%. A Casa Branca também impôs penalidades específicas contra o chamado “transbordo” — prática em que mercadorias são desviadas via terceiros países para escapar de tarifas — e deixou claro que ajustes adicionais não estão descartados, a depender do andamento das negociações.
Essa nova investida protecionista vem em um momento delicado da economia americana. O payroll de julho, divulgado hoje, pode até sinalizar um ritmo mais brando na criação de empregos, mas o Federal Reserve continua hesitante quanto a qualquer mudança de rota na política monetária. Em paralelo, a temporada de balanços das big techs tem intensificado a volatilidade. Depois dos bons números de Meta e Microsoft, a Apple surpreendeu positivamente com o desempenho do iPhone e pode ajudar a puxar os índices para cima, enquanto a Amazon decepcionou com seu guidance, devendo pressionar especialmente o Nasdaq. O pano de fundo, porém, permanece turvo: com o consumidor americano já impactado pelos efeitos da inflação pós-pandêmica, resta saber como reagirá quando o impacto pleno das tarifas começar a atingir o bolso — o que deve ocorrer ao longo dos próximos meses e se intensificar até o início de 2026.
Os reflexos dessa guinada comercial já se fazem sentir além das fronteiras. As bolsas asiáticas encerraram o dia em queda generalizada na esteira da entrada em vigor das tarifas, enquanto na Europa o desconforto se ampliou com a pressão direta de Trump sobre o setor farmacêutico. O presidente enviou cartas a grandes laboratórios exigindo a redução dos preços de medicamentos vendidos nos Estados Unidos, ameaçando medidas mais duras caso não haja compromissos concretos até setembro. Empresas como a Novo Nordisk, já fragilizadas por revisões de lucros e trocas na liderança, viram suas ações despencarem. Em meio a esse cenário, o risco político crescente e a instabilidade regulatória têm travado decisões de investimento e contratação por parte das empresas americanas, o que adiciona mais um obstáculo à retomada econômica.
No fim, o novo capítulo da guerra comercial de Donald Trump parece menos uma política comercial estruturada e mais um instrumento de pressão — ruidoso, e improvisado. Seus efeitos se irradiam pelas cadeias globais de produção e consumo, alimentam a incerteza econômica e adicionam um componente inflacionário não trivial ao horizonte. A retórica do “America First” pode se traduzir em custos maiores para o mundo — e, paradoxalmente, também para os próprios americanos. A ver…
· 00:53 — Julho fecha em queda e impõe dose de realidade ao mercado brasileiro
O mercado brasileiro encerrou julho no vermelho: o Ibovespa recuou após quatro meses consecutivos de alta. O mês foi marcado por um triplo desconforto nos ativos locais — Bolsa em baixa, dólar em alta e curva de juros sob estresse. Os investidores navegaram entre riscos domésticos e incertezas externas, com destaque para o imbróglio tarifário, cujos efeitos sobre o Brasil seguem se desdobrando sobre os ativos.
No epicentro político, Brasília reagiu à nova ofensiva comercial com discursos inflamados. Lula articula uma resposta institucional que, além de mirar Washington, aproveita o momento para fortalecer sua base e ampliar capital político. O mercado, por sua vez, observa com ceticismo: mais do que gestos de soberania, teme-se que o Planalto esteja instrumentalizando a crise para desviar o foco do descontrole fiscal.
Enquanto isso, a temporada de balanços teve início e trouxe à tona sinais crescentes de desaceleração da economia doméstica. Já se ouvem, nas entrelinhas dos comunicados corporativos, sinais de alerta — sugerem uma perda de fôlego da atividade no segundo trimestre. Nesta manhã, a Vale reage positivamente à divulgação do seu balanço e à distribuição de JCP na noite anterior. O ADR, no entanto, avançou timidamente em Nova York, refletindo um alívio pontual, e não uma mudança estrutural.
No plano macroeconômico, os dados mais recentes reforçam o diagnóstico de uma economia que perde tração, ainda que o mercado de trabalho mantenha notável resiliência. A taxa de desemprego recuou para 5,8% em junho — novo piso histórico da série na atual metodologia — com geração líquida de postos e aumento real da renda. Esse descompasso entre desaceleração da atividade e aquecimento do emprego impõe um desafio adicional à política monetária. O mercado de trabalho aquecido tem sido um dos vetores de pressão inflacionária, o que dificulta qualquer flexibilização mais contundente da Selic no curto prazo. O Banco Central, diante desse cenário, adota um discurso mais duro, em sintonia com os riscos inflacionários ainda presentes.
Esse fenômeno — de emprego forte em meio a juros elevados — não é exclusivo do Brasil. A hipótese mais plausível, embora prematura, é a de que estejamos assistindo a um rescaldo da pandemia, combinado a uma transformação estrutural acelerada pela digitalização da economia e, no caso brasileiro, somado ao legado da reforma trabalhista do Temer. Há muito a ser pesquisado. Por ora, a realidade é que dados robustos de emprego justificam uma postura mais conservadora na política monetária.
Contudo, o dinamismo do mercado de trabalho contrasta com um quadro fiscal cada vez mais deteriorado. A dívida bruta atingiu 76,6% do PIB em junho, e caminha para 82% até o final de 2026. Em quatro anos, o governo acumulará um salto de 10 pontos percentuais na dívida — trajetória que compromete qualquer discurso de responsabilidade fiscal. O déficit primário de junho, de R$ 47,1 bilhões, veio acima do esperado e revelou que o segundo semestre tende a ser mais pressionado, após uma primeira metade artificialmente favorecida por subexecução orçamentária.
Apesar de um superávit primário marginal nos últimos 12 meses (0,15% do PIB), o déficit nominal permanece elevado (7,3% do PIB). O pano de fundo é conhecido: ausência de um arcabouço fiscal crível, gastos públicos em expansão e promessas de equilíbrio sempre postergadas. A consequência é clara: expectativas de inflação desancoradas e juros persistentemente elevados. Em outras palavras, o verdadeiro vilão por trás da taxa Selic não está no Copom, mas no Palácio do Planalto — que, até aqui, não conseguiu construir um plano de longo prazo para as contas públicas.
No front internacional, o Brasil ainda digere o impacto da guinada tarifária promovida por Trump. Conforme já detalhado neste espaço, cerca de 44,6% das exportações brasileiras aos EUA — o equivalente a US$ 18 bilhões — ficarão isentas das novas tarifas em 2024. Já 35,9% — ou US$ 14,5 bilhões — serão afetadas diretamente, e os 19,5% restantes (US$ 7,9 bilhões) estão sujeitos a tarifas universais, aplicadas a todos os países. No agregado, estima-se que a tarifa efetiva aplicada ao Brasil fique próxima a 30%. Ainda há margem para negociação, mas o ambiente é incerto.
Lula optou por não divulgar um pacote de resposta ao tarifaço de forma ampla, preferindo anúncios pontuais, setoriais, com foco em setores sensíveis da pauta exportadora — sobretudo aqueles com maior impacto sobre o emprego. As medidas serão comunicadas em etapas, dependendo do avanço das tratativas com os EUA. Brasília acredita que há espaço para concessões adicionais por parte dos americanos.
Enquanto isso, porém, Lula aproveitará o momento político. A verdade é que a figura de um inimigo externo — Trump, no caso — é tudo o que o governo precisava para reacender o discurso nacionalista e tentar reverter a erosão de sua popularidade, há muito tempo em queda. E já começam a ter resultado. Levantamentos internos apontam que Lula cresceu três pontos percentuais após a imposição das tarifas e da sanção a Alexandre de Moraes. Outras pesquisas confirmam essa tendência. Ainda assim, é precipitado afirmar que o governo conquistou terreno sólido. O impacto econômico das tarifas pode, a médio prazo, corroer essa mesma popularidade.
Isso porque, apesar do verniz de defesa da soberania, tarifas comerciais costumam produzir efeitos colaterais indesejados: menor crescimento, perda de competitividade e, em última instância, aumento do desemprego. A deterioração do chamado “índice de miséria” é um risco real — e historicamente corrosivo para qualquer governante. Além disso, o governo enfrenta um desafio de equilíbrio retórico: precisa surfar a onda nacionalista sem parecer eleitoreiro, enquanto negocia com os americanos. O apoio tático de setores como o agronegócio e parte do empresariado pode evaporar se o discurso patriótico suplantar o pragmatismo econômico. E o Planalto sabe disso.
O momento político, contudo, ainda favorece o governo — em boa medida porque a oposição encontra-se desorganizada e encurralada. O clã Bolsonaro, cada vez mais visto como extremista e centrado em si mesmo, fornece ao governo o antagonista perfeito. Mas esse enredo pode mudar. Com a provável condenação de Jair Bolsonaro, cresce a possibilidade de que ele precise apoiar um nome mais palatável ao centro, em troca de proteção jurídica. Sem um adversário radical, o maniqueísmo do “nós contra eles” perde força — e uma alternativa, mesmo sem encantos, pode voltar a atrair. Nesse cenário, Tarcísio emerge como peça-chave. Para se manter viável, terá de trilhar o caminho da moderação com inteligência. A trajetória até 2026 é muito longa…
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· 01:44 — Ou vai ou racha
A Microsoft acaba de se tornar a segunda empresa da história a alcançar a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado — um feito notável para quem já foi lembrada pelo clipe do Clippy. O mérito é, em grande parte, da inteligência artificial e do desempenho robusto da Azure, cuja receita anual saltou 34% e ultrapassou a impressionante cifra de US$ 75 bilhões. A Apple, por sua vez, também entregou resultados acima das expectativas: com vendas do iPhone crescendo 30% e expansão na China, a gigante reportou US$ 94 bilhões em receitas trimestrais, mesmo absorvendo um impacto de US$ 800 milhões em tarifas. Já a Amazon, embora tenha superado as estimativas de lucro e receita, acabou frustrando o mercado — o crescimento aquém do esperado na AWS acendeu o sinal amarelo quanto à eficácia de seus investimentos em IA, fazendo suas ações despencarem 6% no pós-mercado. Assim, mesmo com a temporada de balanços recheada de surpresas positivas, os índices acionários recuaram: pesaram no humor dos investidores tanto o fantasma das tarifas quanto uma inflação teimosa.
O pano de fundo que explica essa volatilidade é a nova rodada de tarifas anunciada por Donald Trump, agora prestes a entrar em vigor. As medidas atingem em cheio os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos — incluindo Brasil, Canadá, México e China — e impõem um novo obstáculo ao já desafiador ambiente macro. Para completar o quadro, os dados mais recentes de inflação, especialmente o núcleo do PCE, vieram acima das projeções, o que praticamente elimina as chances de um corte de juros no curto prazo pelo Federal Reserve. O alívio só não é menor porque os salários seguem contidos, o que ajuda a evitar uma espiral entre preços e remuneração. Ainda assim, os investidores seguem com os olhos colados nos próximos dados de emprego e indústria, à espera de pistas mais claras sobre a trajetória da economia. Em um cenário de lucros fortes, mas riscos latentes, qualquer entusiasmo precisa vir acompanhado de uma boa dose de ceticismo.
· 02:37 — Tarifaço generalizado
Na noite de ontem, Donald Trump formalizou a nova rodada de tarifas que atinge diretamente a maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos. As alíquotas, que variam entre 10% e 50%, foram calibradas conforme o déficit comercial bilateral e o estágio das negociações com Washington. A entrada em vigor foi adiada para 7 de agosto, mas a mensagem do decreto é cristalina: países que não firmaram acordos com os EUA terão de pagar mais para acessar o mercado americano. As tarifas médias, que já haviam saltado de 2,4% no início do ano para 10% em junho, devem agora ultrapassar os 18%, estabelecendo um novo piso estrutural em torno de 15% — patamar não visto desde os anos 1930. Algumas nações conseguiram escapar do aperto, como Japão, União Europeia, Reino Unido, Coreia do Sul e Indonésia, ao fecharem acordos de última hora. Outras, como Canadá e Suíça, não tiveram a mesma sorte e foram atingidas com tarifas que chegam a 39%. O México ganhou uma trégua de 90 dias para seguir negociando e adiar, por ora, a elevação para 35%, enquanto a China segue em um cronograma próprio, com prazo final em 12 de agosto. A ordem executiva ainda inclui uma tarifa de 40% para produtos considerados “transbordados” — coibir triangulações com uso de países intermediários para escapar das tarifas.
A guinada tarifária representa uma ruptura explícita com o histórico de liberalização comercial que pautou a política externa americana nas últimas décadas. Mais do que uma política comercial, trata-se de uma estratégia de poder: Trump tem usado as tarifas como ferramenta de barganha para outros interesses. Mirou o Brasil por motivações internas (regulação das Big Techs), o Canadá por divergências diplomáticas e a Índia por seus laços com Moscou. E não deve parar por aí — há expectativa de novas tarifas sobre itens estratégicos como medicamentos, semicondutores e minerais críticos nas próximas semanas. O impacto, no entanto, não será apenas diplomático ou setorial. A elevação generalizada de tarifas deve encarecer substancialmente os custos para empresas e consumidores americanos, gerando pressão inflacionária adicional justamente quando o Federal Reserve tenta calibrar sua política monetária com cautela. Em síntese, Trump redobra sua aposta na guerra comercial — e, como sempre, quem pode acabar pagando a conta do novo “muro tarifário” erguido por Trump é o consumidor americano. Ponto de ruptura importante.
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· 03:22 — Judicialização?
Já tratei deste tema anteriormente, mas ele merece ser retomado, especialmente agora, diante da avalanche de acordos comerciais sendo costurados às pressas nas horas que antecedem o prazo final das novas tarifas de Donald Trump. No centro desse embate comercial global, há uma questão jurídica fundamental ainda sem resposta clara: o presidente dos Estados Unidos tem, de fato, respaldo legal para iniciar essa guerra tarifária? A dúvida persiste, inclusive entre os 11 juízes do Tribunal de Apelações do Circuito Federal, que conduziram uma nova audiência sobre o tema.
O caso analisa a decisão de uma instância inferior que havia considerado ilegal o uso, por Trump, da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) como base para impor tarifas sem a autorização do Congresso — órgão historicamente responsável por essa prerrogativa. Segundo a ação, Trump invocou uma legislação que sequer menciona tarifas para justificar uma escalada comercial inédita, o que foi classificado como uma reivindicação de poder que nenhum presidente ousou fazer.
Os juízes, tanto indicados por democratas quanto por republicanos, demonstraram ceticismo quanto à legalidade do gesto. Mesmo assim, o presidente ainda conta com espaço de manobra: qualquer decisão judicial levará tempo e, quase inevitavelmente, será suspensa até que a Suprema Corte decida se aceita ou não revisar o caso. Controlada por uma maioria conservadora de 6 a 3, a Corte já abriu caminho para diversas iniciativas do trumpismo — e pode repetir o gesto. E se não o fizer, sempre haverá um plano B: não faltam brechas legais para contornar obstáculos, nem precedentes de desobediência institucional. Segundo levantamento do Washington Post, o governo Trump deixou de cumprir um terço das decisões judiciais contrárias a ele — um dado que diz muito sobre a lógica que guia sua estratégia de governo.
· 04:16 — Novo megaprojeto
A OpenAI acaba de firmar um acordo estratégico na Noruega que marca um passo importante em sua expansão global de infraestrutura — e pode se tornar um dos investimentos mais ambiciosos em inteligência artificial na Europa até o momento. A iniciativa prevê a construção de um data center em Kvandal, uma pequena localidade à beira de um dos fiordes noruegueses, que será inteiramente abastecido por energia renovável. O projeto, além de simbolizar o esforço da empresa em alinhar inovação com sustentabilidade, envolve a entrega de nada menos que 100 mil GPUs da Nvidia até o final do próximo ano — um volume que posiciona o centro como um verdadeiro “Stargate” europeu da IA (em alusão ao programa de investimentos em IA dos EUA).
A movimentação está em linha com a visão de longo prazo de Sam Altman, CEO da OpenAI, que tem buscado acelerar a construção de infraestrutura computacional fora dos Estados Unidos para sustentar o crescimento exponencial da demanda por processamento de IA. Trata-se não apenas de um projeto técnico, mas também geopolítico: em tempos de tensões regulatórias e competição global por chips, o reforço de hubs em territórios europeus oferece à OpenAI mais resiliência e flexibilidade operacional. No fim das contas, é a união entre tecnologia de ponta, eficiência energética e pragmatismo estratégico. Mais um megaprojeto para a conta.
· 05:05 — Sofisticação?
Por mais contraintuitivo que pareça, a indústria de defesa dos Estados Unidos é hoje consideravelmente menor do que já foi. Ainda que o país siga respondendo por 43% das exportações globais de armamentos — enquanto a China representa meros 6% —, o volume de produção está longe do ritmo das décadas de 1940 a 1960, quando a capacidade industrial americana era moldada por guerras totais. Em vez de quantidade, o foco agora é sofisticação. A produção atual é voltada para sistemas altamente avançados, com baixo volume e altíssimo custo. Para ilustrar: em 1956, a Força Aérea dos EUA contava com 26 mil aeronaves. Em 2025, esse número deve cair para menos de 5 mil. Os caças de sexta geração — hoje em desenvolvimento — prometem comandar enxames de drones em combate, mas podem custar até US$ 300 milhões por unidade. A quantidade prevista desses modelos será apenas um quinto dos caças de quinta geração que os EUA pretendem adquirir nesta década. À medida que os sistemas de defesa se tornaram mais complexos, os custos com manutenção e reparos dobraram desde os anos 1980. Em outras palavras, o caminho da indústria de defesa americana não é de retração, mas de especialização — com margens maiores, produtos mais caros e mais espaço para inovação com alto valor agregado.
Para o investidor, a mensagem é clara: