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Na quarta-feira (10), a Oracle (ORCL) entregou ao mercado um trimestre fora da curva. As ações dispararam 36% em um único pregão, melhor performance desde 1992, adicionando US$ 238 bilhões em valor de mercado e levando o valuation total a US$ 916 bilhões, se tornando a décima empresa mais valiosa do mundo.


Divulgação de backlog foi o grande catalisador para valorização da Oracle
O catalisador para a valorização foi a divulgação de um backlog (carteira de encomendas) de US$ 455 bilhões em contratos de nuvem, crescimento de 359% em relação ao ano anterior e muito acima dos US$ 180 bilhões esperados pelo mercado.

Projeções para o futuro da Oracle
As novas projeções sugerem que a computação com IA representará a grande maioria da receita total da companhia nos próximos anos.
Entre os desdobramentos mais relevantes, a OpenAI assinou contrato de US$ 300 bilhões com a Oracle para compra de capacidade computacional ao longo de cinco anos, reforçando o papel da nuvem como pilar essencial para treinar e rodar modelos de IA de última geração.

Estimativas sugerem que esse volume de demanda poderá implicar até US$ 100 bilhões em investimentos em infraestrutura e a construção de cerca de cinco gigawatts em capacidade de data centers, magnitude que ilustra o surgimento das chamadas “AI super-factories”.
O próprio Jensen Huang, CEO da Nvidia, reforçou que cada gigawatt em data centers exige algo em torno de US$ 35 bilhões em hardware e US$ 15 bilhões em componentes adicionais, sinalizando a escala inédita dos investimentos necessários.
Essa escalada está sendo visível no capex consolidado de Big Techs como Alphabet, Amazon, Meta e Microsoft, que somaram quase US$ 300 bilhões em investimentos em infraestrutura nos últimos 12 meses.

Reações levaram ao aumento de preço-alvo das ações ORCL34
A reação do mercado e da comunidade analítica não poderia ser diferente. O Deutsche Bank elevou o preço-alvo da ação de US$ 240 para US$ 335 (upside de 39,6%), enquanto o Bank of America passou a recomendar compra, afirmando que o backlog “cimenta a posição da Oracle como peça-chave na infraestrutura de IA”. Wells Fargo descreveu o movimento como uma “confirmação” do AI trade.
Mesmo com a companhia tendo ficado marginalmente abaixo do consenso em receita e lucro por ação no trimestre, investidores escolheram olhar além do curto prazo e valorizar a magnitude da oportunidade.
O impacto se estendeu também ao patrimônio pessoal de Larry Ellison, fundador da Oracle, que adicionou US$ 100 bilhões em um único dia à sua fortuna — e, segundo a Bloomberg, chegou a ultrapassar Elon Musk como o homem mais rico do mundo.
Além de todo o impacto positivo nos papéis da companhia fundada por Larry, as teses ligadas ao desenvolvimento da tecnologia da Inteligência Artificial surfaram essa perspectiva de alta demanda e novos investimentos nos próximos trimestres.

Por outro lado, alguns pontos de atenção devem ser monitorados para entender as perspectivas para os negócios da Oracle e do segmento como um todo. Com a mudança no perfil de receita para quase 86% proveniente de Cloud, seu futuro está intimamente ligado à capacidade de permanência da IA do que a de seus concorrentes.
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