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A Alphabet (Nasdaq: GOOGL | B3: GOGL34), holding dona do Google, divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) na quarta-feira (29), após o fechamento dos mercados. Os números trouxeram forte desempenho, superando as expectativas dos analistas, com a companhia reportando crescimento de dois dígitos tanto na receita quanto no lucro.
A receita trimestral ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões pela primeira vez na história da companhia , totalizando US$ 102,346 bilhões e crescendo 16% ano contra ano, 2% acima do consenso de mercado.

Resultado do Google Services foi sustentado pela expansão de Ferramentas de Busca
A dona da Google possui 2 principais linhas de negócios, sendo elas Google Services (86,6% da receita total) e Google Cloud (12,8%).
O segmento de Google Services — que engloba as receitas de Ferramentas de busca; publicidade via YouTube e Assinaturas, Plataformas e Serviços — cresceu 14% e somou US$ 87,052 bilhões. Esse crescimento foi sustentado pela expansão de Ferramentas de Busca, que totalizou US$ 56,567 bilhões (14,5% vs. 3T24), e pelo bom desempenho de publicidade e assinaturas do YouTube, que cresceu 15% e totalizou US$ 10,261 bilhões.

As receitas com assinaturas, plataformas e dispositivos somaram US$ 12,870 bilhões, crescendo 20,7% ano contra ano, reflexo da forte adesão a produtos como YouTube Premium e Google One, além da crescente integração de IA nos serviços de consumo.
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Google Cloud, mais uma vez, é o grande destaque da Alphabet
Porém, o destaque do trimestre foi novamente a vertical de Google Cloud, cuja a receita totalizou US$ 15,157 bilhões, crescendo 34% ano contra ano, impulsionada pela forte demanda demanda por infraestrutura de IA e soluções generativas no Google Cloud Platform (GCP).

O resultado consolida uma trajetória de aceleração constante, já que o segmento havia crescido acima de 30% em 2024, registrando alta de quase 30% no primeiro trimestre e novamente acima de 30% no segundo trimestre de 2025. O backlog do Cloud encerrou o trimestre em US$ 155 bilhões, trazendo novas perspectivas de continuidade no crescimento do segmento.
O lucro operacional no trimestre somou US$ 31,228 bilhões (+9,5% VS. 3T24), o que representa uma margem operacional de 30,5%. A companhia foi multada em US$ 3,5 bilhões, proveniente da Comissão Europeia por práticas anticompetitivas, o que fez a margem recuar 1,8 ponto percentual.

Excluindo o impacto da multa, o lucro operacional teria crescido 22%, com margem ajustada de 33,9%, o que representaria avanço de 1,6 ponto percentual.
Dentro dessa linha, destaque novamente para o segmento de Cloud, que cresceu 84,6% seu lucro operacional no período, totalizando US$ 3,594 bilhões. Apesar de ainda operar com margens significativamente inferiores às das demais verticais, há um potencial de expansão já que outros competidores diretos como Amazon Web Services (AWS) e Microsoft Azure já reportam margens operacionais na casa dos 30%.

Na linha final do resultado, o lucro líquido da Alphabet foi de US$ 34,979 bilhões ou US$ 2,87 por ação, crescimento de 35% na comparação anual.
O que esperar da Alphabet no próximo trimestre?
Para o restante do ano, a companhia revisou suas projeções de Capex anual para o intervalo entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões, com foco em investimentos em data centers próprios e semicondutores internos.
Além dos bons resultados financeiros, a companhia traz consigo aceleração nas execução dentro de suas estruturas. O ecossistema de IA da companhia, por exemplo, já atinge grande escala: 70% dos clientes atuais de Google Cloud usam seus produtos de IA, o modelo Gemini processa 7 bilhões de tokens por minuto via API, e o Gemini App já conta com 650 milhões de usuários mensais ativos.
Outro fator de destaque é a rápida implementação de recursos de IA no serviço de busca, como o AI Overview e o AI Mode (ambos já integrados na plataforma de busca), que começam a transformar a experiência de busca e o modelo de monetização da plataforma.

Além disso, a Alphabet já conta com mais de 300 milhões de assinaturas pagas, lideradas por Google One e YouTube Premium, reforçando sua diversificação de receitas para além da publicidade.
Logo após a divulgação dos balanços, as ações da companhia tiveram uma ótima performance, chegando a subir mais de 6% no pregão estendido. Já no pré-market de hoje, os papéis continuam subindo na casa dos 7%, demonstrando otimismo dos investidores.
Mesmo saindo da casa de cerca de 20 vezes seus lucros projetados de 2025 para próximo de 26 vezes (acima da média de um ano, 19 vezes), seguimos com visão positiva para as ações da Alphabet, além de todo o otimismo que permeia o setor de IA e a entrega de resultados inquestionáveis.
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