Depois do pregão regular da última quinta-feira (30), a Amazon (B3: AMZO34 | Nasdaq: AMZN) entrou na mira dos investidores com os seus resultados do terceiro trimestre. Os números reportados vieram melhores do que as estimativas, principalmente pela retomada do forte crescimento da Amazon Web Services.
Serviço de nuvens (AWS) é, mais uma vez, destaque para Amazon
Nos três meses encerrados em setembro a “Loja de Tudo” reportou vendas de US$ 180,169 bilhões, um aumento de 13,4% ante o mesmo trimestre do ano passado.
Quando analisado por segmento, o principal vetor de crescimento segue sendo a AWS, com receita de US$ 33,006 bilhões, valor 20,2% maior na comparação anual. O segmento América do Norte, responsável por quase 60% das vendas, reportou um faturamento de US$ 106,267 bilhões (+11,2% vs. 3T24), enquanto as operações internacionais apresentaram receita de US$ 40,896 bilhões (+13,9%).
Já por linha de negócio, além da retomada do crescimento acima dos 20% da AWS, a parte de Publicidade segue em bom momento, com receita de US$ 17,703 bilhões, alta de 23,5% em relação a um ano atrás. Outros destaques ficaram com os serviços de sellers para terceiros (US$ 42,486 bilhões, +12,2% vs. 3T24) e assinaturas (US$ 12,574 bilhões, +11,5%). As vendas online seguem sendo a principal fonte de receita da empresa, totalizando US$ 67,407 bilhões (+9,7%).
Lucro operacional da Amazon foi estável e impactado por dois eventos não recorrentes
Por outro lado, o lucro operacional permaneceu estável em relação ao mesmo trimestre de 2024, totalizando US$ 17,422 bilhões, fazendo com que a margem tivesse um recuo na comparação anual (9,6%, -1,3 ponto percentual vs. 3T24).
Essa queda na lucratividade ocorreu devido ao menor lucro operacional das operações América do Norte, que totalizou US$ 4,789 bilhões, 15,4% menor do que o reportado um ano atrás e o que representa uma margem de 4,5% (-1,4 p.p. vs. 3T24); e Internacional, com lucro de US$ 1,199 bilhão (-7,8%) e margem de 2,9% (-0,5 p.p.). O resultado operacional da AWS compensou parcialmente esse recuo, com um lucro de US$ 11,434 bilhões (+9,4%), o equivalente a 34,6% de margem (-3,4 p.p.).
Importante salientar, porém, que o lucro operacional foi impactado negativamente por dois eventos não-recorrentes: um acordo feito junto a Federal Trade Commission, com impacto de US$ 2,5 bilhões na operação América do Norte; e custos de US$ 1,8 bilhão relacionado a reduções de cargos anunciada pela companhia. Desconsiderando esses valores, o lucro operacional no trimestre seria de US$ 21,7 bilhões, quase 25% maior do que o apresentado um ano atrás.
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Diversificação traz bons resultados para companhia
Na linha final de resultado, o lucro líquido da Amazon totalizou US$ 21,187 bilhões, ou US$ 1,95 por ação, um aumento de 36,3% na comparação anual. O lucro do trimestre inclui ganhos de US$ 9,5 bilhões por conta do investimento feito na Anthropic, uma das principais rivais da OpenAI.
A diversificação da companhia permite com que ela continue gerando cada vez mais recursos para o negócio. O fluxo de caixa operacional nos doze meses encerrados em setembro totalizou US$ 130,691 bilhões, um aumento de quase 16% em relação ao mesmo período de 2024.
Só que a maior parte desses valores estão sendo destinados para os investimentos na infraestrutura necessária para expandir principalmente a AWS: o capex anual da companhia somou US$ 115,903 bilhões, 78% maior do que o investido um ano atrás. Dessa forma, o fluxo de caixa livre para a companhia totalizou US$ 14,788 bilhões no período, comparado com US$ 47,747 bilhões ao final do 3T24.
Além dos bons números do trimestre, as projeções da direção para o quarto trimestre parece ter animado os investidores, com expectativas superiores do que o consenso de mercado: receita entre US$ 206 bilhões e US$ 213 bilhões (aumento entre 10% e 13%), e lucro operacional entre US$ 21,0 bilhões e US$ 26,0 bilhões (sinalizando até 23% de alta na comparação com o 4T24).
Isso fez com que a ação da empresa valorizasse mais de 13% no after-market, ultrapassando a marca dos US$ 250 e atingindo uma nova máxima histórica, aproximando a alta do papel com a do S&P 500 no ano (cerca de 15%).
É hora de comprar ações AMZO34?
Ainda assim, seguimos com visão positiva para a ação da Amazon, considerando-a uma das principais beneficiárias dos investimentos feitos na infraestrutura necessária para o desenvolvimento da Inteligência Artificial para os próximos anos. As ações AMZO34 seguem como recomendação Empiricus.
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