1 2019-12-09T13:32:41-03:00 xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 saved xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 2019-12-09T13:32:41-03:00 Adobe Bridge 2020 (Macintosh) /metadata
Investimentos

Após novo corte da Selic e boa reação do mercado, o Ibovespa pode continuar subindo?

Na última quarta (13), o BC decidiu reduzir a taxa básica de juros para 11,75% ao ano e a Bolsa chegou a marcar 131 mil pontos.

Por Nicole Vasselai

14 dez 2023, 16:02

Atualizado em 14 dez 2023, 16:02

cervejuros selic market makers empiricus juros cerveja (1)

Ontem (13) foi a última Super Quarta do ano, dia em que coincidem as reuniões de política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve, nos EUA.

Por aqui, o Copom decidiu cortar em 50 pontos-base a Selic, taxa básica de juros, pela terceira vez consecutiva, que caiu de 12,25% para 11,75% ao ano. Já o Fed manteve os juros na faixa de 5,25% a 5,5% ao ano, mas comunicou que deve contratar três cortes para o que vem, o que deixou o mercado em êxtase.

O Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, respondeu, ontem, com uma valorização de 2% – e a maior parte da disparada aconteceu na parte da tarde.

Para Matheus Spiess, analista de macroeconomia da Empiricus Research, o aumento dos ânimos do mercado derivaram do comunicado mais “dovish” feito pelo FOMC, nos Estados Unidos, antes da decisão final do Copom.

Nesta quinta (14), o benchmark continua subindo 1% até às 15h.

“A decisão nos EUA já alterou em partes as expectativas dos investidores para que houvesse espaço para uma aceleração do corte da Selic no Brasil. E soma-se a isso o IPCA de novembro melhor do que o esperado e PIB brasileiro fraco, que corroboram para mais reduções dos juros”, explica Spiess.

Segundo o analista, alguns economistas e investidores teriam ficado frustrados com o fato de o Copom não realizar, nem sinalizar para o futuro, uma queda de 75 pontos-base na taxa em vez de 50 pontos-base.

“É normal que seja uma mudança mais gradual. Historicamente, ciclos de flexibilização monetária responsáveis são graduais. O próprio Ilan Goldman [ex-presidente do BC] foi duramente criticado quando diminuiu aos poucos a Selic dos 14% ao ano para 6,5% e depois ganhou o prêmio de melhor presidente do Banco Central”, comenta.

O analista considera, ainda, que Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, tem feito um trabalho alinhado à diretoria, indicada pelo presidente Lula. “Campos Neto teve seus deslizes, mas parece alinhado à equipe e deverá continuar fazendo um bom trabalho, no caminho de convergir para uma Selic a 9% ao ano ao final de 2024”.

LEIA MAIS: Empiricus Research recomenda lista de ações para 2024 que pode valorizar 10x mais que o Ibovespa; acesse aqui 

Existe espaço para acelerar os cortes da Selic?

Assim como no caso do Fed, o analista lembra que quaisquer decisões vão depender dos próximos dados econômicos. são os próximos dados econômicos que irão balizar quaisquer decisões.

“Se os indicadores continuarem indicando que a aceleração pode vir, assim será. Mas conservadorismo também faz parte do jogo. Inclusive, considerando o balanço dos riscos internacionais e domésticos, o BC com certeza vai levar em conta o déficit público antes de decidir acelerar ou não”.

A Bolsa pode subir mais?

Na visão de Spiess, sim. “É comum termos um rali de fim de ano, principalmente nos EUA, e já estamos nele. Nós havíamos falado que era provável que nesta época tivéssemos entre 130 mil e 135 mil pontos no Ibovespa e já estamos nesse patamar. Daqui até janeiro esse ânimo deve se manter”.

O analista continua acreditando em um retorno dos múltiplos das ações para a média histórica do Ibovespa. “Hoje, o índice negocia a 9x preço/lucro; a média histórica é 12x P/L. Então, mesmo com a valorização que estamos vendo, ainda há espaço para convergir, pelo menos, à média. Só isso, sem considerar crescimento de lucro das companhias, já deveria impulsionar a Bolsa para novos patamares ano que vem. Dito de outra maneira, ainda estou construtivo para ativos locais“.

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.