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Investimentos

As melhores ações para março de 2021

Entenda as ações que não podem ficar de fora do seu portfólio e o racional por trás delas

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Data de publicação
3 de março de 2021
Categoria
Investimentos

Nossos relatórios, aqui na Empiricus, buscam levar, ao investidor pessoa física, o mesmo nível de desempenho, sofisticação e lucros que os muito ricos ou investidores institucionais possuem.

Parte desse trabalho consiste em encontrar as melhores ações disponíveis no mercado. Neste artigo, iremos revelar quatro grandes indicações dos nossos analistas para março de 2021.

Vamos lá?

ITUB4, por Max Bohm

As ações do Itaú Unibanco (ITUB4), o maior banco privado do país, estão no pódio da série As Melhores Ações da Bolsa, liderada por Max Bohm.

O bancão, como o conhecemos hoje, foi resultado da fusão entre as duas instituições que compõem o seu nome, lá em 2008. Desde então, tornou-se o maior conglomerado financeiro privado do hemisfério sul e um dos 20 maiores bancos do mundo em valor de mercado.

E as formas pelas quais o Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4) ganha dinheiro são muito variadas, mas podemos sintetizá-las em três classes: crédito, serviços e seguros.

A principal divisão, no entanto, é por tipo de cliente atendido. Assim, recorremos aos conceitos de varejo e atacado.

Para sermos específicos, eis a imagem para explicitar o cenário:

As pessoas físicas são divididas por renda e patrimônio; as empresas, por faturamento

Em termos operacionais, a companhia é castigada por dois fatores: i) a pandemia, onde devemos destacar que o lucro de R$ 5 bilhões no 3T20 dá a esperançosa impressão de que o pior já passou; e ii) as fintechs, que ainda representam uma ameaça.

A tecnologia tem revolucionado o setor financeiro e, mais especificamente, o bancário, enquanto instituições como o Itaú Unibanco ficaram, em maior ou menor grau, para trás.

O mercado de cartões de crédito, por exemplo, nos trazem essa noção: o Itaú lidera este segmento com 35% do market share, mas o Nubank cresceu vertiginosamente, registrando um salto de 6 milhões de cartões para 26 milhões em pouco menos de dois anos — crescimento que excede 430% e já representa 27,5% de market share.

Já no mercado de investimentos, a XP lidera a ofensiva contra o bancão com um crescimento agressivo que se traduziu, no 2T20, num valuation que excedia 14% do Santander e equivalia a 51% do Itaú.

Além disso, várias empresas querem participar da festa, como o Nubank com a Easynvest; e o Santander com a Pi e a Toro.

Em defesa do Itáu, devemos destacar que a rentabilidade dos seus cartões de crédito é muito maior do que a do Nubank: o ticket médio movimentado pelos clientes do bancão está na casa dos R$ 2 mil, frente a meros R$ 468 do segundo.

Além disso, o management já acelerou a transição da empresa para o mundo digital, “limitando as funções das agências e criando o aplicativo Iti, que realiza pagamentos instantâneos via QR Code”.

No seu braço de maquininhas, a Rede, o banco reduziu as taxas e prazos de recebimento, o que “praticamente dobrou sua base credenciada em apenas seis meses”, explica Felipe Arrais, analista da Empiricus.

Este último ponto se traduz como muita pressão contra os concorrentes do Itaú, tais como Cielo, Stone e PagSeguro.

Assim, podemos aferir que o banco está ciente da ameaça e saiu da inércia.

Para o futuro, também podemos esperar grande valorização com a cisão entre Itaú Unibanco e XP Inc, que destravaria um valor próximo de R$ 6 bilhões para os seus cofres. Além disso, “o movimento deve gerar uma quantidade significativa de caixa para reforçar o balanço e até mesmo possibilitar a compra de negócios concorrentes que têm incomodado as operações do banco”, explica Felipe Miranda, CIO da Empiricus.

Enquanto isso, você pode aproveitar a tendência do Itaú, quase que religiosa, de distribuir proventos mensalmente. Quando calculamos desde 2015, vemos que o banco distribuiu R$ 7,87 por ação:

Fontes: Bloomberg e Empiricus

Em 2020, a distribuição “foi bastante reduzida devido à medida do Banco Central que limitou a distribuição de proventos dos bancos brasileiros ao mínimo exigido por lei (25% do lucro líquido auferido no período)”, explica Felipe. Assim, trata-se de um número baixo, porém fruto de um cenário incomum.

Com ações (ITUB4) negociadas na casa de 12 vezes o lucro esperado para 2021, “um patamar bastante atraente mesmo depois do rali recente (as ações acumulam alta de quase 25% desde meados de outubro)”, diz Felipe, temos expectativas de que o banco volte a entregar bons resultados e dividendos em 2021.

No mais, Felipe ainda declara que “não descartamos, inclusive, distribuição extraordinária quando a limitação do regulador terminar”, o que proporciona ainda mais urgência à indicação.

Por isso, a recomendação da Empiricus é: compre ITUB4.

Se você quiser entender ainda mais a sugestão do Itaú Unibanco (ITUB4), veja este artigo.

DISB34, por João Piccioni

A Disney foi fundada em 1923 pelos irmãos Walt e Roy, grandes sonhadores, mas com condições financeiras bem menos expressivas.

A criatividade deles, unida com o talento do desenhista Ub Iwerks, foi capaz de criar personagens como Alice e Oswald — que, mais tarde, foram roubados — até chegar ao grande sucesso da companhia: Mickey Mouse.

A partir daí, foi construído a The Walt Disney Company, o império que se configura como um dos maiores conglomerados do mundo e possui ampla atuação no mundo do entretenimento.

A companhia do Mickey e sua turma ganha dinheiro por meio das suas quatro linhas de negócio que, por ordem de expressividade, são: i) Redes de Televisão; ii) DTC e Internacional; iii) Parques, Experiências e Produtos; e iv) Estúdios.

Só que 2020 foi um ano difícil para a Disney (DISB34).

Isso porque os parques de diversão, cruzeiros, hotéis e salas de cinema precisaram ficar fechados durante boa parte da pandemia. Além de perderem vendas por não poderem aceitar pessoas nos ambientes, a Disney se viu com uma estrutura de custos que permaneceu praticamente inalterada, uma vez que a manutenção, ainda que menos intensa, precisava ser feita.

O prejuízo, para tangibilizarmos o impacto negativo, foi de quase US$ 2 bilhões.

A frente digital da Disney, na contramão das demais, cresceu quase 11% na comparação anual

Fonte: Disney | Elaboração: Empiricus

Acreditamos, no entanto, que as dificuldades que a empresa enfrenta são momentâneas e, além disso, possui alguns fatores bem promissores que justificam a sugestão de compra de DISB34.

Os pontos que fundamentam essa tese, para sermos sucintos, são a vacina e o Disney+.

A frente de Parques, Experiências e Produtos (iii), assim como a de Estúdios (iv) poderá, com o progresso da vacinação em 2021, ver a luz do Sol novamente. Para sermos sinceros, a recuperação já está acontecendo:

De trimestre em trimestre, a Disney busca recuperar os impactos de 2020

Já sobre o Disney+, trata-se do ponto central por trás da potencial valorização do BDR da Disney.

João Piccioni, analista da Empiricus, destaca que a plataforma já superou as estimativas da gestão, que “indicavam atrair entre 60 milhões e 90 milhões de usuários do produto até 2024”. No seu primeiro ano de existência, o Disney+ já reportou mais de 73 milhões de assinantes no primeiro ano.

Vale destacar que a presença da iniciativa ainda é limitada, ou seja, pode crescer muito mais.

Após fazer muitos cálculos considerando muitos fatores técnicos da companhia e os mais variados cenários, ele concluiu que, mesmo quando descontamos o valor do Disney+ para a empresa em comparação com sua principal rival (Netflix), ainda enxergamos “um potencial de valorização nas ações da empresa do Mickey e sua turma”.

Em números, o Disney+, somado aos ativos físicos, levaria a empresa a valer mais de US$ 500 bilhões nos próximos anos, 50% maior do que o valor atual (aproximadamente US$ 273, ou R$ 1.400 para o BDR).

Por isso, sugerimos que compre o BDR da Disney (DISB34).

Se você quiser entender mais sobre a trajetória da empresa e a tese da Disney (DISB34), veja este artigo.

TEPP11, por Caio Araújo

O ativo da Tellus Properties (TEPP11) é o FII mais promissor para 2021, de acordo com o nosso analista Caio Araújo, que o recomenda na série Renda Imobiliária.

Inaugurado no mercado financeiro em 2019, o fundo foi bem recebido com cerca de R$ 360 milhões.

A estratégia por trás da empresa é simples: comprar imóveis médios em boas localizações e, então, melhorar o empreendimento para elevar o valor do aluguel no médio prazo.

E a equipe de gestão é devidamente capacitada para melhorar a qualidade dos imóveis para seus locatários: desde que o TEPP11 nasceu e até o estouro da crise, sua taxa de vacância vinha caindo, evidenciando o bom trabalho da liderança.

No momento, a empresa deu corpo ao plano por meio de um portfólio com três empreendimentos principais, sendo eles:

O destaque fica para o Condomínio São Luiz, localizado no Itaim Bibi, que abriga o centro financeiro e comercial, além de disponibilizar serviços e comodidades para os ocupantes dos imóveis.

E devemos ressaltar que a localização premium, é claro, se reflete numa receita igualmente premium.

Já os outros dois ativos, apesar de situados numa localização menos privilegiada, possuem alto potencial de valorização no longo prazo, já que as regiões mais nobres como Itaim Bibi, JK, Faria Lima e Paulista estão saturadas.

Isso porque a demanda, devido à situação supracitada, deve migrar para as regiões vizinhas, como é o caso de Pinheiros.

Mas e o preço do FII? Vale a pena?

Para Caio, TEPP11 segue descontado enquanto o valor justo para o fundo não atinge R$ 112,60 por cota.

Estamos falando, portanto, de um upside de mais de 25%.

O yield também é um ponto de destaque na sugestão, sendo mais interessante do que seus pares: a última distribuição de proventos foi de R$ 0,52 por cota, o que, aos preços de hoje, gera um yield de aproximadamente 7,2%.

Portanto, a boa localização do portfólio e a competência do management, fatores aliados ao preço descontado, resultam num upside bastante atrativo para você, investidor.

Ainda assim, precisamos dizer que o fundo possui uma vacância alta e que pode aumentar ainda mais no curto prazo, ou seja, a volatilidade do ativo é alta. De forma sucinta, essa compra requisita estômago forte.

Dito isso, sugerimos a compra de TEPP11.

Se você quiser saber ainda mais sobre a tese por trás do Tellus Properties (TEPP11), veja este artigo.

JPSA3, por Felipe Miranda

Fundado no Ceará, em meados de 1900, o Grupo Jereissati atuava apenas no segmento têxtil. A partir dos anos 1940, começou a diversificar o seu portfólio e garantindo participações nos ramos metalúrgico, imobiliário e, nos anos 90, telecomunicações.

Em 1979, o grupo comprou o shopping Iguatemi (IGTA3) e, desde então, expandiu a marca para várias das regiões mais ricas do país:

Em 2015, vendeu suas ações da Oi e passou a focar todos os seus investimentos no segmento de shopping centers — onde o carro-chefe é a participação na Iguatemi.

Se comprar JPSA3 é uma forma indireta de comprar IGTA3, porque optar pelo primeiro em detrimento do segundo?

Felipe explica: “nada é mais efetivo na Bolsa do que comprar ações por menos do que elas valem, com a devida margem de segurança”.

A nossa tese, portanto, consiste em pagar menos em Iguatemi através da sua holding, JPSA3, aproveitando o que chamamos de upside duplo, ou seja, surfar no “quanto o desconto de holding deve fechar e no quanto as próprias ações da Iguatemi podem subir”, destaca Felipe.

Vamos entender, então, porque Iguatemi é uma boa empresa.

O primeiro fator é o público-alvo dos shoppings da marca, que imprimem mais resiliência e previsibilidade na receita. Isso acontece porque o consumo de luxo é menos sensível às imprevisibilidades da economia e, assim, o risco de vacância das lojas da empresa é menor.

Além disso, há algo de intangível que fortalece a marca Iguatemi, efeito parecido com o da Apple.

Ir ao Iguatemi não é meramente “ir ao shopping”, mas ter uma experiência diferenciada transmitida pela arquitetura, mix de lojas e o esforço crescente de trazer restaurantes premium.

No mais, a Iguatemi lançou o primeiro marketplace para marcas de luxo do país, o Iguatemi 365, que aproveita a tendência das compras onlines impulsionadas pela pandemia.

Atualmente, a plataforma possui mais de 280 marcas e 14 mil produtos. Assim, estamos falando de um canal alternativo de alto crescimento potencial, ou seja, que pode trazer muita valorização para JPSA3.

Podemos concluir, portanto, que a ação da Iguatemi (IGTA3), carrega um desconto absurdo e alto potencial de valorização.

Então, como disse Felipe: “se você pode comprar algo de excepcional qualidade com quase 50% de desconto, por que não fazê-lo? É quase uma atitude irracional”.

Assim, recomendamos que compre JPSA3.

Se você quiser saber mais sobre a tese acerca da Jereissati Participações (JPSA3), veja este artigo.