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Nos EUA, a terceira leitura do PIB do 2º trimestre mostrou crescimento anualizado acima do consenso (3,8% versus 3,3% esperado) e no ritmo mais forte em quase dois anos. O resultado divulgado na última quinta-feira (25) reflete principalmente a revisão positiva do consumo das famílias, além de um efeito líquido favorável do setor externo. O deflator do PIB se manteve em 2,0%, em linha com o consenso.
Na composição, o consumo pessoal avançou 3,2%, sustentando o motor doméstico da atividade. O investimento fixo não residencial cresceu 5,7%, com destaque para propriedade intelectual (12,8%) e equipamentos (7,4%). O setor externo também ajudou, já que a pequena queda das exportações (–0,2%) foi mais do que compensada pela forte retração das importações (–6,1%) e gerou contribuição líquida positiva. Já os gastos do governo tiveram efeito praticamente nulo (-0,01%).
Além disso, as vendas finais ao setor privado doméstico aceleraram de 1,2% para 1,9%, e o rendimento interno bruto (GDI) avançou 4,8%, elevando a média entre PIB e GDI para 4,0%. Esse indicador reforça que a demanda interna, ou seja, famílias e empresas, esteve mais ativa do que se estimava anteriormente.
Outro dado relevante foi o índice de preços PCE de agosto divulgado na sexta-feira (26). O indicador mostrou uma leitura levemente abaixo das projeções do mercado (0,265% m/m versus 0,3%). Já o núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia e serve como a principal referência para o Federal Reserve conduzir a política monetária, veio praticamente em linha com o esperado (2,905% a/a versus 2,9%).
Nesta manhã (30), o relatório de emprego JOLTs apontou para um menor dinamismo do mercado de trabalho americano. O indicador ficou virtualmente estável em 7,227 milhões de postos, enquanto as taxas de contratação e demissões caíram marginalmente. Embora as demissões permaneçam em níveis historicamente baixos, o dado de hoje reforçou a máxima “no hire no fire” (sem contratações e sem demissões, em português) no mercado americano. Isso porque as políticas migratórias do Governo Trump têm adicionado um maior grau de incerteza à tomada de decisões das empresas.
Nessa mesma toada, o indicador de confiança do consumidor também continua em trajetória descendente (de 97,8 para 94,2) nesta manhã. Grande parte dessa queda se deveu à avaliação da situação corrente, que recuou de 132,4 para 125,4. Além disso, o diferencial de mercado de trabalho, que compara o percentual de pessoas que consideram a oferta de trabalho abundante com aquelas que considera a oferta de postos escassa, marcou um novo patamar de mínima, com a menor leitura desde a primeira metade de 2021, o que sugere um possível aumento na taxa de desemprego do país em setembro.
Vale ainda destacar que nesta sexta-feira (3) será divulgado o Payroll, principal indicador de mercado de trabalho americano, que deve ser impactado por uma provável paralisação das atividades (shutdown) do governo americano a partir desta noite.
Como é sabido, neste segundo semestre de 2025 os dados de mercado de trabalho têm se sobrepostos aos demais na “balança” de política monetária do Federal Reserve. Por isso, embora o Presidente Powell tenha dito que o corte de juros na última reunião tenha sido uma medida “emergencial”, denotando um tom bastante cauteloso à decisão, o mercado deve continuar precificando mais dois cortes de 25 pontos-base para este ano.
IPCA-15 abaixo do consenso em setembro
No Brasil, o IPCA-15 de setembro registrou um resultado abaixo do consenso (0,48% m/m versus 0,52% m/m). Na comparação anual, o índice acelerou de 4,95% a/a para 5,32% a/a.
O grupo de preços administrados teve forte alta, em linha com o esperado, devido à volta do efeito estatístico do bônus de Itaipu, que jogou os preços de energia elétrica para baixo na leitura anterior.
Os bens duráveis mostraram novamente deflação, com queda dos preços de refrigerador, fogão, televisor, automóvel usado e aparelho telefônico. Já os bens semiduráveis apresentaram forte alta devido à inflação de roupas, acima da sazonalidade do período, e calçados.
O grupo de alimentos continua com comportamento benigno, enquanto o grupo de serviços mostrou forte desaceleração com queda de passagens aéreas, cinema e, seguro voluntário de veículo.
Por fim, os serviços intensivos em mão de obra também desaceleraram após uma forte alta em agosto, embora se mantenham em níveis pressionados.
De maneira geral, o dado foi positivo e colocou um viés de baixa para o IPCA fechado de setembro.
Ontem, o Caged de agosto apontou para uma criação de vagas aquém do esperado (147 mil versus 181 mil). O indicador mostrou, principalmente, uma forte desaceleração da indústria e do setor de serviços.
De maneira geral, os dados macroeconômicos divulgados nas últimas semanas corroboram para o cenário de uma redução de juros no Brasil ainda neste ano. Ainda que em patamar elevado, a inflação está em trajetória convergente, a atividade desacelera parcimoniosamente e o mercado de trabalho claramente passou a indicar uma dinâmica mais fraca.
Além disso, a trajetória de queda do dólar americano e os cortes no Fed Funds propiciam um caminho favorável para a redução da Selic.
Continuarmos gostando dos títulos prefixados de curto prazo.
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Cardápio da semana
| Características do CDB prefixado do Agibank | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | BTG Pactual |
| Aplicação mínima | R$ 1 mil |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 30/09/2026 (365 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 14,95% a.a. |
| Tributação | 17,50% |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 17h45 |
| Características do CDB prefixado do Banco Sofisa | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | Banco Sofisa |
| Aplicação mínima | R$ 1,00 |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 30/09/2026 (365 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 15,00% a.a. |
| Tributação | 17,50% |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 22h |
| Características da LCA prefixada do Banco Daycoval | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | Banco Daycoval |
| Aplicação mínima | R$ 10 mil |
| Aplicação máxima | R$ 20 milhões |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 01/10/2026 (366 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 13,25% a.a. |
| Tributação | Isenta |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 18h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 30 de setembro de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (30) e podem mudar devido as oscilações de mercado.
Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos.
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.