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Eletrobras (ELET6): Após descruzamento de ativos com a Copel (CPLE6) e novos interessados na Eletronuclear, quais são as vantagens para a elétrica?

Os rumores de venda da participação da Eletrobras na Eletronuclear seria uma bela entrada de caixa para a companhia.

Por Ruy Hungria

05 jun 2025, 10:55 - atualizado em 05 jun 2025, 10:55

eletrobras ELET6

Imagem: iStock.com/MadamLead / Montagem: Empiricus Research

Dando continuidade à estratégia de simplificação, a Eletrobras (ELET6) anunciou a conclusão do descruzamento de participações em ativos que possuía junto com a Copel (CPLE6).

A Eletrobras transferiu as participações minoritárias que detinha na Usina Hidrelétrica Mauá (49%) e na transmissora Mata de Santa Genebra (49,9%) para a Copel, que passou a deter a totalidade das ações desses ativos. 

Fonte: Eletrobras

Em troca, a Eletrobras recebeu R$ 365 milhões (R$ 196,6 em caixa mais dividendos) e 100% das ações da UHE Colíder, que possui 300 MW de potência instalada, com 70% da garantia física contratada no Ambiente de Contratação Regulada até 2044, e o restante no Ambiente de Contratação Livre até 2029.

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Trocas entre Eletrobras e Copel mexem com os ativos?

Em termos de valuation o impacto é neutro para as companhias, dada a similaridade do valor dos ativos/participações que foram trocados. Na verdade, a grande vantagem está na simplificação e captura de sinergias.

Localizada no rio Teles Pires (MT), a Colíder está próxima de outros ativos já operados pela Eletrobras na região, como a UHE Teles Pires, UHE Sinop e UHE São Manoel, com claras sinergias geográficas.

Além disso, o descruzamento é mais um passo na redução e simplificação da estrutura operacional e administrativa da companhia, que pode ganhar mais um capítulo importante. 

Segundo rumores, a participação de 68% da Eletrobras na Eletronuclear tem atraído interessados após o recente acordo com a União, e o valuation pode ficar entre US$ 1 e US$ 2 bilhões, segundo as reportagens.

Apesar de não colocarmos esse desinvestimento em nossas contas, ele seria muito positivo para a companhia, não só pela entrada de caixa (que é boa notícia para dividendos), mas por livrar a Eletrobras de uma participação que gera muitos ruídos e poucos resultados. 

Por 6,4x Valor da Firma/Ebitda, as ações da Eletrobras seguem na carteira.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.