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Investimentos

Eletrobras (ELET6): quais as perspectivas trazidas no Investor Day?

Confira o que está por vir e como foi o primeiro evento da companhia como recém-privatizada.

Por Ruy Hungria

21 jul 2023, 13:13

Atualizado em 21 jul 2023, 13:13

Eletrobras (ELET3, ELET6)
Imagem: Divulgação

No último dia 12 de julho, a Eletrobras (ELET6) realizou seu primeiro investor day como uma companhia privatizada, mostrando os primeiros avanços e o que podemos esperar para os próximos anos.  

O maior destaque do evento foi o anúncio da redução de custos e despesas que, como já comentamos algumas vezes, é a grande avenida de criação de valor dessa história.

O potencial estimado de redução nos gastos gerenciáveis (PMSO, pessoal, material, serviços e outros) é de -42% frente aos níveis de 2022.

Fonte: Eletrobras. 

Já falamos sobre a enorme ineficiência da Eletrobras, mais especificamente sobre o número de funcionários que extrapolam muito as médias do setor. No evento, a Eletrobras trouxe um outro dado assustador: o custo médio por funcionário no nível operacional é de R$ 30 mil reais por mês (!), praticamente três vezes maior do que o das novas contratações pós-privatização.

Fonte: Eletrobras. 

Além disso, há outras frentes em que a companhia está avançando, como por exemplo a redução de subsidiárias (SPEs) e centralização de estoques. 

Fonte: Eletrobras. 

É importante lembrar que esses quase R$ 4 bilhões de reais que a companhia gastará a menos até 2026 se transformarão quase que integralmente em Ebitda.

Até o fim de 2023, as economias devem chegar a R$ 2 bilhões com dois planos de demissão voluntários e alguns ganhos de eficiência já alcançados até aqui.

Além de cortar custos, a Eletrobras vem tentando gerar valor através do reaproveitamento de créditos fiscais da ordem de R$ 15 bilhões na holding. Para ajudar a resolver parte desse problema, a companhia criou um braço de comercialização na holding que não apenas vai ajudar na estratégia de compra e venda de energia, como também contribuirá para o aproveitamento de cerca de ⅓ desses créditos fiscais. 

A outra parte, a companhia vem tentando abater via incorporação de ativos e dívidas de subsidiárias, além da emissão de debêntures.

Outra forma de destravar valor é via redução dos passivos relacionados aos empréstimos compulsórios. Apesar da redução de R$ 1,5 bi no saldo de contingências, a evolução até aqui não tem sido tão acelerada quanto imaginávamos. Mas com um corpo jurídico dedicado, a companhia espera acelerar. Neste momento, cerca de R$ 4 bilhões de passivos estão em negociação. 

Fonte: Eletrobras. 

Esse é um ponto sensível à tese, já que a companhia ainda possui um saldo de R$ 24 bilhões provisionados no balanço e que, a depender do andamento dos processos, podem ser revertidos em investimentos, por exemplo. 

Oportunidades de negócios

Falando em investimentos, a Eletrobras falou sobre as oportunidades de negócios para os próximos anos, com cerca de R$ 70 bilhões mapeados. Desses, R$ 17 bilhões já estão contratados, outros R$ 16 bilhões estão relacionados à melhorias no segmento de transmissão, e outras oportunidades ainda devem surgir dos leilões de transmissão e projetos no segmento de renováveis. 

Fonte: Eletrobras. 


A gestão também mencionou o investimento nas próprias ações (buyback) como forma de gerar valor ao acionista enquanto as ações estão em patamares muito baixos, o que inclusive trouxe ótimos retornos desde a privatização.

Para fechar, também falaram sobre o momento de preços muito baixos no mercado de energia. O cenário de curto prazo segue desafiador, com reservatórios cheios, excesso de incentivos para energia renovável e atividade econômica ainda baixa. 

Fonte: Eletrobras. 

Olhando o copo meio cheio, a companhia entende que, com os preços onde estão, qualquer piora hidrológica ou crescimento mais forte que o esperado do PIB deve trazer preços de energia favoráveis no médio prazo. 

O evento mostrou os primeiros passos após a privatização da Eletrobras, mas entendemos que ainda há muito mais para ser entregue nos próximos anos e ajudar a fechar o gap de valuation que existe para as pares. Por isso, ELET6 segue na carteira da série Vacas Leiteiras.

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.