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O CEO da Eletrobras (ELET6), Ivan Monteiro, em entrevista ao Brazil Journal durante a J. Safra Conference 2025, trouxe algumas atualizações sobre a tese e também deixou algumas sinalizações do que podemos esperar para o futuro da companhia.
Atualizações sobre o turnaround da Eletrobras
Começando pelos investimentos, na primeira fase pós privatização da Eletrobras, a companhia focou em novos projetos de transmissão, primeiro por conta da maior previsibilidade, mas também pelos preços baixos no segmento de geração.
Olhando para a frente, o apetite por projetos de transmissão continua, até porque esse continua sendo um gargalo importante para o país. Os leilões de baterias também podem ser interessantes, mas o segmento é novo e o apetite vai depender das condições impostas no edital.
Para o segmento de geração de energia, Monteiro sinalizou que a Eletrobras sempre terá interesse, mas se juntou ao coro que prega o fim dos enormes subsídios que distorcem os preços e reduzem o retorno e a previsibilidade dos investimentos. Ou seja, no curto prazo o apetite da companhia deve continuar baixo por novos projetos de geração.
Vale mencionar que na visão dele a demanda por energia deve surpreender positivamente nos próximos anos, com o Brasil atraindo data centers, projetos de hidrogênio verde, queda de juros, etc. Mas isso só se traduzirá em mais investimentos de geração caso o problema dos subsídios sejam resolvidos.
Inteligência artificial, TNE e dividendos da Eletrobras
Monteiro também falou sobre o impacto da inteligência artificial e como ela já está ajudando o segmento de transmissão. Recentemente a Eletrobras contratou a C3 para implementar ferramentas de decisão baseadas em IA e ajudar no gerenciamento dos seus mais de 80 mil equipamentos no segmento. As ferramentas conseguem antecipar problemas e sugerem antecipação ou postergação de manutenção, com claros efeitos positivos sobre capex e opex.
Ainda no assunto transmissão, depois de mais de uma década de atraso, a TNE finalmente foi energizada. Conhecido como Linhão Manaus-Boa Vista, o ativo liga Roraima ao Sistema Interligado Nacional, e terá direito a uma RAP de R$ 561 milhões (a Eletrobras tem 64,6% de participação no ativo).
Para encerrar, Monteiro sinalizou que o fim do turnaround da companhia (que se encerra oficialmente em 2026) permitirá uma maior previsibilidade no orçamento e na política de dividendos, e o recente aumento do payout é uma sinalização do que virá pela frente.
Por 6x ebitda esperado para 2026, Eletrobras permanece entre as ações recomendadas para dividendos.