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‘Eu acredito na perda de relevância relativa do dólar’ afirma Felipe Miranda sobre desconfiança do mercado na moeda americana

CIO da Empiricus Research responde às dúvidas de seus assinantes no episódio do Blink! da semana. Veja as opiniões do analista.

Por Maisa Leme

19 maio 2025, 14:11 - atualizado em 19 maio 2025, 14:16

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Imagem: iStock/ MicroStockHub

Com o questionamento do excepcionalismo norte-americano, o dólar perderá o papel de reserva cambial no mundo? Como pode-se reduzir a inflação sem que os juros aumentem? Quem seriam os ministros de Felipe Miranda caso fosse presidente?

Essas foram algumas das perguntas que o CIO da Empiricus, Felipe Miranda, comentou em mais um episódio do programa semanal Blink!. Confira abaixo algumas respostas do analista.

A desconfiança no dólar pode levá-lo a perder o papel de reserva cambial?

Felipe Miranda: “Poder, tudo pode. Porém, é uma probabilidade que acredito ser baixa. O que pode acontecer é o dólar reduzir o seu papel como grande reserva cambial dando espaço para outras moedas ocuparem esse papel de reserva internacional, como o próprio euro, o ouro e como um pouco o Bitcoin.

Então eu acredito nessa perda de relevância relativa do dólar, mas não acho que ele deixa de ser a grande reserva de valor global.”

Como reduzir a inflação sem aumentar os juros? 

Felipe Miranda: “Não tem muito como sair disso, seria algo como ‘eu gostaria de fazer uma omelete sem quebrar os ovos’. Eu gostaria de muita coisa. Mas a economia envolve trade offs

O que nós temos hoje em política monetária é one tool one target, você tem uma ferramenta, a taxa de juros, e um alvo, a inflação. Infelizmente, não tem muito como fugir disso. 

Poderia-se argumentar: ‘Se o governo tirasse o gasto teria menos demanda, não precisaria ter juros tão altos para controlar a inflação’

Mas, fundamentalmente, o que a ciência diz é que o instrumento para se controlar a inflação é justamente a taxa de juro. No caso brasileiro, em particular, deveria-se reduzir o gasto público, tendo então, uma menor demanda agregada e assim o juro poderia cair e a inflação estaria controlada. Mas fundamentalmente não é isso.” 

Se você fosse o Presidente da República, quem seriam os seus ministros?

Felipe Miranda: Eu posso dizer quem eu convidaria, mas não sei se eles aceitariam ser ministros desta presidência. Acho que não. Seriam: 

  • Ministro da Fazenda: Rodolfo Amstalden (Sócio-fundador da Empiricus)
  • Presidente do Banco Central: Caio Mesquita (CEO da Empiricus)
  • Ministro da Justiça: Sérgio Moraes Pitombo (professor da FGV)
  • Ministro da Educação: Naércio Menezes – que foi meu professor de microeconomia e é um dos grandes expoentes dessa história de educação no Brasil. Gosto muito do professor Naércio. 

Confira o episódio completo no botão abaixo:

Sobre o autor

Maisa Leme

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero. Atualmente, estagia em redação no site da Empiricus.