Imagem: Edição CanvaPro
A SBF (SBFG3) reportou resultados em linha com nossas conservadoras expectativas no trimestre, com destaques positivos na operação de Centauro e nas lojas Nike Direct Inline Stores (NDIS). A empresa reportou lucro líquido ajustado (ex-IFRS) de R$ 103 milhões, queda de 14% a/a, mas acima da nossa projeção de R$ 92 milhões.
Crescimento de venda nas lojas físicas da Centauro ajudam resultado
A receita líquida da Centauro alcançou R$ 1,03 bilhão, crescimento de 14,6% a/a e 9% t/t, ficando 3% acima das nossas projeções. Esse desempenho foi impulsionado por um crescimento de vendas de mesmas lojas físicas de 15% (ante expectativa de 10,6%) e por um avanço de 14% no valor bruto de mercadorias do canal digital, acima do que projetávamos (11,6%). A margem bruta da operação encerrou em 49,8%, queda de 0,6 p.p. e 0,6 p.p. a/a abaixo da estimativa, devido ao maior peso das vendas online, que apresentam margem inferior às lojas físicas.
Em Fisia, a receita líquida totalizou R$ 1,06 bilhão, em linha com nossas expectativas, com margem bruta de 40%, também conforme esperávamos. A margem ficou 5,2 p.p. abaixo do mesmo trimestre do ano passado, devido ao câmbio desfavorável. Isso ocorre porque, pelas políticas de hedge da empresa, o dólar considerado nas importações é o de cerca de 9 meses atrás, refletindo o patamar elevado observado no 4T24. Com isso, o custo de reposição dos produtos aumenta e pressiona a margem.
Outro ponto positivo foi o crescimento de 28% do atacado e o aumento de 18,3% de receita nas lojas NDIS, refletindo melhorias no modelo de comissionamento e no atendimento, reforçando o potencial de evolução da rede.
Ainda assim, a soma de vendas das mesmas lojas apresentou retração de 6% na comparação anual, dada a desaceleração econômica esperada e maior representatividade das lojas Nike Value Store (NVS). Além disso, o crescimento do canal digital compensou parcialmente essa dinâmica, sustentando o avanço do segmento.
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Os números do Grupo SBF no 3T25
No consolidado, a receita líquida atingiu R$ 1,936 bilhão (vs. R$ 1,938 bilhão estimado), representando alta de 9,4% a/a. A margem bruta consolidada ficou em 47,4% (-2,9 p.p. a/a), em linha com nossa projeção, refletindo o impacto cambial nas exportações de Fisia (com repasse de dólar defasado) e o mix de receita da Centauro. O lucro bruto somou R$ 917 milhões, próximo dos R$ 920 milhões estimados.
Os indicadores subsequentes vieram sem grandes surpresas. O EBITDA ajustado atingiu R$ 248 milhões (-8,5% a/a) com margem de 12,8% (-2,6 p.p. a/a), acima da nossa estimativa de R$ 239 milhões, favorecido por despesas com vendas com menor representatividade que o esperado. Isso porque, mesmo com o aumento de equipe, a conversão por vendedor se manteve constante, enquanto outras despesas foram diluídas.
O lucro líquido ajustado ex-IFRS foi de R$ 103 milhões, também acima do esperado (R$ 92 milhões), com resultado financeiro e tributos marginalmente acima das projeções, porém compensados pela performance operacional mais forte.
Hora de comprar ações SBFG3?
O resultado mostrou sinais importantes de sucesso das novas estratégias e potencial de alavancagem operacional, com diluição de despesas, o que, dado o crescimento esperado, deve sustentar melhora de margem EBITDA. Soma-se a isso a expectativa de recuperação de margem bruta em Fisia no próximo ano, com dólar em níveis inferiores e maior eficiência operacional.
Além disso, incentivos fiscais de ICMS nos canais de lojas físicas (implementado no 2T25) e de atacado (implementado no 3T25) da Fisia devem melhorar a margem líquida da companhia, expandindo lucros. Negociando a 7,2x lucros para 2026 segundo o consenso de mercado e 8,5x na nossa visão, mantemos recomendação de compra das ações SBFG3.
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