
Na zona euro, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base, para 2,00% ao ano. No comunicado, a autoridade monetária evitou sinalizar um ciclo contínuo de afrouxamento, ao contrário, a presidente Lagarde indicou uma pausa nos cortes afirmando que “estamos chegando ao fim de um ciclo de política monetária que respondia a choques acumulados” e que os nível atual das taxas de juros coloca a zona do euro em uma posição adequada para enfrentar as condições incertas que virão.
Olhando para frente, a perspectiva majoritária do mercado é de manutenção para a reunião de julho. Já para setembro, as apostas ganham força em torno da retomada de mais um corte de 25 pontos-base, que encerraria o ciclo de flexibilização deste ano, com a taxa terminal em 1,75% ao ano.
EUA: Payroll aponta para desacelaração no mercado de trabalho
Nos EUA, o relatório de emprego (payroll) indicou uma desaceleração no ritmo de contratações, mas manteve o retrato de um mercado de trabalho ainda sólido. Foram criadas 139 mil vagas no mês de maio, ligeiramente abaixo da leitura anterior (177 mil). Houve revisão para baixo nos dados de março e abril, com redução total de 95 mil vagas. Ainda assim, a taxa de desemprego permaneceu estável em 4,2% (4,244% com a terceira casa decimal) , mesmo com a queda da taxa de participação de 62,6% para 62,4%. Ainda relevante, os salários subiram 0,4% no mês, ligeiramente acima do estimado (0,3%), mantendo o ritmo de alta de 3,9% na comparação anual.
O detalhamento por setor mostra que os ganhos de emprego continuam concentrados nos serviços, especialmente em saúde (62 mil), lazer e hospitalidade (48 mil) e assistência social (16 mil).
Em relação à política monetária, os dados do payroll não devem alterar a decisão do Fed de manter os juros inalterados na reunião da próxima semana, visto que o relatório ainda aponta para uma leitura de normalização saudável do mercado de trabalho após um período de forte aperto. A demanda por mão de obra continua elevada em setores-chave e os salários seguem em trajetória firme, o que sustenta o consumo das famílias e, por ora, afasta riscos mais significativos de enfraquecimento econômico.
Fim da isenção de IR para títulos?
No Brasil, no domingo (8), a CNN Brasil informou que o Governo Federal irá apresentar uma Medida Provisória que propõe alterações significativas no tratamento tributário de alguns dos principais instrumentos de renda fixa isentos até então. Segundo a imprensa local, a proposta prevê o fim da isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos de títulos isentos como LCI, LCA, CRI, CRA e incentivados com a introdução de uma alíquota fixa de 5%.
Caso aprovada, a mudança passará a valer a partir de 2026 e incidirá exclusivamente sobre novos aportes realizados a partir desta data. No entanto, ainda é necessário aguardar a apresentação do texto pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, para entender os possíveis impactos no mercado.
IPCA de maio anima mercado, abaixo das expectativas
Do lado macroeconômico, a divulgação do IPCA de maio surpreendeu positivamente, com uma alta mensal de apenas 0,26% no mês, consideravelmente abaixo da mediana das expectativas do mercado (0,32%). No acumulado de 12 meses, a inflação recuou de 5,53% para 5,32% e com uma composição benigna.
Na composição, as surpresas baixistas vieram em diversas linhas. No grupo de bens industriais, o destaque foram automóveis novos, que descolaram das coletas do IGP e tiveram uma contribuição muito menor que os indicadores antecedentes apontavam.
Houve também deflação em carros usados e uma contribuição ainda mais negativa de aparelhos telefônicos, que já vinham registrando queda nos preços em leituras anteriores.
Em vestuário, o comportamento também chamou atenção. Historicamente, maio é um mês de alta para esse grupo, mas os preços vieram muito abaixo da sazonalidade do período, como mostra o quarto gráfico da imagem abaixo. Esse desempenho atípico também ajudou a puxar o índice geral para baixo.
Do lado de serviços, os itens subjacentes vieram bastante comportados. A média dos núcleos apresentou uma desaceleração importante, passando de 0,51% para 0,31%, o que reforça a leitura de uma composição benigna da inflação.

Em relação à política monetária, o mercado precifica hoje cerca de 50% de chance de uma nova alta de 25 pontos-base na reunião do Copom marcada para semana que vem, dia 18. A leitura atual do IPCA sugere que o Banco Central já tem espaço para encerrar o ciclo de aperto monetário nesta próxima reunião de forma bastante crível.
Neste momento, seguimos gostando dos títulos indexados à inflação de curto prazo.
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Cardápio da semana
Características do CDB IPCA+ do Banco Pan | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 10/06/2026 (365 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+9,50% a.a. |
Tributação | 17,50% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características do CDB IPCA+ do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | R$ 2 milhões |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 11/06/2026 (367 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 9,58% a.a. |
Tributação | 17,50% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 10 de junho de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (10) e podem mudar devido as oscilações de mercado.
Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos.
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