Imagem: iStock/ RinoCdZ
Nesta quinta-feira (13) pela manhã, antes da abertura do mercado, a Disney (B3: DISB34 | Nasdaq: DIS) divulgou os seus resultados do quarto trimestre do ano fiscal de 2025 (encerrado em setembro) e, consequentemente, os números para o ano. Os números vieram mistos, com receita abaixo do esperado e lucro por ação acima das expectativas dos analistas.
No trimestre a receita da companhia do Mickey e sua (grande) turma totalizou US$22,464 bilhões, praticamente estável ante um ano atrás, quando reportou vendas de US$22,574 bilhões.
Veja os resultados da Disney por segmento
Analisando por segmento, o grande culpado pela estabilidade na primeira linha foi a parte de Entretenimento, com receita de US$10,208 bilhões, valor 5,7% menor na comparação anual. Por outro lado, as operações de Experiências e Esportes reportaram aumento nas vendas, totalizando US$8,766 bilhões (+6,4% vs. 4T24) e US$3,980 bilhões (+1,7%), respectivamente.
Importante salientar, porém, que a queda no segmento Entretenimento veio por conta da retração na receita das Redes de TV (US$2,058 bilhões, -16,4% vs. 4T24) e na Venda de Conteúdos/Licenciamento (US$1,902 bilhão, -26,4%): enquanto o primeiro grupo continua sofrendo com a queda no número de clientes nas mídias tradicionais, o segundo enfrentou uma forte base de comparação um ano atrás (e com parte dos grandes lançamentos do ano fiscal de 2025 sendo feitos no 1T25).
Já as operações Direct-to-Consumer, que englobam os serviços de streaming, reportou receita de US$6,248 bilhões (+8% vs. 4T24), com aumento tanto no números de assinantes (+3% no Disney+ e +15,5% no Hulu) e na receita média por usuário (+2,3% e estável).
Na parte de Experiências, a companhia apresentou crescimento nas suas três linhas de negócio: Doméstico, US$5,857 bilhões (+6,1% vs. 4T24); Internacional, US$1,742 bilhão (+10%); e Produtos, US$1,167 bilhão (+2,7%). Mesma situação no segmento de Esportes, com receita de US$3,579 bilhões (+2,5%) nas operações nos Estados Unidos e de US$401 milhões (+10,2%) nas internacionais.
Lucro líquido da Disney foi de US$ 2,51 bilhões, queda de 2,6%
O lucro operacional, todavia, apresentou uma retração em relação ao mesmo trimestre do ano passado, totalizando US$3,480 bilhões (-4,8% vs. 4T24). Além da piora na parte de Entretenimento, que reportou lucro de US$691 milhões (-35,2%), a linha de Esportes também teve queda nesse indicador (US$911 milhões, -1,9%), que foram compensados parcialmente pelo crescimento no segmento Experiências (US$1,878 bilhão, +13,2%).
Na linha final de resultados, o lucro líquido ajustado da Disney foi de US$2,151 bilhões, ou US$1,11 por ação, valor 2,6% menor do que o divulgado um ano atrás. É válido comentar que boa parte dos números do ano passado são por conta de valores relacionados à reestruturação e reavaliação contábil de alguns ativos, que totalizaram US$1,371 bilhão (ou US$0,73/por ação) no 4T24, comparado com US$0,23/ação no trimestre atual.
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O ano fiscal de 2025 para a companhia do Mickey
Para o ano fiscal de 2025 a dinâmica foi um pouco diferente.
A receita do período foi de US$94,425 bilhões, alta de 3,4% em relação ao ano anterior, com todos os segmentos apresentando crescimento: Entretenimento, US$42,466 bilhões (+3,1% vs. 2024); Experiências, US$36,156 bilhões (+5,9%); e Esportes, US$17,672 bilhões (+0,3%).
Já o lucro operacional totalizou US$17,551 bilhões, valor 12,5% maior na comparação anual. O destaque de crescimento veio da parte de Esportes (US$2,882 bilhões, +19,8% vs. 2024), mas outros segmentos também apresentaram bons resultados — Entretenimento, US$4,674 bilhões (+19,1%) e Experiências, US$9,995 bilhões (+7,8%).
O lucro líquido ajustado em 2025 foi de US$11,340 bilhões, o equivalente a US$5,93 por ação, aumento de 19,3% ante 2024.
Além da melhora no resultado, o ano também mostrou a melhor capacidade de geração de caixa pela companhia.
Nos doze meses encerrados em setembro, o fluxo de caixa operacional da Disney totalizou US$18,101 bilhões, comparado com US$13,971 bilhões um ano atrás, o que permitiu a companhia também à empresa aumentar os investimentos no negócio (US$8,024 bilhões, ante US$5,412 bilhões em 2024). O fluxo de caixa livre somou US$10,077 bilhões, quase 20% maior na comparação anual.
O que esperar do futuro da Disney?
De acordo com a direção, a expectativa é que a empresa consiga entregar um aumento de dois dígitos no lucro por ação ajustado tanto em 2026 como em 2027, assim como um crescimento de aproximadamente 7% no fluxo de caixa operacional no ano que vem.
Mesmo com a expectativa de maiores investimentos feitos no negócio (que devem somar US$9 bilhões em 2026), os executivos da companhia pretendem também aumentar os proventos pagos aos acionistas: além de aumentar os dividendos pagos em 50%, passando dos US$1/ação no ano fiscal de 2025 para US$1,50/ação no próximo, a direção pretende realizar um programa de recompra de ações de US$7 bilhões (o dobro do realizado no período anterior).
Apesar dos bons números no geral — em especial a parte de streamings, que encerrou o ano com lucro operacional de US$1,3 bilhão, US$300 milhões acima das projeções iniciais e US$1,2 bilhão maior do reportado um ano antes —, os investidores aparentemente focaram suas atenções nas dificuldades enfrentadas no segmento mais tradicional da companhia.
Além dos números piores ante um ano atrás, os conteúdos das Redes de TV não estão sendo disponibilizados no YouTube TV, motivo de disputa da companhia com o Google.
É hora de comprar ações DISB34?
Só que para isso justificar uma queda de quase 10% na ação da Disney me parece extremamente exagerado. Caso a companhia consiga entregar o crescimento esperado para os próximos dois anos, aos preços atuais estaríamos falando da empresa negociando por 16 vezes seus lucros projetados para 2026 e menos de 15 vezes para 2027 — sem falar nos dividendos crescentes e um programa de recompra que representa cerca de 4% do seu valor de mercado atual.
Continuamos com recomendação de compra para a companhia, enxergando a queda como um bom ponto de entrada para quem não tem o ativo em carteira.
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