1 2019-12-09T13:32:41-03:00 xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 xmp.did:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 saved xmp.iid:217a1f9b-69a9-426f-a7e6-7b9802d22521 2019-12-09T13:32:41-03:00 Adobe Bridge 2020 (Macintosh) /metadata
Investimentos

Meta (M1TA34) reporta resultado misto no 3T25 impactado por imposto do governo americano; confira análise

Receita da Meta (M1TA34) cresceu 26% no 3T25 em comparação ao mesmo período do ano anterior, mas teve balanço afetado por despesas tributárias.

Por Enzo Pacheco, CFA

30 out 2025, 09:47

Atualizado em 30 out 2025, 09:47

meta M1TA34

Imagem: Finbold

No fechamento do pregão regular da quarta (29), a Meta Platforms (B3: M1TA34 | Nasdaq: META) reportou os seus balanços do terceiro trimestre de 2025, com números mistos: receita acima das expectativas, mas o lucro por ação bem abaixo do esperado, diante do reconhecimento de uma despesa tributária devido ao One Big, Beautiful Bill Act.

Receita da Meta foi alta assim como os investimentos em IA

No período, a dona das principais redes sociais do mundo reportou receita de US$ 51,242 bilhões, um crescimento de 26% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Com 3,54 bilhões de usuários diários ativos na sua Família de Apps (+8% vs. 3T24), a empresa conseguiu aumentar tanto a impressão de anúncios (+14%) como o preço médio dos mesmos (+10%).

Por outro lado, a companhia também apresentou uma forte alta nos seus custos e despesas, totalizando US $30,707 bilhões no período (+32% vs. 3T24), devido principalmente aos investimentos feitos na infraestrutura necessária para seus produtos e serviços de Inteligência Artificial.

Dessa forma, o lucro operacional do trimestre totalizou US $20,535 bilhões, valor 18% maior ante um ano atrás e o equivalente a uma margem de 40% (-3 ponto percentual vs. 3T24).

Entretanto, a melhora operacional no período foi ofuscada pelo reconhecimento de uma despesa tributária de US$ 15,93 bilhões (sem impacto no caixa) por conta da redução dos impostos futuros propostos pela One Big, Beautiful Bill Act do governo Trump. Dessa forma, a provisão para pagamento de impostos totalizou US$ 18,954 bilhões (o equivalente a uma alíquota efetiva de 87%), comparado com US$ 2,132 bilhões no mesmo trimestre de 2024.

Despesa tributária afetou lucro por ação da Meta

Na linha final de resultado, o lucro líquido da Meta somou US$ 2,709 bilhões, ou US$ 1,05 por ação, uma retração de 83% menor do que o reportado um ano atrás. Desconsiderando esse despesa tributária, o lucro líquido da companhia teria totalizado US$ 18,64 bilhões, ou US$ 7,25 por ação, valor 20,2% maior na comparação anual.

Dando sequência ao seu plano de investimento para ficar na vanguarda da tecnologia de IA nos próximos anos, a empresa investiu US$ 19,374 bilhões nos três meses encerrados em setembro, comparado com US$ 9,202 bilhões um ano atrás.

Mas, apesar das altas quantias destinadas ao capex, a Meta segue com uma forte capacidade de geração de caixa, com o fluxo de caixa operacional totalizando quase US$ 30 bilhões no trimestre — pouco menos de US$ 11 bilhões, desconsiderando os investimentos. No seu balanço, a empresa comandada por Mark Zuckerberg conta com mais de US$ 44 bilhões em caixa e equivalentes.

O que esperar da big tech no próximo trimestre?

Para o quarto trimestre de 2025, a direção da Meta espera que a companhia apresente receita entre US$ 56 bilhões e US$ 59 bilhões, o que representaria um valor 18,8% maior do que o reportado no 4T24, em grande parte calcado na continuidade do forte crescimento na receita de publicidade, parcialmente compensada pela menor receita do segmento Reality Labs.

Além disso, os executivos também esperam um aumento nos custos e despesas da companhia — passando do intervalo de US$ 114 – US$ 118 bilhões para US$ 116 – US$ 118 bilhões, valores entre 22% e 24% maiores do que um ano atrás —, assim como elevaram os valores destinados a investimentos para o intervalo entre US$ 70 – US$ 72 bilhões (ante projeção inicial entre US$ 66 – US$ 72 bilhões).

Segundo a companhia, os investimentos realizados nos últimos trimestres permitirão que ela ofereça novas experiências e serviços baseados em IA que transformarão a forma que os usuários interagem com os seus produtos no futuro, assim como novas avenidas de crescimento, mantendo o bom momento de aumento na sua receita ao longo de 2026.

Contudo, para que essas ideias se tornem realidade, a necessidade de capacidade na infraestrutura permanecerá um fator importante para o negócio. Dessa forma, os executivos entendem que o montante investido no próximo ano será notavelmente maior do que esse ano, com um aumento também significativo nos seus custos e despesas — principalmente nas linhas de custos com computação em nuvem e depreciação, assim como gastos com pessoal, decorrente da recente onda de aquisições de talento nos últimos meses.

Os investidores, porém, parecem ter focado suas atenções na despesa tributária inesperada, fazendo com que a ação caísse mais de 8% no after-market, voltando para a casa dos US$ 690.

Entendo, porém, que trata-se de uma reação exagerada — acreditando, até, que pode ser decorrente de fundos quant, que funcionam com base em números para fazer suas apostas no mercado.

É hora de comprar ações M1TA34?

Considerando o lucro por ação ajustado, e assumindo que a empresa consiga reportar um número com crescimento semelhante no quarto trimestre, estamos falando de algo perto dos US$ 30 por ação. Projetando um crescimento de 10% para o lucro do ano que vem, bem abaixo do apresentado no passado recente, isso significa que a ação da Meta Platforms negocia por menos de 21 vezes seus lucros futuros para 2026, patamar menor do que para o S&P 500 com uma empresa com qualidade maior do que a média. 

Enxergamos a realização no ativo uma boa oportunidade para quem não tem o ativo em seu portfólio, por isso, as ações M1TA34 seguem como recomendação Empiricus.

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.