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Investimentos

Microsoft (MSFT34): Qualidade tem um preço (e não é barata); veja análise do resultado do 2T25

A Microsoft superou as expectativas do mercado neste balanço trimestral com salto de 18% na receita.

Por Enzo Pacheco, CFA

31 jul 2025, 09:59

Atualizado em 31 jul 2025, 09:59

microsoft MSFT34

Imagem: iStock.com/tupungato

Após o pregão regular de quarta (30), a Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) reportou os seus balanços do quarto trimestre do ano fiscal de 2025 (encerrado em junho), com números melhores do que o esperado pelo mercado — principalmente impulsionado pela sua linha de negócio de computação em nuvem.

No período, a companhia apresentou receita de US$ 76,441 bilhões, um crescimento de 18,1% (+17,1%, desconsiderando a variação cambial) em relação ao mesmo trimestre de 2024. 

Analisando por linha de negócio, o destaque do período ficou por conta do Intelligent Cloud (IC), que engloba seus serviços de computação em nuvem, com vendas de US$ 29,878 bilhões (+25,6% vs. 4T24). Os serviços oferecidos pelo Azure tiveram um aumento de 39% no trimestre (ante expectativa de 34% dos analistas).

A parte de Productivity and Business Processes (PBP), principal linha de receita da empresa, totalizou US$ 33,112 bilhões, valor 15,7% maior na comparação anual. Os produtos do Microsoft 365 voltados à empresas e à pessoa física por meio da nuvem cresceram 18% e 20%, respectivamente — enquanto a quantidade de licenças do primeiro grupo aumentou 6%, o número de usuários PF totalizaram 89 milhões ao final do trimestre (ante 82,4 milhões um ano antes).

Já a More Personal Computing (MPC) reportou vendas de US$ 13,451 bilhões, uma alta de 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Os conteúdos e serviços da plataforma Xbox cresceram 13% (+12% em moeda constante), a receita de publicidade teve aumento de 21% (+20%), enquanto a parte de hardware e dispositivos apresentaram alta de 3%.

Lucro operacional da Microsoft salta mais de 20%

O lucro operacional da Microsoft totalizou US$34,323 bilhões, valor 22,9% (+21,7%) superior na comparação anual e o equivalente a uma margem de 44,9% (+1,8 ponto percentual vs. 4T24). 

O aumento nessa linha de resultado se deu por conta da maior participação dos serviços de computação em nuvem no resultado total, com o lucro operacional da PBP de US$18,993 bilhões (+20,9% vs. 4T24) e o equivalente a uma margem operacional de 57,4% (+2,9 p.p.), e do IC de US$12,140 bilhões (+23,4%; margem de 40,6%, -0,7 p.p.). A parte MPC totalizou lucro operacional de US$3,190 bilhões (+33,4%), o que representa uma margem de 23,7% (+4,3 p.p.).

Na linha final de resultado, o lucro líquido da Microsoft foi de US$27,233 bilhões, ou US$3,65 por ação, crescimento de 23,7% (+22%) em relação ao mesmo período de 2024.

O fluxo de caixa operacional da companhia totalizou US$42,647 bilhões no trimestre, valor 14,7% acima do apresentado um ano atrás. Mesmo com o aumento de mais de 23% nos investimentos feitos, que somaram US$17,079 bilhões, o fluxo de caixa livre do período cresceu 9,6%, totalizando US$25,568 bilhões.

Os números para o ano só corroboram a importância e o gigantismo da companhia para a economia atual.

A receita no ano fiscal de 2025 foi de US$281,724 bilhões, 14,9% maior do que no ano fiscal anterior, com o principal vetor de crescimento vindo do IC, que totalizou vendas de US$106,265 bilhões (+21,5% vs. 2024). A linha MPC reportou receita de US$120,180 bilhões (+13,1%), enquanto o MPC apresentou vendas de US$54,649 bilhões (+7,5%).

Assim como nos últimos trimestres, a empresa reportou aumento no seu lucro e margem operacional, que totalizaram US$128,528 bilhões (+17,4%) e 45,6% (+1 p.p.), respectivamente.

A melhora ocorreu, em boa parte, por conta do segmento PBP, com lucro operacional de US$69,773 bilhões (+16,9%), ou 57,7% de margem (+1,9 p.p.). A linha IC reportou lucro de US$44,589 bilhões (+17,9%; margem de 41,9%, -1,3 p.p.), e a MPC de US$14,166 bilhões (+18,5%; 25,9%, +2,4 p.p.).

O lucro líquido no ano fiscal de 2025 da Microsoft somou 101,832 bilhões, o que equivale a US$13,64 por ação, crescimento de 15,6% na comparação anual.

CEO da Microsoft fala sobre avanços para nova era

De acordo com o CEO Satya Nadella, as tecnologias de computação em nuvem e IA estão sendo a força motora da transformação de negócios nas mais diferentes indústrias e setores — e a Microsoft conta com soluções únicas para auxiliar companhias a se adaptarem e cresceram nessa nova era. 

O Microsoft Azure, por exemplo, encerrou o ano com receita superior a US$75 bilhões, alta de 34% ante o período anterior. O Microsoft Cloud, que engloba os outros serviços de computação em nuvem, terminou o ano fiscal de 2025 com vendas de quase US$170 bilhões (+23% vs. AF24).

E a empresa ainda tem muito a capturar nos próximos anos: os contratos comerciais remanescentes totalizaram US$368 bilhões ao final do quarto trimestre do ano fiscal de 2025 (comparado com US$269 bilhões um ano antes), com 98% desse montante com recorrência anual.

Os investidores ficaram muito satisfeitos com os resultados divulgados, com as ações disparando mais de 8% no after-market e fazendo com que a empresa fosse a segunda a ultrapassar a marca de US$4 trilhões em valor de mercado (depois da Nvidia).

O que pensamos sobre investir em Microsoft?

Obviamente toda essa qualidade tem um preço, com as ações negociando constantemente acima das 30 vezes seus lucros projetados nos últimos anos. Apesar de alguns momentos de dificuldade no meio do caminho, contanto, isso não tem impedido da Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) atingir novas máximas históricas.

E com o desenvolvimento da tecnologia de Inteligência Artificial ainda nos seus estágios iniciais, parece que a companhia ainda tem muito o que aproveitar nos próximos anos. Sorte dos assinantes da nossa série MoneyBets, que desde a sugestão inicial já acumulam valorização de mais de 70% (em dólar) no ativo. 

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.