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A Petrobras (PETR4) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) e anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos aos acionistas. Apesar de um trimestre com forte queda no valor do petróleo, os números vieram consistentes, segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
Mesmo com dados sólidos (confira aqui a análise do resultado), as ações PETR4 sofreram uma queda de mais de 6% na última sexta-feira (8).
Segundo Hungria, dois fatores podem ter afetado negativamente a ação:
- Os dividendos abaixo do esperado; e
- Anúncio de investimentos em distribuição.
Sobre o primeiro fator, os dividendos anunciados pela companhia equivalem a um dividend yield de 2%, um pouco abaixo do que o mercado esperava. “Deve melhorar à medida que a produção aumenta ao longo do ano”, avalia o analista Ruy Hungria.
Já o segundo fator é mais preocupante. A estatal anunciou ao mercado, na quinta-feira (7), que seu Conselho de Administração aprovou, no âmbito do Plano Estratégico da companhia, a inclusão do posicionamento em distribuição nos segmentos de RTC, G&E, e Baixo Carbono.

Embora o foco maior do comunicado tenha sido na distribuição de GLP, o popular gás de cozinha, os investidores se mostraram preocupados com o anúncio, dado o histórico da companhia.
Petrobras retoma investimentos em distribuição
O segmento de distribuição não é novidade para a Petrobras, que, inclusive, criou a Vibra (VBBR3) na década de 1970 – originalmente BR Distribuidora.
“A Petrobras saiu desse segmento quando vendeu seu lugar na Vibra. É um segmento difícil para uma estatal cuidar, que tem margens muito baixas, requer muita logística e precisa ser muito comprometida com corte de custos. Isso não combina com uma estatal, tanto que a Petrobras não tinha resultados formidáveis quando tocava a BR Distribuidora”, explica o analista.
O analista aponta que o movimento pode envolver interesses políticos, com um governo atual buscando melhores preços para os combustíveis.
“A gente não entende assim, os preços têm muita questão de impostos, tanto que a margem do segmento de distribuição é e sempre foi muito baixa. Então, isso não seria o motivo para baixar o valor do combustível”, argumenta Hungria.
Nessa linha, Hungria complementa que seria melhor que a estatal expandisse seus investimentos na extração e produção de petróleo, maior fonte de rentabilidade da Petrobras e que, novamente, foi destaque trimestral.
Ainda assim, dividend yield da Petrobras segue em patamar atrativo
Apesar da notícia negativa, o analista avalia que a queda de 6% observada na ação foi exagerada, dado os resultados operacionais da companhia e a redução pontual nos dividendos.
“O dividend yield segue acima de 10% para o ano e, por isso, seguimos com ela na carteira de dividendos”, conclui Hungria.
O analista é responsável pela carteira mensal de dividendos da casa – e a Petrobras está entre as escolhidas. Para conferir as outras ações do portfólio de maneira 100% gratuita, basta clicar neste link.