Investimentos

Nem Renner (LREN3), nem C&A (CEAB3): Empiricus aponta varejista com ‘valuation absurdo’ como uma das maiores barganhas da bolsa

Ações da Renner e da C&A “voaram” ao longo do primeiro semestre, enquanto outra varejista que ficou para trás pode ter ventos favoráveis para ser destaque do setor daqui para frente, avaliam analistas

Por Juan Rey

26 jun 2025, 09:54 - atualizado em 26 jun 2025, 09:54

2025 tem sido um bom ano para a bolsa brasileira e algumas ações de varejistas têm conseguido capturar esse movimento “na veia”. É o caso dos papéis da C&A (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3), que valorizaram 144% e 58%, respectivamente. 

No entanto, a Empiricus Research vê o investimento em outra varejista da bolsa local como mais atrativo no momento: “é uma super oportunidade de compra”, afirmou o CIO e estrategista-chefe da casa, Felipe Miranda.

Por que Renner e C&A não estão entre as recomendações da Empiricus?

A Empiricus não recomenda as ações LREN3 e CEAB3 por motivos diferentes. No caso da primeira, há dois fatores que pesam sobre as ações, segundo a analista Larissa Quaresma.

O primeiro, é o valuation pouco atrativo das ações. “Hoje a Renner negocia a cerca de 13 vezes os seus lucros para 2026, o que acho caro em comparação a outras varejistas”, disse.

O segundo ponto de atenção são os dados do sistema financeiro de inadimplência divulgados pelo Banco Central. 

“A gente vê a inadimplência subir em todas as linhas, tanto pessoa física quanto jurídica. No caso da financeira da Renner, acho que isso pode ser um vento contrário ao longo do ano à medida em que a economia brasileira desacelera e a renda real fica cada vez mais comprometida pelo endividamento”, disse. 

O caso da C&A é diferente, na avaliação de Felipe Miranda. O CIO da Empiricus vê a companhia “refinando a operação e executando com bastante sucesso sua estratégia”.

Além disso, o valuation da ação, apesar da alta superior a 140% em 2025, ainda é “razoável”, na visão do estrategista-chefe. “O valuation de 10 vezes os seus lucros para 2026 não é mais aquela pechincha, mas ainda é razoável”.

No entanto, ao avaliar os valuations, Miranda vê as ações do Grupo SBF (SBFG3) como as mais atrativas do setor.

“Quando você olha para o varejo de moda, o Grupo SBF negocia a 6 vezes os seus lucros para 2026, é uma distância muito grande [para as concorrentes]. É um desconto exagerado”, disse. 

SBFG3: Varejista recomendada pela Empiricus tem potencial mais atrativo que LREN3 e CEAB3

Nessa linha, a analista Larissa Quaresma vê o Grupo SBF com “uma das maiores assimetrias de valor do mercado brasileiro”.

A analista destaca que no primeiro trimestre de 2025 a companhia teve um “vento contrário”: o desempenho pior que o esperado do canal de atacado da Fisia, representante da marca Nike no Brasil que é controlada pelo Grupo SBF.

“No segundo trimestre, esse canal deveria mostrar boa melhora e, no terceiro, voltar a crescer”, afirmou.

Além disso, a analista vê um crescimento de receita da Fisia para 2026 com a Copa do Mundo no radar – a marca é a patrocinadora oficial da Seleção Brasileira. A partir de janeiro, a Nike também estampará a camisa do Atlético Mineiro e do Vasco, o que também pode impulsionar a receita da operação. 

“O ritmo de abertura de lojas também deve acelerar em 2026. Faz total sentido que o Grupo SBF volte a crescer. Gosto da ação, é um valuation ‘absurdo’, e é uma das poucas varejistas que ficou para trás nesse rali de 2025”, conclui Larissa. 

Grupo SBF está na carteira de ações mais atrativas da bolsa brasileira feita pela Empiricus

A analista Larissa Quaresma garimpou a bolsa brasileira em busca das ações mais promissoras para o momento. 

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Entre as ações selecionadas, estão as do Grupo SBF, pelo seu preço barato e alto potencial lucrativo. Mas ela não é a única.

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Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br