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Investimentos

Netflix (NFLX): resultados do 2T24 mostram força do streaming, com lucro líquido 48% maior em um ano

A receita da Netflix aumentou 16,8% em 12 meses, com expansão do número de novos assinantes.

Por Enzo Pacheco, CFA

19 jul 2024, 10:40

Atualizado em 19 jul 2024, 10:40

Netflix - resultados 4T22
Imagem: Unsplash

Ontem (18), após o fechamento dos mercados a Netflix (B3: NFLX34 | Nasdaq: NFLX) reportou os seus balanços do segundo trimestre de 2024 (2T24). Os resultados vieram acima das expectativas dos analistas, mostrando a força da marca do principal serviço de streaming da atualidade.

Receita da Netflix cresceu 16,8% em 12 meses

Nos três meses encerrados em junho a receita da companhia somou US$9,559 bilhões, um aumento de 16,8% (+22%, quando excluída a variação cambial da conta) em relação ao mesmo trimestre de 2023. 

Esse aumento se deu principalmente pelo crescimento de 16,5% no número de novos assinantes, o que representa um acréscimo de mais de 8 milhões de usuários (quase o dobro do esperado pelos analistas), fazendo com que a empresa encerrasse o período com 277,65 milhões de membros. Já a receita média por usuário teve alta de 1% (+5% ex-câmbio).

Já o lucro operacional totalizou US$2,6 bilhões, alta de 42% na comparação anual e equivalente a uma margem de 27,2% (+4,9 pontos percentuais vs. 2T23). 

Lucro líquido disparou 48% em um ano

Na linha final de resultado, o lucro líquido da Netflix foi de US$2,147 bilhões, ou US$4,88 por ação, crescimento de 48% ante o mesmo trimestre de 2023.

O que esperar da Netflix no 3T24?

Para o 3T24, a direção da companhia espera reportar um crescimento de 14% na receita (+19% ex-câmbio), com as adições líquidas abaixo do divulgado um ano atrás (quando teve um aumento de 8,76 milhões de novos usuários).

Importante lembrar que, no 3T23, os números da empresa tiveram o impacto do primeiro trimestre inteiro. Nesse período, havia sido instituída a política de paid sharing (para evitar o compartilhamento de senhas entre dispositivos).

Por outro lado, a receita média por usuário deve permanecer estável na comparação com o 3T23, por conta das variações cambiais e mix de planos e países/regiões.

E para o fechamento de 2024?

Já para o ano de 2024, a expectativa da empresa é apresentar aumento de 14% a 15% nas vendas, levemente acima do esperado anteriormente (+13% a +15%), além de uma margem operacional de 26% (+1 p.p. ao projetado antes), devido a maior projeção para a receita e melhor controle de custos e despesas.

O desejo da direção é aumentar a margem operacional ano após ano, ainda que essa expansão varie entre períodos.

Planos com publicidade tendem a crescer receita

Um vetor importante para a companhia continuar apresentando melhores resultados nos próximos trimestres é a maior aceitação dos seus planos com publicidade. E, a princípio, ela parece estar atingindo esse objetivo.

Isso porque, segundo a empresa, as assinaturas dessa categoria cresceram 34% na comparação com o 1T24, e  representam mais de 45% de todos os novos usuários nos mercados que contam com esse segmento.

Além disso, a decisão da direção de encerrar a parceria com a Microsoft para a plataforma de publicidade e focar em um produto interno deve ter seu primeiro teste ainda esse ano no Canadá — com a expectativa de lançá-lo em outros países no ano que vem.

E nesse pouco tempo, a companhia já conseguiu fechar parcerias com gigantes de consumo como L’Oreal, Coca-Cola, Ford e McDonald’s.

Importante salientar que, de acordo com a empresa, apesar da receita com publicidade estar crescendo bem e contribuir significativamente para o negócio, criar esse negócio do zero leva tempo.

Dada a grande base de assinantes que já possui, porém, essa linha de receita não deve ser o principal vetor de aumento de receita nos próximos dois anos.

Mas isso não quer dizer que a Netflix não está diante de uma bela oportunidade. Isso porque, segundo estimativas da direção, o mercado de streaming, TV paga, filmes, jogos e advertising estaria avaliado em mais de US$600 bilhões anuais, sendo que a receita anual da Netflix ainda está abaixo dos US$40 bilhões (aproximadamente 6% dessa oportunidade de mercado).

Mercado já precificava essas melhorias?

Apesar das boas notícias, a ação apresentava alta de 1% no pré-market. Aparentemente, parte considerável desses números já estariam precificadas no ativo. 

E, dado o sentimento dos mercados, que estão migrando recursos das teses de tecnologia para outros players mais tradicionais, é possível que a ação da Netflix  (B3: NFLX34 | Nasdaq: NFLX) sofra um pouco no curto prazo.

No momento, acompanharemos essa “novela” (ou seria série?) de fora, esperando uma melhor oportunidade de compra no papel…

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.