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Investimentos

‘Perseverança, firmeza e serenidade’: Após mudança de tom na Ata do Copom, veja três títulos para investir

Atualizações nas taxas de juros ao redor do mundo movimentaram a semana. Leia mais.

Por Lais Costa

23 set 2025, 14:11

Atualizado em 23 set 2025, 14:12

renda fixa cdb lci lca

Imagem: iStock.com/Natalya Kosarevich

A semana passada foi marcada por decisões de política monetária ao redor do mundo.

BoJ mantém juros em 0,50% ao ano

No continente asiático, o Banco do Japão (BoJ) decidiu, na madrugada de sexta-feira (19), manter inalterada a taxa básica de juros em 0,50% ao ano, em linha com a expectativa dos analistas de mercado. A surpresa foram os dois votos dissidentes em prol do aumento das taxas e a sinalização do início próximo da venda de ETFs e J-REIT no processo de normalização do Balanço da autoridade monetária. Embora o ritmo de venda sinalizado dos ETFs seja extremamente gradual, o anúncio veio antes do esperado pelo mercado.

Na entrevista após a decisão, o Governador Ueda afirmou que não há planos de mudança na política monetária atual, contudo, a falta de consenso na decisão advoga na direção oposta. Os dados recentes de inflação também sugerem uma pressão de preços domésticos. Embora o índice de preços que exclui os preços de alimentos de agosto tenha vindo abaixo dos 3%, a redução tem sido motivada por subsídios do governo em energia e mensalidade escolar.

Após a decisão, o iene se valorizou frente ao dólar e o mercado passou a precificar uma probabilidade acima de 50% de aumento da taxa já na próxima reunião.

Fed corta juros em 25 bps

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) voltou a cortar os juros americanos após seis reuniões de manutenção de taxas. A decisão tomada na última quarta-feira (17) levou as taxas para o intervalo de 4,25%-4,00% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado.

Houve apenas um voto dissidente a favor de um corte maior (50 bps) vindo do Governador Stephen Miran, recém indicado pelo governo Trump e confirmado pelo Senado em um tempo excepcionalmente curto. Na entrevista após a decisão, o Presidente Powell minimizou o impacto do voto de Miran ao afirmar que o corte mais agressivo não foi extensivamente debatido pelo Comitê, imprimindo um tom mais duro à decisão e sugerindo uma congruência entre os demais membros do Banco Central.

No Sumário de Projeções (SEP), o comitê anteviu mais dois cortes de juros neste ano, em linha com o que o mercado já precificava, contudo, o Presidente Jerome Powell afirmou que o corte de juros foi um movimento de “gestão de risco”, o que, de certa forma, conflita com a expectativa reduções consecutivas nas próximas reuniões. Além disso, ao analisar os pontos do mapa, nove diretores previram dois cortes ou menos até o final do ano, enquanto nove projetaram dois cortes e apenas um (Miran) apontou seis, ou seja, 150 pontos-base de queda no período. 

Não por coincidência, o mercado que mostrava um rally dos ativos de risco após a decisão foi apagando os ganhos à medida em que a entrevista do Presidente Powell se estendia. 

A despeito do tom mais duro (hawkish) de Powell, a nossa leitura sobre o cenário externo não mudou. O enfraquecimento do mercado de trabalho americano deve continuar sendo o ponto focal do Fed e, portanto, se sobrepor às leituras mais altas de inflação. Dessa forma, devemos ver a continuação dos cortes nas taxas nas últimas duas reuniões deste ano.

BC mantém Selic a 15% com tom mais ameno

No Brasil, o Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, como esperado. Dentre as poucas mudanças no comunicado, destacaram-se a retirada da frase que “antecipava a continuação da interrupção no ciclo de alta de juros”, mostrando um conforto maior com o posicionamento atual da política monetária — e a manutenção da inflação projetada em 3,4% para o horizonte relevante (1T27) — que sugere uma possível revisão da estimativa de hiato do PIB no modelo da autarquia.

A primeira alteração retirou um ponto duro (hawk) presente nos comunicados passados, enquanto a segunda adicionou cautela sobre a expectativa de corte de juros ainda neste ano. Isso porque uma possível revisão no modelo do BC reduz significativamente a chance do BC “enxergar” uma inflação mais baixa para o horizonte relevante de política monetária já na próxima reunião. Consequentemente, haveria pouco espaço para uma “guinada dovish”, isto é, uma mudança na condução retórica da autarquia, o que é muito comum antes de um início de ciclo de afrouxamento monetário.

Na ata divulgada hoje pela manhã, o BC mostrou maior convicção de que o cenário está caminhando conforme o esperado.  Sobre inflação, a avaliação de que a “dinâmica mais benigna em relação ao que se previa no início do ano” demonstra mais conforto com o cenário doméstico.

Por outro lado, o comitê relacionou a apreciação do câmbio ao diferencial de juros, o que sugere a necessidade da manutenção das taxas em patamar elevado para a continuidade do processo de deflação. Além disso, o BC adicionou uma nova frase na ata, enfatizando que o processo de reancoragem das expectativas “exige perseverança, firmeza e serenidade”.

De maneira geral, o tom da ata foi menos duro (Hawk) do que o comunicado sugeriu, embora a autarquia claramente se preocupe em não sinalizar o início do ciclo de corte.

Será muito importante acompanhar o Relatório de Política Monetária (antigo Relatório de Inflação) que será divulgado na próxima quinta-feira (25) para saber qual a estimativa do BC em relação ao hiato no segundo trimestre de 2027 (horizonte relevante de política monetária).

Continuamos gostando dos títulos prefixados.

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Cardápio da semana

Características do CDB  prefixado do Paraná Banco
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarParaná Banco
Aplicação mínimaR$ 100,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)21/09/2026 (361 dias corridos)
Rentabilidade anual14,77%
Tributação17,50%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação22h
Características da LCI prefixada do Banco Inter
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA+ (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Inter
Aplicação mínimaR$ 50,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)24/09/2026 (366 dias corridos)
Rentabilidade anualaté 12,88% a.a.
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação21h55
A LCI do Banco Inter oferece rentabilidade de 12,88% a.a. para investimentos de até R$250 mil e chega a 12,80% a.a. para valores acima de R$1 milhão. Além disso, a taxa líquida da LCI é equivalente a uma taxa bruta de 15,61% a.a..
Características da LCA prefixada do BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)24/09/2026 (366 dias corridos)
Rentabilidade anual12,63% a.a.
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
A taxa líquida da LCA do BTG é equivalente a uma taxa bruta de 15,31% a.a..

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 23 de setembro de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (23) e podem mudar devido as oscilações de mercado.

Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos. 

Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.