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Investimentos

Porto (PSSA3): Benefícios da diversificação começam a refletir nos números da companhia; vale investir?

Apesar de prévias operacionais de julho e agosto mostrarem um desempenho mais tímido no segmento de Auto, ouro setor mostrou bons resultados.

Por Larissa Quaresma, CFA

24 out 2025, 13:09

Atualizado em 24 out 2025, 13:09

Porto (PSSA3) e novo CEO

Imagem: Divulgação/Porto

Nossa conversa com o time de relações com investidores da Porto (PSSA3) nos deixou mais otimistas quanto ao futuro da companhia.

Após as prévias operacionais de julho e agosto mostrarem um desempenho tímido em Auto, saímos da conversa mais confiantes de que as demais linhas de negócio devem mais que compensar esse efeito no 3T25 e ao longo do ano. 

Segmentos da Porto: Seguro tem crescimento fraco e Saúde ganha espaço no mercado

Em Seguro, o crescimento fraco de Auto deveria ser compensado pela forte expansão de Patrimonial e Vida, em linha com a tendência dos últimos trimestres. Como a Porto já é líder em Auto, com 27% do mercado, é natural que esse produto cresça menos que os demais; além disso, sua expansão tem sido puxada pela subcategoria de motos, que possui menor ticket médio, diminuindo o crescimento de receita. Ainda, a sinistralidade Auto segue fazendo a normalização em direção à média histórica de 60% – ainda que isso represente um aumento no curto prazo. 

Na ponta positiva, Patrimonial e Vida têm uma sinistralidade mais baixa e, por consequência, maior rentabilidade. Por isso, a expansão mais forte desses produtos deveria seguir elevando a rentabilidade da frente de Seguro, como tendência mais ampla.

Já em Saúde, esperamos que a companhia siga ganhando participação de mercado, enquanto mantém a rentabilidade elevada. 

Pelos dados mensais divulgados pela ANS, a Porto adicionou uma média de 24 mil segurados por mês em julho e agosto, o que está bem acima do ritmo recorrente de 8-10 mil vidas mensais. Tal expansão tem sido apoiada nos produtos mais acessíveis, que estão ganhando representatividade na base de beneficiários. Inclusive, esses produtos têm sinistralidade menor; por isso, esperamos que esse indicador siga apontando para baixo. No todo, Saúde deve seguir com expansão de receita e ROE – e ganhar mais relevância na companhia como um todo.

Banking deve continuar crescendo e Serviços, estável

Por sua vez, Banking deve seguir crescendo com foco nos clientes já conhecidos, provenientes das demais verticais. Na parte de crédito, esperamos que o cartão continue direcionando a expansão, embora a companhia tenha aumentado esforços em linhas mais seguras, como car equity. A inadimplência é um ponto de atenção, assim como foi no último trimestre, diante da elevação dos calotes no país. De toda forma, os produtos em que a Porto não carrega risco de crédito, como Consórcio e Capitalização, devem seguir com forte crescimento, puxando para cima a rentabilidade da vertical.

A receita de Serviços tem ficado estável nos últimos trimestres, tendência que deve permanecer. Isso porque a Porto encerrou contratos menos rentáveis, o que deve seguir impactando o crescimento no curto prazo. Contudo, considerando que essa frente é pequena no todo (~7% da receita dos últimos 12 meses), isso não deveria mexer o ponteiro.

Ainda vale investir em PSSA3?

Finalmente, esperamos que o Resultado Financeiro siga forte no segundo semestre, apoiado em uma Selic e IPCA ainda elevados.

Em suma, a Porto segue no rumo certo para entregar o guidance do ano, que foi revisado para cima na última divulgação de resultados. Olhando à frente, é possível dizer que o negócio se tornou mais defensivo e previsível, apoiado na diversificação e no cross-selling entre as verticais. Por 8,3x lucro estimado para 2026, as ações PSSA3 seguem como recomendação da Empiricus.

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.