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Nos EUA, o Federal Reserve manteve as taxas inalteradas no intervalo de 4,25% e 4,5% a.a., como amplamente esperado, na última quarta-feira (30). Como antecipamos no último relatório, dois diretores divergiram da maioria e votaram pela queda das taxas (Waller e Bowman).
Fed decide por manter juros sem futuras definições
No comunicado, as mudanças foram pontuais, com destaque para a sinalização de enfraquecimento da atividade, ecoando os dados mais fracos de demanda no segundo trimestre.
A avaliação do balanço de riscos foi mantida, o que reforçou o tom neutro da decisão e deu espaço para que o comitê tenha mais clareza sobre os fatos na próxima reunião.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o comitê não tomou “nenhuma decisão sobre setembro” e reforçou o fato de que até lá haveria duas novas rodadas de dados de inflação e mercado de trabalho.
De maneira geral, a decisão foi neutra à despeito dos votos divergentes. Por isso, após a decisão, o mercado não alterou significativamente as expectativas de corte de juros por lá.
EUA: Inflação do PCE e payroll sugerem cortes de juros
No dia seguinte, a inflação do PCE de junho subiu 0,281% m/m, levemente abaixo da estimativa (0,3%). Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,256% a/a, em linha com o esperado. Houve, contudo, revisão para cima de leituras anteriores.
Ademais, o índice de custo do emprego (ECI) do segundo trimestre superou as projeções do mercado, com salários subindo 1,0% no trimestre e 3,6% em relação ao ano anterior. O dado revelou uma interrupção da tendência de desaceleração do indicador, o que sugere que, na margem, as pressões inflacionárias se intensificaram no segundo trimestre deste ano.
Já na última sexta-feira (1), a leitura do payroll mostrou uma criação de vagas muito aquém do esperado. Houve a criação de 73 mil vagas em julho, ante uma expectativa de 105 mil. Ainda mais relevante, os dois últimos dados tiveram uma revisão para baixo de 258 mil vagas, a maior desde abril de 2020.
Ainda mais relevante, a taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%, puxada tanto pelo aumento no número de desempregados quanto pela redução da força de trabalho. O número de desempregados de longa duração cresceu de 179 mil para 1,8 milhão e a taxa de participação recuou para 62,2%.
Após a divulgação do dado, o mercado passou a precificar mais de 60% de chance de três cortes de 25 pontos-base nos juros neste ano, com 80% de probabilidade do primeiro já na próxima reunião em setembro.
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BC segue cauteloso antes de falar em fim do cicla do alta da Selic
No Brasil, o Copom desta última “Super Quarta” decidiu manter a Selic em 15% a.a., em linha com o consenso de mercado. O comitê mostrou a continuação do tom de cautela, adicionou incerteza em relação ao global, o que era altamente esperado, e notou o dinamismo do mercado de trabalho brasileiro.
Sobre a inflação, a projeção para o primeiro trimestre de 2027 em 3,4% mostrou um nível em linha com as projeções de mercado. Talvez, o ponto que mais tenha chamado atenção tenha sido a manutenção da menção a um “ciclo de alta” no texto, dando um tom marginalmente mais duro (hawk) ao documento.
Na ata divulgada nesta manhã, o Banco Central deu um tom mais brando ao cenário do que no comunicado. Sobre o cenário externo, o comitê não concluiu qual resultado líquido das tarifas americanas sobre o cenário brasileiro, embora tenha reconhecido o potencial de deflação no curto prazo.
Sobre o mercado de trabalho, o comitê reforçou a cautela, dada a “redução expressiva da taxa de desemprego”, e ainda mencionou a necessidade de o fiscal seguir na mesma direção da política monetária.
Por fim, a ata não trouxe nenhuma informação nova sobre a manutenção do termo “ciclo de alta” no comunicado, mesmo sem haver uma sinalização concreta de novas elevações da taxa Selic.
Portanto, embora a ata tenha sido mais neutra que o comunicado, entendemos que o Banco Central se mantém cauteloso, preocupado em evitar uma antecipação do ciclo de cortes pelo mercado.
Na prática, o conjunto de dados macroeconômicos domésticos e as recentes alterações no cenário externo levaram a um aumento marginal na expectativa de corte de juros por aqui em dezembro.
Em relação à alocação em renda fixa, continuamos gostando de títulos prefixados de curto prazo.
Cardápio da semana
| Características do CDB prefixado do Banco Pan | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | BTG Pactual |
| Aplicação mínima | R$ 1 mil |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 05/08/2026 (365 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 14,64% a.a. |
| Tributação | 17,50% |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 17h45 |
| Características do CDB prefixado do Paraná Banco | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | Paraná Banco |
| Aplicação mínima | R$ 100,00 |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 03/08/2026 (361 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 14,96% a.a. |
| Tributação | 17,50% |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 17h |
| Características do CDB prefixado do Banco Sofisa | |
| Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
| Público-alvo | Investidores em geral |
| Onde encontrar | Banco Sofisa |
| Aplicação mínima | R$ 1,00 |
| Aplicação máxima | – |
| Liquidação | D+0 |
| Vencimento (prazo) | 31/07/2026 (360 dias corridos) |
| Rentabilidade anual | 15,50% a.a. |
| Tributação | 20,00% |
| Pagamento de juros | No vencimento |
| Resgate | No vencimento |
| Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
| Horário limite de aplicação | 22h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 5 de agosto de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (5) e podem mudar devido as oscilações de mercado.
Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos.
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.