Investimentos

Renda fixa: Confira 3 recomendações de títulos prefixados e indexados ao IPCA para investir esta semana

Leituras preliminares do PIB no Brasil e no Reino Unido refletem imprevisibilidade econômica mais intensa no atual contexto geopolítico.

Por Lais Costa

20 maio 2025, 14:33 - atualizado em 20 maio 2025, 16:38

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Imagem: iStock/ VectorInspiration

No Reino Unido, a leitura preliminar do PIB do 1º trimestre de 2025 divulgada na quinta-feira (15) superou as expectativas do mercado (0,7% t/t versus 0,6%), após avanço de 0,1% no trimestre anterior. O crescimento foi impulsionado pelos setores de serviços (0,7%) e indústria (1,1%).

O aumento nos investimentos empresariais foi o principal contribuidor do crescimento do PIB britânico no primeiro trimestre do ano, representando 0,6 ponto percentual da alta. Do lado mais fraco, o consumo do governo mostrou queda de 0,5%, a despeito de estímulos orçamentários antecipados em outubro, e o consumo das famílias frustrou com uma leve alta de 0,2% no período. Embora os dados do PIB estejam sujeitos a revisões, o forte resultado adiciona cautela para o Banco Central local.

Além de um novo acordo tarifário firmado com os EUA, que reduz tarifas para produtos americanos e amplia o acesso ao mercado britânico, o Reino Unido chegou a um acordo inicial com o Bloco Europeu sobre os setores de segurança, energia e defesa. Ainda não estão claros todos os termos e a amplitude do acordo, contudo, há potencial de expansão substancial do seu escopo, o que sugere uma reavaliação de arranjos do Brexit.

EUA: Venda do varejo em abril é mais intensa do que o esperado

Nos EUA, os dados de vendas no varejo de abril vieram acima do esperado pelo consenso (0,1% m/m versus 0,0% m/m), mesmo com revisão para cima nos dados do mês anterior, de 1,5% 1,7% m/m.

Por outro lado, o grupo de controle, que exclui automóveis, materiais de construção, alimentação e postos de gasolina, e que alimenta o cálculo do PIB, caiu de 0,3% para 0,2%. A desaceleração refletiu, em parte, o recuo nos gastos com categorias sensíveis a tarifas, como artigos esportivos e itens importados, além da queda nas vendas de automóveis.

Em suma, os dados de consumo de abril indicam uma atividade ainda bastante dinâmica no segundo trimestre deste ano. Em números, caso os meses de maio e junho fiquem no zero a zero, a expansão do trimestre seria de 3% em termos anualizados e dessazonalizados.

Prévia do PIB é mais otimista do que calculam especialistas

No Brasil, o índice de atividade IBC-Br, considerado uma proxy para o PIB, surpreendeu para cima em  março. O indicador subiu 0,8% m/m, contra uma estimativa de 0,4% m/m dos economistas. 

Desde o mês passado, o BC tem divulgado a abertura deste indicador, o que possibilita avaliar o comportamento dos diferentes componentes da atividade econômica. O IBC-br ex-agro, por exemplo, mostrou uma forte expansão de 0,7%, com forte contribuição da indústria. Esse número indica um carry de 2,2% para 2025. Em outras palavras, se não houver crescimento algum nos próximos trimestres, a expansão do PIB, retirando o componente agrícola, neste ano já seria de 2,2%. 

Esse número é bem mais forte que o mercado precifica. No último Focus divulgado ontem (19), a expectativa de PIB para 2025 é de 2%, já considerando uma forte expansão do agro.

Em suma, o indicador de atividade mostrou não apenas uma forte expansão da atividade, mas também um qualitativo robusto do que o esperado, dado que a expansão não ficou restrita a apenas um setor da economia.

O PIB do primeiro trimestre deste ano será divulgado no próximo dia 30. Esperamos uma expansão de 1,8% t/t. Para o ano fechado, mantemos nossa projeção (fora do consenso) de 2,8%.

Apesar do dado mais forte de atividade, ontem (19), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, falou em evento para o mercado com um tom “dovish” (brando). A percepção predominante do discurso de Galípolo foi de uma confirmação de fim do ciclo de alta da Selic, o que levou a um forte fechamento das taxas de juros e impulsionou a bolsa. O mercado também reduziu a probabilidade de uma alta adicional de 25 pontos-base na Selic na última reunião de política monetária deste semestre.

Em relação à estratégia de renda fixa, os prefixados e os indexados ao IPCA de curto prazo continuam atrativos dado o provável fim do ciclo da Selic, em meio ao dinamismo da atividade brasileira.

Cardápio da semana

Características do CDB IPCA+ do Banco Pan
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual 
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)20/05/2027 (730 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 7,82% a.a.
Tributação15,00%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h
Características do CDB  prefixado do Banco ABC
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 5 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)18/05/2026 (363 dias corridos)
Rentabilidade anual14,41% a.a.
Tributação17,50%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h
Características da LCA prefixada do Banco ABC
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco ABC
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)01/06/2026 (720 dias corridos)
Rentabilidade anual13,44% a.a.
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
A LCA do Banco ABC oferece rentabilidade bruta equivalente a um CDB de aproximadamente 16,3% a.a..

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 20 de maio de 2025 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (20).

Vale destacar que a série Super Renda Fixa tem como foco principal recomendar títulos de crédito privado com uma relação de risco e retorno atrativa, atendendo à demanda de assinantes que buscam retornos acima dos títulos públicos. 

Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero

Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.