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Investimentos

SLC Agrícola (SLCE3): Recuperação da soja impulsiona receita no 1T25, mas aquisições recentes pressionam geração de caixa

Lucro líquido da SLC Agrícola avançou 123% na comparação anual, para R$ 510 milhões

Por Ruy Hungria

14 maio 2025, 15:24

Atualizado em 14 maio 2025, 15:24

slc agrícola agricultura SLCE3

Imagem: iStock.com/BrianBrownImages

A SLC Agrícola (SLCE3) apresentou o resultado do primeiro trimestre de 2025 (1T25) com melhora significativa das principais linhas e de margens, influenciadas principalmente pela recuperação da cultura de soja, apesar de um grande consumo de caixa por conta das aquisições recentes

Mesmo com um cenário de preços ainda fraco, a receita líquida atingiu R$ 2,3 bilhões, crescimento de +19,1% em comparação ao 1T24 com uma boa expansão de volume de algodão e, principalmente, de soja (com aumento da área plantada e produtividade), que mais do que compensaram um trimestre fraco para o milho. 

Fonte: Companhia. Elaboração: Empiricus.

A melhora da produtividade e volumes proporcionou boa diluição de custos, que cresceram em menor intensidade que a receita e proporcionaram ao lucro bruto um salto de 34,5%, para R$ 958 milhões, com ganho de +4,7 p.p. de margem, que atingiu 41,1%. 

Por outro lado, o maior volume de vendas, principalmente de algodão, fez os gastos relacionados à exportação e fretes subirem, e a relação despesas sobre a receita líquida saiu de 7,0% no 1T24 para 8,5% no 1T25. Ainda assim, o ebitda (ajustado pelas variações do ativo biológico) somou R$943,7 milhões, com alta de +34% e ganho de +4,5 p.p. de margem. 

Mesmo com o aumento dos juros, o resultado financeiro melhorou aproximadamente R$ 58 milhões na comparação anual, ajudado pela variação cambial positiva no período. 

Por fim, o lucro líquido subiu +123%, para R$ 510,7 milhões, com margem líquida de 21,9%

Geração de caixa pressionada pelas aquisições recentes

Apesar de superar as expectativas de Receita, Ebitda e Lucro, a geração de caixa foi bastante pressionada pelas recentes aquisições e arrendamentos. No trimestre, o consumo foi de -R$ 1,4 bilhão, com um consequente salto no capex para R$ 1,0 bilhão em comparação a R$ 183,5 milhões no 1T24. 

Fonte: Companhia.

Apesar desse aumento significativo, a alavancagem segue controlada em 2,3x dívida líquida/ebitda, e a maior geração de caixa dos novos ativos também deve ajudar o indicador a voltar para o nível de 2x, que é a meta da companhia. 

Vale mencionar que apesar da menor geração de caixa e menores dividendos no curto prazo, todas as aquisições foram bastante oportunísticas, realizadas a preços atrativos e com boas perspectivas de retorno. 

Além da geração de caixa pressionada, vale a pena mencionar um pequeno ajuste para baixo, de -4 mil hectares, na expectativa de área plantada, decorrente de atrasos na colheita da soja por conta da chuva, mas que representa apenas 0,5% do total.  

1T25 indica que pior ficou para trás; SLCE3 segue com recomendação de compra

Após um ano de problemas climáticos que afetaram severamente o desempenho de sua principal cultura, a soja, o 1T25 traz uma sinalização importante de que o pior ficou para trás

Por 6x valor de firma/ebitda esperados para 2025, SLCE3 segue com recomendação de compra em diversas séries da Empiricus Research.

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.