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Investimentos

‘Start do grande rali de fim de ano’: Reação dos mercados à fala de Powell reforça otimismo do CIO da Empiricus Asset; entenda

No Podca$t da Empiricus, os analistas explicam as expectativas para os juros americanos e oportunidades de compra ou venda em diferentes classes de ativos 

Por Mariana Pavão

29 ago 2025, 10:21

Atualizado em 29 ago 2025, 10:21

economia bolsa de valores 2t25 temporada

Imagem: iStock/ JDawnInk

O simpósio de Jackson Hole, tradicional encontro de autoridades monetárias globais, trouxe o que o mercado ansiava ouvir: Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sinalizou que as condições atuais podem justificar o início de cortes de juros nos Estados Unidos.

A fala, ainda cautelosa e repleta de condicionais, foi suficiente para agitar os ânimos do mercado. 

Para João Piccioni, CIO da Empiricus Asset, a reação imediata do mercado mostra que o discurso foi mais do que simbólico.

“A bolsa americana disparou, o Ibovespa subiu e o dólar deu sinais de retração, ratificando a ideia de que este pode ser o start do grande rali de fim de ano.”

A análise foi feita durante o Podca$t, programa semanal da Empiricus que reúne os analistas da casa para discutir os principais temas do momento.

Entre inflação e emprego, o Fed na encruzilhada

O pano de fundo que levou ao discurso de Powell, de acordo com os analistas, foi a combinação desconfortável de inflação ainda pressionada e sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho. 

Nos últimos três meses, o payroll, o indicador de empregabilidade dos EUA, mostrou leituras mais fracas e revisões negativas, acendendo o alerta.

Para Matheus Spiess, analista de macroeconomia e política, essa fotografia deixa a decisão do Fed em aberto. Segundo ele, “uma postura zelosa prescreveria só dois cortes, provavelmente em outubro e dezembro”, em vez de uma redução imediata já em setembro. 

O risco, explica, é cortar sem base de dados consistente e dar espaço a uma reaceleração inflacionária.

Piccioni, por outro lado, acredita que os juros podem ceder no curto prazo: 

“Acho que vem em setembro. Powell vai dar o braço a torcer, 25 pontos-base não vai mudar muito o jogo daqui para o final do ano”. 

Se o mercado busca clareza sobre o ritmo do Fed em 2025, há uma perspectiva mais de que 2026 deve ser um ano de “corte sincronizado”, com Europa e emergentes também baixando juros.

Para os analistas, esse cenário reforça a tese de que o atual ciclo de alívio monetário, ainda incipiente, pode ganhar corpo e sustentar um ambiente mais favorável para ativos de risco.

Compra ou Vende: Argentina, Porto (PSSA3) e FAI

O episódio também trouxe as análises do quadro Compra ou Vende?, com três ativos no centro da discussão.

Sobre os investimentos em Argentina, os analistas veem uma direção positiva, mas alertam que o caminho ainda é tortuoso.

Spiess lembrou que Javier Milei promoveu ajustes relevantes, mas alertou para o risco cambial imediato. Ele afirma que é “comprador de tese argentina no horizonte dilatado, mas talvez a janela atual não seja das melhores”.

Larissa Quaresma, analista de ações, reforça a questão que o “timing” pode não ser adequado nesse momento, e que “tem alguns milestones importantes para acontecerem nos próximos meses”, mas que acompanha a tese “com bastante carinho”.

Por sua vez, a Porto (PSSA3) foi destaque positivo. Quaresma chamou atenção para a transformação da companhia, que diversificou o portfólio além dos seguros de automóveis. Com forte crescimento nas verticais Porto Bank e Porto Saúde, a empresa já entrega um ROI consolidado de 25% a 26%.

“Está num momento muito interessante e, ainda assim, negociada a nove vezes o lucro estimado”, disse a analista. Segundo ela, a ação já acumula alta de cerca de 40% no ano, incluindo dividendos, “mas ainda assim está barata. Sobe, sobe, sobe e continua barata”.

Por fim, o ETF de Inteligência Artificial (FAI), listado nos EUA, também recebeu recomendação de compra

Piccioni destacou que suas principais posições — Alphabet, NVIDIA, Meta, Microsoft e Amazon — estão investindo cifras importantes, acima de US$ 50 bilhões por ano em tecnologia.

Para o gestor, “é um recurso que tende a criar multiplicação de riqueza nos próximos anos de uma forma muito fora do que a gente está acostumado a ver.  Compro tudo. Sem pensar, sem titubear”.

O episódio #104 do Empiricus Podca$t também abordou o cenário político e fiscal brasileiro, como a popularidade de Lula e o avanço da proposta de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil.

Para entender em detalhes como esses movimentos impactam no bolso do investidor, assista ao episódio completo no vídeo abaixo.

Redatora dos portais Empiricus, Seu Dinheiro e MoneyTimes.