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Na quarta (23), depois do fechamento do mercado, a Tesla (Nasdaq: TSLA | B3: TSLA34) divulgou os seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2025 (2T25). Mais uma vez os números da companhia reforçaram o ambiente difícil no seu principal mercado (veículos elétricos), reportando receita e lucro por ação abaixo do esperado pelos analistas.
Nos três meses encerrados em junho a companhia apresentou vendas de US$ 22,496 bilhões, valor 11,7% menor do que no mesmo período do ano passado.
Veja o desempenho da Tesla por linha de negócio
A receita proveniente da venda de Veículos Elétricos, principal linha de negócio da empresa (com 74% da receita do período), foi de US$ 16,661 bilhões, um recuo de 16,1% na comparação anual (segundo trimestre consecutivo de queda nas vendas). Além da queda de 13,5% no número de entregas no 2T25 ante um ano atrás, o preço médio desses veículos também apresentou retração no trimestre atual (-3,1% vs. 2T24).
A linha de negócio de venda de Geração e Armazenamento de Energia, que vinha sendo um ponto positivo para a companhia, também apresentou queda na receita (US$ 2,789 bilhões, -7,5% vs. 2T24), também por conta do menor preço médio desses produtos.
Por outro lado, a receita de Serviços e Outros, que englobam as vendas relacionadas ao uso das estações de carregamento, venda de partes e acessórios automotivos, assim como de créditos regulatórios, totalizou US$ 3,046 bilhões, um aumento de 16,8% em relação ao segundo trimestre de 2024.
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Queda na venda de automóveis ‘bateu’ no lucro da Tesla
A forte queda na venda de automóveis acabou também impactando significativamente a lucratividade da companhia.
O lucro bruto no trimestre foi de US$ 3,878 bilhões, o equivalente a uma margem de 17,2%, o que representa uma retração de 15,3% e 0,7 ponto percentual na comparação anual, respectivamente. O lucro operacional totalizou US$ 923 milhões, ou 4,1% de margem, recuos de 42,5% e 2,2 pontos percentuais em relação ao 2T24.
Na linha final de resultado, o lucro líquido ajustado da Tesla totalizou US$ 1,393 bilhão, o que representa US$ 0,40 por ação, uma queda de 23,1% ante o mesmo trimestre de 2024.
Além dos resultados insatisfatórios, a geração de caixa da companhia também apresentou problemas no período.
O Ebitda ajustado, por exemplo, totalizou US$ 3,401 bilhões (-7,5% vs. 2T24), o que representa uma margem de 15,1% (+0,7 ponto percentual).
O fluxo de caixa proveniente das operações, entretanto, teve uma queda de 29,7% na comparação anual, encerrando o trimestre nos US$ 2,540 bilhões. Considerando os investimentos realizados no período, que totalizaram US$ 2,394 bilhões (+5,4% vs. 2T24), o fluxo de caixa livre da companhia foi de meros US$ 146 milhões (-89,1%).
Tesla de olho no futuro
Importante salientar, contudo, que a Tesla ainda conta com caixa e equivalentes de US$ 36,872 bilhões, um aumento de 19,7% em relação a um ano atrás. Como contraponto, já são três trimestres consecutivos que a empresa mantem esse mesmo saldo no seu balanço.
Há algum tempo os defensores da Tesla vem apontando que o potencial de mercado da companhia está ligado a outras iniciativas que vem promovendo, com a expansão da frota de robotáxis, assim como o desenvolvimento de robôs humanóides (que poderiam ser utilizados para as mais diversas tarefas em diferentes indústrias).
De fato, a companhia conseguiu colocar de pé o projeto de robotáxis recentemente, com uma operação na cidade de Austin, no estado do Texas — ainda que com a presença de um motorista junto ao volante, para assumir a direção na eventualidade de algum problema.
Segundo a empresa, a expectativa é de expandir o serviço para novas áreas e outras cidades e, de preferência, sem um motorista no veículo. A companhia entende que o refinamento da operação atual deve auxiliar no ganho de escala com baixo investimento marginal.
Outro exemplo foi a entrega de um veículo diretamente da fábrica para o seu comprador de maneira autônoma, uma viagem de cerca de 30 minutos.
Parte dessa tecnologia está ligada aos altos investimentos feitos em Inteligência Artificial, com a companhia expandindo sua capacidade de treinamento de IA com a aquisição de 16 mil novos GPUs H200 (fabricados pela Nvidia), levando o total instalado ao equivalente a 67 mil GPUs H100.
Elon Musk vê trimestres ‘complicados’ pela frente
Porém, durante a teleconferência com analistas, o CEO Elon Musk pontuou que a Tesla ainda deve enfrentar trimestres complicados pela frente, por conta das pressões decorrentes das tarifas impostas pelo Governo Trump e da aprovação do projeto de lei orçamentária recentemente aprovada no Congresso americano (que devem excluir os créditos para incentivar a compra de veículos elétricos).
Nem mesmo a afirmação de que a empresa deve iniciar a produção de um modelo mais acessível nos próximos meses parece ter animado os investidores, com as ações caindo mais de 8% no pregão de hoje, quinta (24). No ano, a queda já é de mais de 24%.
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Empiricus Reseach não recomenda compra das ações
Apesar de entender todo o potencial na qual a companhia está inserida, em grande parte por conta das apostas do seu fundador, fato é que uma boa parte do financiamento dessas novas empreitadas é dependente de um mercado tradicional que tem visto um forte aumento de competição no passado recente.
Neste caso, o fato da Tesla (Nasdaq: TSLA | B3: TSLA34) estar negociada acima das 100 vezes seus lucros projetados me indica uma assimetria muito negativa para apostar na ação hoje. Quem sabe no futuro, caso o papel apresente uma forte retração dos preços atuais…
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