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Mesmo com queda no resultado operacional, a Vale (VALE3) reportou números acima das estimativas do mercado, com avanços no controle de custos e na divisão de metais básicos, além do anúncio de proventos aos acionistas.
No segmento Soluções de Minério de Ferro, de longe o mais importante para os resultados, a Receita Líquida recuou -16%, para US$ 8,3 bilhões, afetada principalmente pela queda nas cotações da commodity.
Apesar disso, a companhia mostrou bom controle de custos. O custo caixa C1 recuou -US$ 2,7/tonelada (-11%) na comparação com o 2T24, marcando o quarto trimestre consecutivo de recuo anual e deixando claro os resultados positivos dos investimentos recentes em eficiência. O custo all-in de finos e pelotas entregues na China caiu -9%, para US$ 62,7/t.
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Mesmo com esse bom controle, o Ebitda da divisão de Soluções de Minério de Ferro recuou -23% frente ao mesmo período do ano anterior, impactado principalmente pela queda de preços do minério mencionada, mas ficou um pouco acima das expectativas.
Vale Base Metals confirma protagonismo positivo no 2T25
O destaque do trimestre foi a Vale Base Metals (VMB). A divisão de metais básicos da Vale já tinha apresentado bom crescimento de volume na prévia operacional, e agora pudemos constatar que isso se traduziu efetivamente em crescimento de resultados.
Ajudada principalmente por melhores volumes de produção tanto de Cobre como de Níquel, a Receita Líquida da VBM saltou +14% frente ao 2T24, para US$ 1,8 bilhão. O aumento da produção também trouxe diluição de custos, que combinado com alguns efeitos não recorrentes (como reversão de impairment de estoques) levaram a um salto de 77% no Ebitda da VBM, para US$ 721 milhões.
No consolidado (Soluções de Minério de Ferro + Metais Básicos), o Ebitda da Vale atingiu US$ 3,4 bilhões, recuo de -14% na comparação com o 2T24, mas acima das expectativas do mercado, ajudado pela VBM e pelo bom desempenho na linha de custos.
Por outro lado, diferente do resultado operacional, o lucro líquido ajustado expandiu para US$ 2,1 bilhões (+6%), ajudado principalmente por efeitos positivos da valorização do real no resultado financeiro.
O fluxo de caixa livre recorrente cresceu de US$ 197 milhões no 2T24 para US$ 1 bilhão, reflexo de menor investimento em capital de giro e menor Capex também. Com isso, a Vale aproveitou para anunciar US$ 1,45 bilhão em juros sobre capital próprio, o que equivale a um yield anualizado de 7%.
No geral, a Vale apresentou números sólidos dado o contexto ainda difícil do setor, e vem colhendo frutos positivos de seus investimentos em eficiência nos últimos anos. Por apenas 4x o Ebitda da Vale esperado para 2025, as ações fazem parte das nossas recomendações.
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